Já temos os cinco Jovens Talentos de 20/21
PublishNews, Leonardo Neto, 22/09/2020
André Fonseca, Anna Luiza Cardoso, Kim Doria, Taty Leite e Verena Alice Borelli foram selecionados pelo júri e já confirmaram a sua participação na programação oficial da Feira de Frankfurt 2020. Um deles irá para o evento em 2021.

André Fonseca, Anna Luiza Cardoso, Kim Doria, Taty Leite, e Verena Alice Borelli são os Jovens Talentos 20/21
André Fonseca, Anna Luiza Cardoso, Kim Doria, Taty Leite, e Verena Alice Borelli são os Jovens Talentos 20/21
Todo os anos, desde 2015, a redação do PublishNews tem um encontro certo com a emoção. É a hora de anunciar os finalistas do Prêmio Jovens Talentos da Indústria Editorial cuja missão é apresentar profissionais que não só representam a renovação do mercado, mas também o futuro da indústria. São histórias recheadas de conquistas que fazem nossa equipe realmente se emocionar. E neste ano, claro, não foi diferente.

O anúncio dos finalistas estava previsto para a próxima sexta-feira (25), mas o júri já realizou o seu trabalho e nós resolvemos antecipar a divulgação até mesmo porque a Feira do Livro de Frankfurt deve anunciar, em breve, a sua programação e os nomes dos cinco finalistas estarão lá, representando o Brasil.

Nesta edição, o júri – composto por Carolina Rocha, vencedora da última edição do Prêmio, Lu Magalhães, sócia do PublishNews, e Marifé Boix Garcia, vice-presidente da Feira de Frankfurt – recebeu 38 inscrições. Dessas foram escolhidos cinco finalistas: André Fonseca, editor da Citadel; Anna Luiza Cardoso, sócia da Agência Villas-Boas & Moss; Taty Leite, booktuber e coordenadora do Vá Ler um Livro; Kim Doria, gerente de comunicação da Boitempo, e Verena Alice Borelli, gestora estratégica da Belas Letras.

Como se vê, a escolha atende a uma das principais características do Jovens Talentos: ser democrático e abraçar as mais diversas etapas da cadeia produtiva e distributiva do livro. Neste ano, entre os finalistas, tem um editor, uma agente literária, uma influenciadora, um gestor de comunicação e uma gestora estratégica.

Além de figurarem na programação oficial da Feira do Livro de Frankfurt, cuja edição de 2020 será on-line por conta da pandemia, os cinco participarão de uma série de encontros e eventos com o PublishNews ao longo do primeiro semestre de 2021.

Em julho do ano que vem, eles participarão de um pitching em que defenderão a sua candidatura e um júri composto por especialistas e nomes consagrados do mercado editorial brasileiro elegerá o vencedor que acompanhará a edição da Feira de Frankfurt em 2021, com as despesas de passagens e hospedagem pagas, além de uma ajuda de custo no valor de 500 euros.

O Jovens Talentos é realizado pelo PublishNews, com o patrocínio do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e apoio da Feira do Livro de Frankfurt.

Confira abaixo um breve perfil de cada um dos finalistas (em ordem alfabética):

Há dez anos, André Fonseca trabalha na indústria do livro. Começou a sua carreira na Editora Saraiva, convertendo livros físicos em e-books, mas foi na LeYa que teve a primeira experiência como editor. Teve breves passagens pela Escala e Novo Século até que, em 2014, entrou para a Planeta, onde assumiu o selo Academia, de desenvolvimento pessoal, espiritualidade e negócios. Ali teve a chance de trabalhar com nomes como Monja Coen, Augusto Cury, além de parcerias com canais e programas de TV. Na sua inscrição, relata que, em dois anos, conseguiu triplicar o faturamento do selo ao escolher para o catálogo da Academia livros de nomes como Tiago Brunet, Bianca Toledo, Vera Lúcia Marinzeck, papa Francisco e Chico Xavier. Como desdobramento deste trabalho, ajudou a criar o selo Pórtico, voltado para o público evangélico, e Planeta Estratégia, selo de livros de negócios. No ano passado, deixou a Planeta e passou a integrar o time da Citadel, casa de Mais esperto que o diabo, clássico de Napoleon Hill, que lidera a Lista Anual do PublishNews, com mais de 80 mil exemplares vendidos em 2020. A sua candidatura foi endossada por Pedro Almeida, com quem André trabalhou na LeYa. “Podem apostar: André reúne as qualidades essenciais de um editor que é importante no presente, mas fundamental no futuro”, declarou o seu padrinho.

No início da segunda década deste século, Anna Luiza Cardoso era uma jovem que estava transitando do Direito para as Letras, sua paixão. Em novembro de 2012, foi convidada para estagiar na Villas-Boas & Moss, agência de Luciana Villas-Boas, que acabava de nascer. Em março do ano seguinte, Anna teve a sua prova de fogo. Foi sozinha, representando a agência, para a Feira do Livro de Londres. “Ela deu conta do recado perfeitamente, o que me impressionou”, disse a fundadora da Agência na sua indicação. A sua candidatura foi por meio de um vídeo em que Anna conta um pouco da sua trajetória e destaca um caso de sucesso: a escritora Martha Batalha, autora de A vida invisível de Eurídice Gusmão (Companhia das Letras), que teve enorme sucesso (tanto o livro quanto o filme, dirigido por Karim Aïnouz). Martha Batalha, foi, inclusive, uma das madrinhas de Anna no prêmio. Para a autora, “Anna é extremamente competente e tem um conhecimento extraordinário do mercado editorial brasileiro e internacional”. Essa trajetória, iniciada como estagiária, rendeu à Anna um posto de sócia da agência literária. Além dos endossos de Martha Batalha e Luciana Villas-Boas, a candidatura de Anna recebeu apoio de Marianne Merola, da agência norte-americana Brandt & Hochman e The Joy Harris; dos editores Cassiano Elek Machado, Leila Name e Mariana Rolier e do escritor Alberto Mussa.

Em 2011, Kim Doria estava deixando a universidade, onde cursou Cinema, quando entrou para o time da Boitempo para coordenar o departamento de Comunicação da editora. Desde então, ficou claro para o jovem talento que era preciso formar leitores. Criou uma série de encontros com autores, alguns deles reunindo milhares de pessoas, como foi o caso da turnê de Angela Davis pelo Brasil, capitaneada por Kim. “Tenho orgulho de ter participado do processo de seleção, negociação, publicação e comunicação das obras de Davis, que não apenas se tornou uma das autoras mais vendidas do catálogo da Boitempo, como abriu espaço para uma importante transformação do mercado editorial brasileiro como um todo, cujos desdobramentos estamos apenas começando a acompanhar”, disse na sua candidatura. Além de ser responsável pelos eventos da editora, Kim cuida também das redes sociais da casa, incluindo os blogs e canais no YouTube, e do catálogo de e-books. A sua candidatura foi apoiada por Joana Conti, que já foi finalista do Jovens Talentos, e Marcelo Gioia, ambos da Bookwire, e ainda por Frederico Soares Indiani, gerente-geral da Boitempo. Para Indiani, Kim tem “vigor criativo” e “múltiplos talentos”.

Esta é a segunda vez que Taty Leite figura entre os finalistas do Prêmio Jovens Talentos. À frente do projeto Vá ler um Livro, vencedor do Prêmio IPL – Retratos da Leitura, ela tem usado o seu poder de influenciar pessoas por meio dos seus canais para aproximá-las dos livros e da leitura, contribuindo assim para que o mercado cresça e se desenvolva. Além do Vá Ler um Livro, Taty está envolvida em projetos do YouTube Edu, plataforma de ensino gratuito do YouTube, do Catraca Livre, da TV Cultura e ainda criou o projeto #OcupeACidade, que colocou criadores de conteúdo para falar sobre livros e artes em lugares históricos da cidade de São Paulo. André Palme, country manager da Storytel no Brasil, foi um dos padrinhos de Taty Leite nesta edição. Para ele, a finalista é “capaz de navegar em universos diversos da literatura, dos mais clássicos aos mais contemporâneos, trazendo algo fresco, leve e moderno para a mesa”. Quem também indicou Taty foi Juliana Leuenroth, do coletivo Leia Mulheres. “Num momento como o nosso, em que o mercado está sofrendo uma crise tão séria, ter alguém como Taty, que incentiva a leitura de forma tão global, é sempre muito importante”, disse na sua indicação. Além de Palme e Juliana, a finalista teve o endosso de Raíssa Pena, diretora de publicações do Catarse e finalista do Jovens Talentos em 2018; da professora e jornalista Tatiana Rezende e de Michelle Henriques, também do coletivo Leia Mulheres.

Verena Alice Borelli é a única candidata deste ano que não está no eixo Rio-São Paulo. Ela atua como gestora estratégica da editora gaúcha Belas Letras e foi indicada por Gustavo Guertler, publisher da casa. Ele conta que Verena entrou na editora em 2017 para auxiliar na parte financeira, mas desde o começo passou a se envolver com a gestão e o planejamento estratégico da empresa. Com a instalação da pandemia do novo coronavírus, ela demonstrou toda a sua capacidade de liderança ao coordenar a transição para o modelo de trabalho 100% remoto (adotado de maneira permanente pela Belas Letras) e a reestruturação de todo o negócio, incluindo a nova estratégia de pré-pedidos e tiragens, além da política financeira e comercial. Como resultado, no primeiro semestre, apesar da severa crise, a empresa cresceu 16% em relação a 2019. Além disso, a empresa conseguiu, agora, em agosto de 2020, baixar a zero o triste índice de inadimplência, que chegou a 80% em março passado. Paralelamente a isso, assumiu este ano oficialmente a área de gestão de pessoas e liderou o projeto que garantiu à Belas Letras a certificação Great Place to Work (GPTW), Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil, com uma nota 98 sobre 100.

[22/09/2020 10:50:00]