Os organizadores apresentaram uma edição que, não só marca uma retomada, mas que reafirma o papel da Bienal como protagonista cultural no cenário literário nacional e a sua vocação para ser um lugar de múltiplas vozes.
"A Bienal do Livro Rio chega a sua 20ª edição com um senso de importância que transcende sua própria história", destacou Marcos da Veiga Pereira, em seu último discurso de abertura de uma Bienal como presidente do Sindicado Nacional de Editores de Livros (SNEL). Ele, que deixa em 2022 a presidência da entidade, destacou ainda que o principal objetivo dessa edição é resgatar a importância do livro como instrumento transformador da nação. "Vivemos num momento de polarização em que a leitura precisa resistir", concluiu.
Resumindo a construção dessa edição da Bienal em três palavras - resiliência, coragem e esperança -, Marcos lembrou que a previsão é que o mercado de livros feche esse ano com um aumento nas vendas na ordem de 25% e destacou a presença do prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes, que "vestiu a cidade de Bienal" e mostrou seu apoio ao evento.
Sobre esse episódio, Paes disse ser inacreditável que os organizadores e visitantes da Bienal de 2019 tenham passado por essa situação. "Venho aqui não só como prefeito, mas em nome dos cariocas me desculpar com aqueles que organizaram a Bienal de 2019 e que acreditaram na Bienal daquele ano, pelos absurdos que aconteceram aqui", disse frisando ainda que "o Brasil precisa cada vez mais apostar na leitura".
Sua fala também foi pautada em vários momentos sobre a importância da ciência, da vacinação, e das ações que a cidade do Rio tem feito para conter a pandemia.
A 20ª edição da bienal homenageou o autor Zuenir Ventura como personalidade literária.
Emocionado, ele subiu ao palco e lembrou q a Bienal sempre fez parte de sua vida. "Esse é o melhor presente nesse ano que fiz 90 anos", disse antes de contar que seus filhos sempre vieram ao evento e se dizer fã da ministra Cármen Lúcia, também homenageada na cerimônia.
A ministra recebeu o Prêmio José Olympio, que desde 1983 reconhece personalidades e instituições com notáveis contribuições em prol do mercado editorial brasileiro. Em seu discurso, retribuiu o carinho de Zuenir e deixou claro a importância dos livros, da leitura, do respeito pelos outros, e principalmente pelos artistas e autores. "Devemos reverenciar nossos artistas", disse.
Carmen falou também sobre o relevante papel da Bienal, "a celebração de uma caminhada pela superação que estamos vivendo" e lembrou que temos outras pandemias que lidamos e que não podemos esquecer: a pandemia política, do retrocesso dos direitos humanos, a econômica e humanitária. "Toda vez que o direito atua pra fazer a infelicidade das pessoas, atua mal", declarou.
A programação completa você confere no site da Bienal. Todas as sessões da programação oficial terão tradução simultânea em libras e serão transmitidas também pelo site da Bienal.