O julgamento que tirou Bolsonaro da carreira militar
PublishNews, Redação, 20/08/2019
Livro apresenta uma investigação sobre um momento controverso na trajetória de Jair Bolsonaro: o abandono da carreira militar e o ingresso na vida política

Jair Bolsonaro tornou-se uma figura pública em 1986, quando assinou, na revista Veja, um artigo em que reclamava do baixo soldo pago aos militares. Um ano depois, nas páginas da mesma revista, reapareceu numa reportagem que revelava um plano de estourar bombas em locais estratégicos do Rio de Janeiro. A revista publicou um desenho que detalhava o plano. O croqui, supostamente de autoria do capitão, comprovaria a conspiração em curso no Exército. Instado a prestar contas, Bolsonaro foi considerado culpado no primeiro julgamento, e mais tarde inocentado pelo Superior Tribunal Militar (STM). Após a decisão da corte, deixou a farda, passou à reserva e ingressou na política. Em O cadete e o capitão (Todavia, 256 pp, R$ 54,90), o jornalista Luiz Maklouf Carvalho examinou a documentação do processo (reproduzida no livro) e escutou as mais de cinco horas de áudio da sessão secreta. Também entrevistou personagens que atuaram no caso, entre jornalistas de Veja e militares colegas de Bolsonaro. Além de reunir indícios suficientes para apontar que a autoria do croqui, como sustentou Veja até o fim, era mesmo do capitão, Maklouf reconstitui um episódio decisivo não apenas para a trajetória do presidente eleito em 2018, mas também para a redemocratização e o jornalismo no Brasil.

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[20/08/2019 07:00:00]