
Ele mostrou como a automatização dos estoques; a dinamização da distribuição de medicamentos; a gestão colaborativa com fornecedores e as informações compartilhadas entre indústria, distribuidores e varejo ajudaram a expansão do negócio no Brasil. Foi uma aula. Sobre isso, o PublishNews conversou com Sérgio e a entrevista estará na próxima edição do Podcast, que vai ao ar na próxima segunda.

Foi, a exemplo da palestra de Sérgio, uma aula. No sentido mais acadêmico da palavra. No cerne da sua apresentação, estavam as novas formas de leitura, o papel do livro impresso e a livraria no mundo digital. De certa forma, Chartier repetiu as ideias que apresentou no sexto Congresso do Livro Digital, em 2016, de que a revolução promovida pela tecnologia de hoje impacta de forma incisiva a economia do livro moldada no século 18 e até então não ameaçada.
A sua defesa do livro impresso versus a existência de uma sociedade digital parece datada. Experiências mundo afora já mostraram não uma dicotomia, mas uma coexistência entre o físico e o digital. Se é que ele existe, o apocalipse do livro físico foi adiado.
Chartier foi brilhante ao defender as livrarias de argamassa e tijolos. “[Elas são] uma instituição fundamental do espaço público de que necessita a nossas sociedades. [Elas] foram local de resistência contra o poder tirânico desde a Espanha de Franco até a Buenos Aires da ditadura militar. Hoje em dia, em nossos tempos da reescrita da história, de falsas verdades, as livrarias são um instrumento essencial de acesso ao saber”, disse. “Cada um de nós se lembra das livrarias onde encontrou livros que não buscava e que transformaram a sua existência. Cada um de nós se lembra dos livreiros atentos que foram seus guias na floresta dos títulos convertida, graças a eles, em um jardim de várias flores. Estas lembranças não devem se transformar em uma nostalgia de um passado desaparecido. Pelo contrário, fortalecem a defesa das livrarias”, finalizou.
A programação da Convenção segue nesta quinta-feira debatendo a situação econômica brasileira com o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e o próprio negócio do livro e seus modelos com nomes como Marcos Pereira (Sextante / SNEL), Samuel Seibel (Vila), Rui Campos (Travessa), Julio Cesar Cruz (Catavento), Marcus Teles (Leitura) Magda Krauss (Saber e Ler), Isaque Lerbak (Eldorado) e Henrique Nogueira (GfK).