Três perguntas do PN para Fernanda Dantas
PublishNews, Redação, 07/12/2021
Gerente do Brazilian Publishers estreia nova seção do PN e faz balanço da primeira incursão presencial do projeto setorial de exportação de conteúdos editoriais em uma feira internacional desde o início da pandemia

Na semana passada, representantes de 1.223 editoras de 37 países diferentes se reuniram no México, para um dos mais importantes eventos da indústria editorial mundial, a Feira Internacional do Livro de Guadalajara.

Além de ser um dos principais eventos de língua espanhola no mundo, a feira é palco de importantes negócios e os editores brasileiros enxergaram ali uma oportunidade para conquistar parte do mercado hispanoablante.

A edição de 2021 marcou ainda a retomada em feiras presenciais do Brazilian Publishers, projeto setorial de exportação de conteúdos editoriais encabeçado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Quem coordena o projeto é Fernanda Dantas, convidada para inaugurar o Três perguntas do PN para, nova seção fixa do PublishNews.

PublishNews - Guadalajara foi a primeira incursão do BP nos eventos internacionais desde o início da pandemia. Que balanço você consegue fazer?

Fernanda Dantas - A feira foi diferente do que estávamos acostumados, menos público e menos expositores, porém quem esteve presente pode realizar bons contatos. Acredito que a participação do Brasil foi muito importante para mostrar que nosso mercado continua trabalhando e produzindo muito. Essa retomada da participação em eventos presenciais se dará de forma gradual. Pudemos apresentar o catálogo do BP e gerar bons contatos para as empresas apoiadas, mesmo para as que não estavam presentes no estande. A parceria com a embaixada do Brasil no México foi fundamental para viabilizar a venda de livros, em português e em espanhol, no estande do Brasil, assim como para assegurar a participação dos escritores brasileiros no projeto Destinação Brasil.

PN - A literatura pode ser considerada um softpower de uma nação, mas para isso, suas histórias precisam circular. O que falta para o Brasil passar de país comprador de conteúdos editoriais a um país exportador desse tipo de conteúdo?

FD - Essa transformação já vem acontecendo. É um processo lento, que necessita de um grande investimento em imagem, algo que o BP investiu muito nos últimos anos, com uma comunicação internacional bastante sólida. Temos uma newsletter quinzenal que é bastante reconhecida e investimos nas mídias sociais, onde mostramos os highlights da produção brasileira, novidades, autores e livros, etc. As parcerias com as embaixadas são também um ponto fundamental de apoio para a construção desta imagem. E a aproximação com os principais veículos de comunicação internacionais tem dado visibilidade ao Brasil.

PN - O que o associado do BP pode esperar para 2022?

FD - Pode esperar a retomada dos eventos presenciais, com um circuito robusto de feiras – Bolonha, Londres, Bogotá, Buenos Aires, Gotemburgo, Frankfurt e Guadalajara, além de um grande programa profissional na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O BP também continuará investindo na formação e treinamento dos editores, nos apoios individualizados, na bolsa tradução e realizando eventos on-line.

[07/12/2021 07:50:00]