Outro escritor entrevistado pelo Estadão foi o cubano Leonardo Padura, que lança Gente decente, seu novo romance, ainda inédito no Brasil, que mostra efeitos danosos da pandemia e da política externa de Donald Trump. O escritor define o livro que acaba de sair das impressoras como seu romance “com mais cara de Havana”. Para ele, a capital da ilha é quase mais um personagem. Padura acredita que a cidade deixa de ser uma entidade passiva para se tornar ativa. Para isso, utiliza um olhar crítico e desencantado.
Na coluna do escritor Mario Vargas Llosa que o Estadão publica regularmente, o Nobel peruano falou sobre o espanhol Javier Marias, autor de livros consagrados como Assim começa o mal e Os enamoramentos (Companhia das Letras), que morreu no último dia 11. Um trecho de Llosa sobre o colega: “Desde que li Coração tão branco, um de seus melhores romances, pensei que suas longas frases, que cresciam de romance romance, até chegar, sem a utilização de pontos, a mais de uma página, tinham algo a ver com William Faulkner”.
O Valor analisou Mário de Andrade, epicentro (Edições Sesc), de Maurício Trindade da Silva, que destaca a participação do escritor no chamado Grupo dos Vinco, que gerou a Semana de Arte Moderna de 1922. Esse quinteto era formado por Mário, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Anita Malfatti e Tarsila de Amaral. O desenvolvimento do Modernismo no Brasil passa pela frenética troca de cartas entre eles. O protagonismo de Mário nessas conversas por cartas é revelado no livro, no qual o autor usou o material conservado e organizado no Instituto dos Estudos Brasileiros.
Folha e Globo falaram de Michelle Zauner, cantora e escritora sul coreana que, depois de fazer sucesso no circuito de música independente americana com a banda Japanese Breakfast, virou best-seller ao mostrar personagem dividida entre as culturas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos em Aos prantos no mercado. O livro ficou 56 semanas entre os mais vendidos do New no York Times. A autora chega ao Brasil em dose dupla: o livro está sendo publicado aqui pela Fósforo e a Japanese Breakfast vai se apresentar na edição brasileira do festival Primavera Sound, nos dias 05 e 06 de novembro.
A Folha entrevistou Antônio Prata, colunista do jornal, que lança Por quem as panelas batem (Conpanhia das Letras), que reúne 60 crônicas publicadas a partir das manifestações de 2013. “Me causa uma indignação perpétua a realidade Brasileira é que se acentua de 2013 em diante”, diz o autor. “Eu não costumava escrever sobre política, era muito raro mas ficou muito difícil não tocar no assunto.” Ele conta que escolheu para a coletânea as crônicas mais evidentemente políticas, aquelas que se referem a uma política institucional, e que fizessem sentido lidas hoje.
O Globo entrevistou à escritora e artista visual Bruna Maia, altura do perfil @estarmorta nas redes sociais e a apresentadora do podcast Nu frontal ao lado da escritora Clara Averbuck. Obcecada por romances e séries policiais, ela sempre imaginava como cometer um crime sem ser pega. Ela escreveu então Com todo o meu rancor (Rocco), no qual a protagonista Ana se disfarça e invade a casa do ex para dopá-lo e torturá-lo psicologicamente. A autora defende um espaço maior para mulheres “difíceis” na ficção. Bruna também é autora da HQ Parece que piorou (Quadrinhos na Cia).