Mercado ganha novo relatório que acompanha o varejo de livros no País
PublishNews, Leonardo Neto, 02/02/2018
Novo relatório é realizado pela GfK em parceria com a Associação Nacional de Livrarias (ANL). Primeiro relatório aponta crescimento de 1,5% no faturamento de 2017 em comparação com 2016

Desde 2015, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros e a Nielsen publicam mensalmente o Painel das Vendas de Livros no Brasil, um documento que reúne as principais informações sobre o varejo de livros no País, destacando a evolução dos números de exemplares vendidos e do faturamento obtido com essas vendas. Agora, o mercado ganhou mais uma fonte de informações semelhante. É que a Associação Nacional de Livrarias (ANL) se juntou com a GfK, outro instituto de pesquisa que monitora o mercado livreiro brasileiro, para lançar o relatório Mercado do Livro GfK / ANL, que será publicado mensalmente, sempre por volta do dia 20 de cada mês.

No primeiro relatório, a GfK faz uma análise comparativa entre 2016 e 2017 e aponta que houve uma queda de 1,9% no volume de exemplares vendidos. Em 2016, foram comercializadas 54,9 milhões de exemplares e em 2017, 53,9 milhões. O faturamento, no entanto, apresentou crescimento de 1,5%. Saltando de R$ 2,23 bilhões em 2016 para R$ 2,27 no ano passado. Os números se diferem um pouco dos apresentados pela Nielsen. E isso se explica por uma única diferença na metodologia das pesquisas. Embora a base de dados das duas empresas seja mais ou menos a mesma – as vendas diretas ao consumidor apuradas na boca do caixa de varejistas, incluindo aqui não só livrarias, mas também supermercados, hipermercados, lojas de autoatendimento e as de departamento – a GfK faz uma extrapolação desses dados, enquanto que a Nielsen faz uma pesquisa mais censitária, ou seja, sem aplicar fórmulas estatísticas para inferir um todo a partir de uma amostra.

Um dado interessante que o novo relatório apresenta é a divisão por canais de vendas. A GfK isola as vendas realizadas em livrarias. E nesse segmento, houve crescimento de 6,5%. Para Filipe Mori, coordenador da pesquisa, esse crescimento pode estar diretamente relacionado a um fenômeno importante que tomou o mercado em 2017: os marketplaces. “As diversas opções de marketplaces surgidas em 2017 contribuíram para potenciar as vendas online, fenômeno crescente, e incorporaram a novidade da venda de livros seminovos. Pequenas e médias livrarias tem nos marketplaces uma oportunidade para multiplicar suas vendas”, aponta Mori.

Muito desse crescimento aconteceu com a venda de livros didáticos. Na comparação com 2016, houve crescimento de 10% no faturamento apurado com a venda desse tipo de livros. Na avaliação de Bernardo Gurbanov, presidente da ANL, isso reflete uma mudança importante para as livrarias. “Muitas editoras descontinuaram os canais de vendas diretas de livros didáticos em 2017 e essas vendas caíram nas livrarias. É um fenômeno que precisa ser mais bem-analisado, mas nos parece ser uma boa notícia”, disse o presidente ao PublishNews.

A íntegra do relatório pode ser acessada clicando aqui.

[02/02/2018 11:45:57]