O Globo publicou uma reportagem que trata das mudanças no cenário da literatura brasileira desde a antologia de melhores autores publicadas em 2012 pela Granta. O diagnóstico é que a diversidade aumentou. A publicação da Granta fez à época uma lista de 20 escritores brasileiros promissores, com apenas um negro e sete mulheres. Editores discutem como foi essa evolução do mercado, abrindo portas para uma geração que não se via representada na ficção.
Também no Globo, foi assunto a troca epistolar entre dois grandes “Limas” na literatura brasileira. Com organização de Leandro Garcia Rodrigues, Jorge de Lima e Alceu Amoroso Lima: correspondência (Francisco Alves/EdUNEAL) reúne inéditas e pouco estudadas cartas trocadas entre o poeta alagoano e o crítico e pensador católico carioca. Elas iluminam a corrente religiosa do modernismo dos anos 1920 e 1930, um aspecto ainda pouco explorado do movimento.
Na Folha, a coluna Painel das Letras informou que Ruy Castro, colunista do jornal e um dos mais reconhecidos biógrafos do país, inscreveu sua candidatura à cadeira 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL), deixada vaga pela morte de Sergio Paulo Rouanet, neste mês. Há outros dois postulantes, os escritores Raquel Naveira e Jackeson dos Santos Lacerda, mas Castro é tido como favorito. A eleição deve ser marcada para outubro. Castro lança em agosto Os perigos do imperador (Companhia das Letras), mistura de romance e realidade histórica.
O Estadão entrevistou a espanhola Irene Vallejo, sucesso mundial com O infinito em um junco (Intrínseca), que narra de forma espetacular a história do livro. A autora traça uma jornada que vai desde a Grécia Antiga até a Guerra da Bósnia. Ela afirma que a literatura é capaz de explorar a realidade como a profundidade palpitante que raramente ocorre no cotidiano. “A humanidade muitas vezes escreve o que não ousaria dizer. Essas revelações, essas confidências, essas buscas profundas nos aproximam de pessoas que viveram séculos atrás, mas quais nos reconhecemos.”
No blog P de Pop, também no Estadão, Rodrigo Fonseca falou de Contato, novo volume da série de graphic novels inspirada pelo universo de Mauricio de Sousa, publicada pela Panini. O personagem do menino cientista, que foi criado em 1959 por Mauricio, ganhou uma releitura do quadrinista mineiro Victor Mariano Lopes Cafaggi, ganhador do troféu HQ Mix pela tira Valente. Junto com a irmã, Lu Cafaggi, ele criou o romance gráfico Laços, que inspirou o primeiro filme da Turma da Mônica no cinema, em 2019.
O Valor publicou crítica de José Castelo para Outono (Companhia das Letras), primeiro volume da Quadrilogia das estações, série iniciada agora pelo norueguês radicado em Londres Karl Ove Knausgard. O autor se desvia da brutalidade do mundo contemporâneo para apresentar à filha que ainda vai nascer um lugar que, apesar de toda a desordem, não só faça sentido, mas que guarde alguma promessa de delicadeza. O livro reúne pequenos ensaios ou cartas sobre temas comuns: o crepúsculo, as maçãs, as sacolas plásticas, o perdão.
