Já falamos de alguns conceitos de marketing, de redes sociais, sites e apps nesta série Marketing Digital e Outras Coisitas Mais.
Chegou a hora de falar deles, os influenciadores \o/
Influenciador não é um conceito novo. Estamos falando de alguém que consegue influenciar – óbvio – uma ou mais pessoas a respeito de determinado assunto. Celebridades são influenciadores em certos assuntos, jornalistas, autores e professores também, e claro...você! Com certeza você tem um grupo social ou familiar em que você influencia sobre algum assunto ou alguma área.
Os primeiros produtores de conteúdo que receberam o nome de influenciadores apareceram no Brasil por volta de 2010, como por exemplo o PC Siqueira. Se considerarmos o mercado publicitário, este fenômeno vem dobrando de tamanho a cada ano, desde então.
O impacto destes produtores de conteúdo se expande para além da internet. Segundo a GFK, eles por exemplo, aumentam a audiência jovem em programas como o Fantástico em 26%. Além disso, segundo pesquisa da Geometry, 33% dos jovens considera estes influenciadores digitais como a principal influência de compra.
O termo Youtuber ficou tão conhecido – produtores de conteúdo que tem o YouTube como principal plataforma de distribuição de seu conteúdo – que foi adicionado ao dicionário Oxford.
Mas é preciso que a gente não use só o termo influenciador, mas também o termo criador de conteúdo. Por que? Porque influência é consequência e não o ponto de partida desta conversa.
Primeiro a pessoa precisa produzir conteúdo, se tornar uma referência, para então poder ser um influenciador, e de fato, influenciar alguém.
Além disso, precisamos fazer uma distinção importante aqui entre influenciador e webcelebridade. Quando falamos de nomes como Felipe Neto, Gabriela Pugliesi e Whindersson Nunes estamos falando de uma webcelebridade, ou seja, alguém que se tornou conhecido e famoso na internet e que tem uma grande audiência (na casa dos milhões de usuários). Estas pessoas são sim, influenciadores para alguns assuntos. Para dar um exemplo bem básico, a Pugliesi influencia sua audiência para questões relacionadas a bem-estar e exercícios, mas não consegue – provavelmente - influenciar sua audiência se falar sobre livros, porque não é isso que as pessoas buscam em seu conteúdo.
Já quando falamos de influenciadores, podem ser pessoas como eu e você, que não são famosas, mas tem autoridade sobre determinado assunto e influenciam uma certa audiência que tem interesse ou consome aquele tipo de conteúdo. Então quando falamos de influenciadores, nem sempre o volume de seguidores é o mais importa. Comunidade é mais importante do que número.
Pode ser muito mais efetivo, se você tiver uma estratégia com pequenos (ou micro) influenciadores, que segundo a Hello Society tem 60% mais engajamento e que realmente tem autoridade sobre o assunto que você quer trabalhar, do que contratar uma webcelebridade. Segundo a AirStrip (plataforma brasileira de busca de influenciadores), quanto maior a base, maior a dispersão.
Webcelebridades hoje se assemelham muito a grandes mídias: uma audiência gigante, não tão segmentada, que cobra caro e não necessariamente vai entregar o conteúdo para o nicho que você procura atingir.
O PRINCIPAL PAPEL DO INFLUENCIADOR ESTÁ EM “EMPRESTAR” A RELEVÂNCIA QUE TEM COM SUA AUDIÊNCIA, PARA A MARCA.
Outra coisa importante: influenciador NÃO é mídia! Influenciador é um criador de conteúdo, que entrega valor para sua audiência, através de confiança, credibilidade e autenticidade.
Uma coisa importante para entender a cadeia de valor do influenciador. Quando você quer montar uma campanha de vídeo por exemplo, normalmente existem todas estas contratações ou tarefas:
- agência / criação;
- produção;
- um garoto(a) propaganda;
- compra da mídia (o canal onde vai ser veiculada a campanha);
- mensuração da publicação e dos resultados.
Quando você contrata um produtor de conteúdo / influenciador, você contrata tudo isso em uma única pessoa! Esta é a cadeia de valor!
Por isso não é justo que esta relação entre – por exemplo – editoras e influenciadores, seja na base do “te dou um livro de presente e você cria uma campanha, produz, faz o papel de garoto propaganda, edita, veicula em seu canal, reforça nas redes sociais, interage e responde aos comentários, me entrega um relatório de mensuração e eu não te pago nada”.
Produzir conteúdo é um trabalho...deveria ser fácil explicar isso para uma indústria que vive de vender conteúdo.
Claro que existem ações que em que o influenciador pode ser remunerado com recompensas não financeiras, como por exemplo ter acesso antecipado e exclusivo algum livro. Mas não faça SÓ esse tipo de ação.
E, para terminar nosso artigo com algo prático, coloco abaixo os passos importantes que aprendi com a YOUPIX, para considerar em uma campanha com influenciadores:
1/ DEFINA OBJETIVOS CLAROS
2/ DEFINA SEU TARGET
3/ DEFINA SEU BUDGET
4/ DEFINA OBJETIVOS MENSURÁVEIS
5/ DEFINA AS REDES SOCIAIS
6/ ESTUDE O TARGET
7/ DEFINA SUA NARRATIVA
8/ PARTA PRA CRIAÇÃO E CO-CRIAÇÃO!
9/ MAPEIE INFLUENCIADORES
10/ ESTUDE OS INFLUENCIADORES
11/ DEFINA E CONTRATE-OS
12/ PREPARE O BRIEFING
13/ COMECE A PRODUÇÃO
14/ PUBLIQUE
15/ AMPLIFIQUE E OTIMIZE
16/ MENSURE E ANALISE
17/ RETROALIMENTE
Até semana que vem!
Palme é um executivo da cultura e do entretenimento com +12 anos de experiência na liderança de projetos que envolvem conteúdos multi formatos, tecnologia e streaming; além de empreendedor, professor, mentor e colunista. Nos últimos anos liderou projetos que somam mais de 10 mil horas de conteúdo em áudio, entre audiobooks, podcasts e audioseries.
Atualmente é CMCO (Chief Marketing & Content Officer) e um dos sócios do Skeelo.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews
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