Prontos para mais uma rodada de boas práticas no uso dos metadados?

Depois de falar sobre Metadados: mais valiosos do que nunca e Com qualidade não se brinca, convidei a Cristiane Martins e a Priscila Xavier (foto ao lado), responsáveis pelo controle de qualidade dos Metadados na Metabooks, para aprofundar um pouquinho o maravilhoso mundo das palavras-chave. Bora lá?!? Agora é com elas!
Lembra quando dissemos que pode ter algo errado quando o seu público não consegue achar o que você está publicando? Pois é... quem não encontra, não compra! Atrair o público não é fácil, mas também não é impossível. Um elemento crucial é facilitar a descoberta, e é aí que as nossas queridas palavras-chave entram em cena!
Nós elencamos aqui algumas dicas e processos que vão lhe ajudar nessa tarefa. Parte do conteúdo apresentado está embasado no artigo da Ingram Content Group: “Metadata Checklist” (grande grupo do mercado mundial, conhecido de muitos).
Por onde começar?
Definitivamente, o primeiro passo é sair de dentro da caixinha (ou capinha rsss), se sentir na pele do leitor/comprador, e se perguntar como você procuraria aquele livro? Vamos lá... respire fundo e deixe a imaginação fluir. Sem exageros, claro!
Papel e caneta na mão?
- Elimine logo de cara termos genéricos; quanto mais específico melhor. Elimine também repetição de metadados que já encontram em outros campos, como título e autor
- Acrescente categorias e subcategorias que não foram encontradas nas árvores de classificação disponíveis, como BISAC e Thema
- Utilize informações como locais importantes ou períodos históricos mencionados na obra (Nova Inglaterra, Guerra Civil Americana). Elas são valiosas!
- Inclua os estilos, gêneros, público (gênero dramático, drama familiar, para aquecer o coração, jovens leitoras, questões feministas)
- Destaque-se na busca ao utilizar informações como tipos, papéis e nomes de personagens (mulheres fortes, jovens mulheres, Amy, Meg, família March, irmãs)
- Insira grafias alternativas ou erradas. Afinal, pense que nem sempre o leitor sabe escrever o que está pesquisando. Por exemplo: kitnete, kitinete ou quitinete? Escolham! Se colocarmos essas palavras como tags, o seu livro pode ser encontrado independente de qual grafia seu leitor digitou
- Disponibilizar informações como título em outros idiomas (não o título original, que já tem campo ONIX pra isso), prêmios, informações da edição e até adaptações de filmes e séries são tags bem-vindas (Little Women, edição comemorativa, Vencedor do Prêmio Jabuti 2019). Podemos dar até exemplo desta horrível pandemia atual, pois, de acordo com a Netflix, eles estão recebendo um impulso inesperado em todos os conteúdos apocalípticos
- Informe ao seu público a cor da capa. “Moça, você tem aquele livro da capa verde com um violão?”. Como bibliotecárias podemos afirmar que essa é uma pergunta bem comum, e por que não a tornar um metadado?
Quantidade
Não há uma regra, muitos fatores influenciam. Podemos dizer que, no mínimo, três palavras-chave devem ser indicadas e uma quantidade satisfatória gira em torno de 10 a 20 termos. Para alguém que conhece bem o conteúdo, é mamão com açúcar!

Tecnologia a nosso favor
Digitar termos no Google ou outros sites pode levá-lo a encontrar sugestões e ideias por meio dos preenchimentos automáticos. Essas sugestões são baseadas em pesquisas reais e pode fornecer um bom caminho para entender como a obra está sendo procurada, pois são os termos mais populares. Vá trocando as palavras para chegar em vários resultados.
Existem várias ferramentas (muitas delas gratuitas) disponíveis para se gerenciar palavras-chave. O ‘Google Keyword Planner’ é um ótimo exemplo, basta ter uma conta do Gmail.
O YouTube também entra na lista de ferramentas úteis. Pode ser carregada uma infinidade de material: booktrailers, trechos lidos pelo próprio autor, lançamentos, entrevistas e etc. Aposte nas tags dentro das descrições dos vídeos.
A prática leva à perfeição
Mantenha seus termos vivos, faça revisões e mudanças periódicas nas palavras e frases para acompanhar tendências e novidades. Dessa forma seu livro vai estar por aí, prontinho para ser encontrado.
Você deve estar pensando: ‘nossa, isso vai dar muito trabalho’. Calma! Realmente qualquer processo criativo não é feito num estalar de dedos, num passe de mágica (quem dera!). Vai exigir um pouquinho do seu tempo, mas o resultado fará valer a pena! Envolva o máximo de pessoas que puder, ouça as diferentes opiniões e filtre. Comece aos poucos, num catálogo extenso faça uma seleção de títulos, o importante é começar.
Acho que para começar está bom, né? Claro que existe muito mais a se explorar sobre esse tema, e logo a gente volta com mais dicas. Uma coisa é certa, é um delicioso caminho. Quando começar a fluir, vai ser difícil parar!
Aventure-se nesse mundo!

* Ricardo Costa é Managing Director da Metabooks no Brasil. Por seis anos, foi sócio-diretor do PublishNews. Além de um apaixonado pelo mundo do livro, é viciado em séries de TV e se mete a cozinheiro (sim, cozinheiro, porque “chef” agora é coisa de TV) nas horas vagas, que são poucas! Ricardo é formado em Análise de Sistemas e tem especialização em Publishing, com experiência em desenvolvimento de negócios no mercado editorial. Trabalhou por seis anos como diretor editorial e de marketing e outros três anos como consultor em desenvolvimento de negócios editoriais; antes disso, foi gerente de produto na HBO Brasil.