Morre aos 92 anos o britânico Jack Higgins
PublishNews, Thales de Menezes, 11/04/2022
Autor de romances de espionagem de sucesso como 'A águia pousou' e 'A noite da raposa', ele vendeu cerca de 150 milhões de exemplares no mundo todo, apesar de receber severas críticas da imprensa especializada

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É praticamente impossível a qualquer frequentador assíduo de livrarias não reconhecer o titulo A águia pousou. Esse livro de Jack Higgins vendeu mais de 50 milhões de exemplares no mundo inteiro, e consagrou seu autor como best-seller no gênero de romances de espionagem, com uma forte predileção por ambientações na Segunda Guerra Mundial.

Com cerca de 150 milhões de livros vendidos até hoje, Jack Higgins morreu no último sábado (9), aos 92 anos, em sua casa, na ilha Jersey, paraíso fiscal na Canal da Mancha, onde vivia há décadas para fugir dos pesados impostos do Reino Unido. O autor começou a publicar em 1959 e escreveu 34 romances antes de chegar a um estrondoso sucesso mundial em 1975, com A águia pousou. A trama recria a missão de um comandante nazista incumbido de sequestrar o premiê britânico Winston Churchill.

O livro escalou as listas de mais vendidos tão rapidamente que no mesmo ano Higgins já vendeu os direitos de filmagem. No ano seguinte, A águia pousou fez ótima carreira nos cinemas. Foi o último filme dirigido por John Sturges e tinha um elenco estrelado, com Michael Caine, Donald Sutherland e Robert Duvall. A partir daí, Higgins nunca deixou de frequentar a lista dos mais vendidos, conseguindo manter o ritmo de praticamente um best-seller por ano.

Jack Higgins não morreu sozinho. Com ele foram embora também Harry Patterson, Martin Fallon, Hugh Marlowe e James Graham. Dos 77 livros que publicou, 28 deles foram assinados por esses pseudônimos. Bem, na verdade Harry Patterson não é um pseudônimo, é o nome verdadeiro do autor, com o qual começou a lançar seus romances em 1959. A profusão de nomes diferentes parou quando o sucesso de Prece para um Condenado (1973) e A águia pousou o transformou em best-seller mundial com a assinatura Jack Higgins.

Apesar do excepcional sucesso financeiro – foi o autor que mais faturou na Europa em várias anos das décadas de 1970 e 1980 –, o crescimento de sua conta bancária foi inversamente proporcional à consideração que recebia dos críticos. Higgins foi constantemente depreciado por seu estilo simples de escrever, algo que certamente ajudou a formar sua enorme popularidade, mas, principalmente, foi atacado por aqueles que apontavam no autor uma reciclagem constante de tramas, sequências narrativas e personagens de seus livros mais antigos na produção de novos títulos.

Até mesmo os críticos mais severos reconheceram que houve um curto período, nos anos 1970, em que Higgins escreveu seus maiores romances. Quem quer conhecer o melhor do autor pode procurar por Prece para um condenado, A águia pousou, A permuta de Valhala (1977), Um rei na manga (1979) e Solo (1980). Vale destacar que, para alguns fãs fervorosos, seu maior momento veio depois, em 1986, com A noite da raposa. Higgins é publicado no Brasil pela editora Record.

[11/04/2022 10:00:00]