Juíza vê fraude em transação da família Herz
PublishNews, Redação, 03/07/2019
Sérgio Herz teria transferido dois apartamentos e três carros para a sua mulher. Acusação alega que transação teve como objetivo blindar os bens e protegê-los de credores.

A juíza Tonia Yuka Koruku, da 13ª Vara Cível de São Paulo, entendeu que houve fraude em transações entre membros da família Herz. Isso porque Sérgio Herz, CEO da Livraria Cultura, transferiu para a sua mulher, Catarina Machado Mendes Capela Herz, dois apartamentos dúplex localizados na Zona Oeste de São Paulo e três imóveis, exatamente 21 dias antes de a livraria entrar com pedido de recuperação judicial da Cultura.

Segundo apurou a Folha de S. Paulo, Sérgio e Catarina são casados em regime de separação total de bens, ou seja, todo o patrimônio obtido antes ou durante o casamento pertence somente ao cônjuge que o adquiriu. Os apartamentos foram transferidos por meio de doação e na escritura foram avaliados em R$ 125 mil, cada um. Segundo corretores ouvidos pela Folha, os dois valem, juntos, cerca de R$ 2 milhões. Houve ainda a transferência, mediante pagamento de R$ 505 mil, de três automóveis: um Land Rover Range Rover 2017, um Audi A6 2012 e um Honda HR-V 2018.

A juíza, então, decidiu suspender liminarmente as transações, em resposta ao Banco Original, que entrou na Justiça contra Herz. A instituição financeira alega que estes eram os últimos bens livres e desimpedidos de Herz e que a atitude da família foi blindar e proteger os bens dos credores. Segundo consta na relação de credores, a Cultura deve ao Original R$ 2,6 milhões.

Em resposta, o advogado Thiago Bernardo Silva, que representa Herz, disse à Folha que o empresário nega qualquer alegação de fraude e que seu cliente deverá contestar qualquer decisão judicial a respeito.

Essa não é a primeira investida do Original contra Herz. No início do ano, o banco conseguiu penhorar o apartamento que Herz usa como residência.

[03/07/2019 06:00:00]