
Foi anunciada no final de semana a morte do desenhista de quadrinhos americano George Pérez, aos 67 anos. Uma semana depois da morte de Neal Adams, artista que revitalizou a trajetória do Batman, morre outro gigante da HQ, que foi responsável por outro resgate de personagem da DC Comics. No caso, a Mulher Maravilha, nos anos 1980.
No começo dos anos 1980, Pérez desenhou os Vingadores e o Quarteto Fantástico para a Marvel, já exibindo um estilo limpo, que o inclui entre os melhores artistas realistas de HQ, por mais que o termo “realista” soe esquisito para o gênero. O sucesso na rival incentivou a DC a oferecer trabalhos que o fizeram mudar de casa.
Seu primeiro sucesso realmente consagrador foi a reformulação da Turma Titã, a versão jovem da Liga da Justiça liderada por Robin. Trabalhando com o roteirista Marv Wolfman, ele transformou a revista Os Novos Titãs em um dos hits da década. O prestígio alcançado permitiu que tivesse carta branca para um projeto muito pessoal, que era resgatar as histórias da Mulher Maravilha, personagem em baixa na época.
Se Gal Gadot é hoje uma estrela mundial de cinema interpretando a Mulher Maravilha, ela deve agradecer a Pérez, que recolocou a personagem no topo dos gibis mais vendidos. Sua fórmula para esse sucesso foi dar espaço nas histórias a muitos deuses da mitologia grega, transformados em heróis. Talvez apenas uma outra obra de George Pérez possa rivalizar em repercussão com sua visão da heroína amazona: a ambiciosa série Crise nas infinitas Terras, nova parceria com Marv Wolfman.

Simpático ao extremo, George Pérez era figurinha fácil nas convenções de quadrinhos. Vítima de um câncer no pâncreas, deixa uma lacuna impossível de ser preenchida no panteão dos artistas de gibis.