Segunda matéria da série PubMagNet mapeia o mercado editorial dos EUA
PublishNews, Leonardo Neto, 09/03/2017
Na Terra do Tio Sam, vendas de livros impressos sobem, de digitais caem e situação da Barnes & Noble preocupa

A segunda matéria da série PubMagNet, que reúne as informações colhidas por jornalistas e observadores da indústria mundial do livro, é sobre os EUA. No país do Tio Sam, as vendas de livros impressos subiram. “Apesar da ausência de um grande best-seller na área de ficção adulta e apesar do brutal ciclo eleitoral que monopolizou as conversas no país, as vendas unitárias de livros físicos subiram 3,3% na comparação com 2015”, apontou Andrew Albanese, editor sênior da Publishers Weekly. Foram 674 milhões de cópias de livros impressos vendidas em 2016, marcando o terceiro ano consecutivo de crescimento nas vendas, de acordo com o BookScan, ferramenta que monitora o mercado livreiro no país.

O editor aponta, no entanto, que olhando para algumas categorias, esse número não parece tão encorajador. Quase todas as subcategorias de ficção apresentaram queda. Ficção adulta, por exemplo, teve queda de 1%. Exceção feita aos quadrinhos e às graphic novels, que cresceram 12% na comparação com 2015, e aos livros juvenis que cresceram 3,8%, puxados para cima por Harry Potter e a criança amaldiçoada, que vendeu 4,5 milhões de cópias

Aliás, Harry Potter e a criança amaldiçoada foi um dos três títulos que venderam mais de um milhão de exemplares no país. Os outros são: Diário de um banana 11,de Jeff Kinney, e Killing the Rising Sun, de Bill O’Reilly e Martin Dugard, que venderam 1,1 milhão de cópias cada. No ano anterior, seis títulos entraram para o clube do um milhão.

As vendas de e-books, no entanto, não tiveram a mesma sorte. Não pelo menos as vendas sensíveis às editoras tradicionais e aos termômetros disponíveis hoje para medir a temperatura desse mercado. “Baseado apenas nos relatórios de vendas das 30 editoras tradicionais apuradas nos nove primeiros meses de 2016 e nas estimativas de vendas da Nielsen, as vendas de e-books caíram 16% na comparação com 2015”, indica o editor.

As vendas unitárias de e-books no segmento de ficção adulta caíram 15% e 13% no segmento não ficção adulta. “A Nielsen ofereceu algumas razões para o declínio, mas acima de todas elas, está o preço. Com a precificação pelo modelo agência, os preços dos e-books subiram, em média, US$ 3. Mas, CEOs das maiores casas não se alarmaram com esse aumento – ou pelo menos, eles disseram que não se alarmaram. Eles veem isso como um ‘rebalanço’ necessário”, comentou o editor.

Outro ponto de atenção destacado por Andrew é a situação da Barnes & Noble. “É preocupante. A varejista continua em péssima forma. Uma evidência disso foram as vendas de férias que fecharam 2016 abaixo das expectativas, com queda de 9,1% sobre 2015, na comparação com as mesmas lojas. As vendas do ano devem fechar com queda de 6%”, aponta.
Outro ponto de atenção destacado por Andrew é a situação da Barnes & Noble. “É preocupante. A varejista continua em péssima forma. Uma evidência disso foram as vendas de férias que fecharam 2016 abaixo das expectativas, com queda de 9,1% sobre 2015, na comparação com as mesmas lojas. As vendas do ano devem fechar com queda de 6%”, aponta.

Outro ponto de atenção destacado por Andrew é a situação da Barnes & Noble. “É preocupante. A varejista continua em péssima forma. Uma evidência disso foram as vendas de férias que fecharam 2016 abaixo das expectativas, com queda de 9,1% sobre 2015, na comparação com as mesmas lojas. As vendas do ano devem fechar com queda de 6%”, aponta.

Autopublicação

Andrew afirma que o setor de autopublicação continua forte – e difícil de mensurar – nos EUA. “Na última edição da Digital Book World, Data Guy estimou que consumidores gastaram US$ 1,5 bilhão em livros autopublicados, o que equivale a cerca de 300 milhões de unidades, com o preço médio a US$ 2,99. Além disso, ele estima que 43% de tudo o que é gasto com e-books (e 24% do que é gasto com livros, no geral) vai para livros sem ISBN”, resume.

Ele aponta ainda que editores tem dado seus pulos ao ver essa concorrência: em 2016, a Macmilllan lançou a Pronoun, uma plataforma de autopublicação originalmente chamada de Vook. “Um líder sênior da Macmillan disse à época que estão interessados nos dados e em como isso pode impactar o programa de publicações da editora. Eles querem também encontrar e desenvolver autores por meio da Pronoun. Mas o que eles podem fazer ainda é muito pouco perto do que faz a Amazon”, completou.

[09/03/2017 11:02:00]