Apanhadão: Banca Tatuí na Feira de Frankfurt
PublishNews, Redação, 30/05/2022
E mais: O Globo entrevista o escritor norueguês Karl Ove Knausgård; Folha analisa livros que mostram big techs do Vale do Silício criando um futuro ridículo ou distópico

Neste final de semana, a coluna da Babel anunciou que a Banca Tatuí - comandada por João Varella e Cecília Arbolave - vai para a Feira de Frankfurt. A oportunidade surgiu de um projeto da maior feira do mercado editorial que vai levar 15 livrarias internacionais para a sua edição de 2022. A Banca Tatuí foi uma das selecionadas e Varella participará de uma programação que inclui treinamentos, seminários e networking. "Nossa expectativa é aprender práticas de outros pontos do planeta que ajudem a disseminar a cultura literária", disse ele à coluna.

Maria Fernanda divulgou também que a Companhia das Letras irá lançar na Bienal do Livro de São Paulo, a Coleção Canoa de livros infantis. De olho nas classes C e D, os livros sairão por R$ 9,90.

O Globo entrevistou o escritor norueguês Karl Ove Knausgård, que vai lançar Outono, primeiro livro do que ele chama A quadrilogia das estações. Ele foge das tensões que marcaram seu projeto anterior. O autor é conhecido pela monumental série autobiográfica Minha luta, que recuperou em minúcias a vida do autor e as difíceis relações com sua família. Após 3.600 páginas e seis volumes que lhe trouxeram desgaste com amigos e parentes, mas também comparações com Marcel Proust, o romancista lançou um livro que se divide em uma série de cartas e pequenos ensaios dirigidos à filha Anna, escrito seis meses antes de ela nascer.

Também no Globo há uma matéria sobre Happycracia: fabricando cidadãos felizes (Ubu), do psicólogo Edgar Cabanas e da socióloga Eva Illouz. Eles defendem que a retórica da felicidade a todo o custo tem laços com o poder ao tentar mascarar a realidade e os problemas sociais. Eles produzem uma avaliação crítica de um campo de estudos, um emaranhado de disciplinas que coincidem na ideia de otimização e instrumentalização da felicidade: psicologia positiva, literatura de autoajuda, toda uma indústria de bem-estar, coaching e companhia limitada.

O Estadão trouxe entrevista com o médico Drauzio Varella, que lança o livro O exercício da incerteza (Companhia das Letras), uma autobiografia em que ele relembra desafios enfrentados em 50 anos de carreira médica, repassa a luta contra a AIDS e a importância do SUS. Aos 79 anos, o oncologista também conta muito de seu período atendendo detentos no Carandiru e comenta também muito do combate à pandemia de Covid-19.

Uma reportagem divertida, também no Estadão, é o recorde mundial de pessoas disfarçadas de vampiros que foi quebrado na pequena cidade inglesa de Whitby. Foi ali que o escritor irlandês Bram Stoker (1847-1912) encontrou inspiração para escrever seu mais famoso livro: Drácula. O número que vai para o Guinness Book é de 1.369 pessoas de capa preta e dentes postiços. Stoker passou um tempo na cidade em 1890, e sete anos depois publicaria o livro sobre o mítico conde sedento de sangue humano.

A Folha publicou matéria sobre livros que invadem o império das big techs e mostram como o mundo pode ser levado a viver uma realidade ridícula ou distópica. A análise foca em dois livros: Vale da estranheza (Companhia das Letras), de Anna Wiener, e Ecologia (Dublinense) de Joana Bértholo. No primeiro, o Vale do Silício é motivo de riso. Por exemplo, a autora descreve pessoas que querem saber “quais livros constituem o cerne do sistema operacional de alguém”. Ou seja, quais são seus livros favoritos. No segundo, o totalitarismo é muito forte e opressor, criando um mundo em que empresas de tecnologia controlam a linguagem e cobram pelo uso de palavras.

No caderno Ilustríssima, a Folha trouxe entrevista com Heloisa Buarque de Holanda. Em seu livro mais recente, Feminista, eu? (Bazar do Tempo), ela analisa a presença feminina na literatura, no cinema e na música popular brasileira, da década de 1960 até hoje. Heloisa aponta a contribuição de dezenas de mulheres artistas para o fortalecimento do feminismo no país, ainda que nem todas se dessem conta disso.

O Valor publicou duas resenhas de livros elogiados pela crítica Internacional. Receitas de inverno da comunidade (Companhia das Letras) é o primeiro livro da americana Louise Glück depois que ela recebeu o Nobel de Literatura, em 2020. Sai no Brasil com seus 15 poemas em edição bilíngue. O outro lançamento resenhado é um sucesso pop. Trem-bala (Intrínseca), do japonês Kotaro Isaka, parece uma mistura de mangá com Quentin Tarantino. A ação se passa dentro de um trem que faz uma viagem de duas horas e meia tendo entre seus passageiros cinco assassinos e um grande mafioso. E eles não se entendem muito bem. O livro já virou um filme em versão americanizada, com Brad Pitt no elenco.

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[30/05/2022 11:00:00]