Estava eu na análise diária que faço de mim mesma e de minha rotina e tive um insight interessante. Compartilho com vocês como uma pergunta, será que concordam comigo ou estou viajando demais? Esclareço desde já: não uso narcóticos, nem mesmo tomo álcool (pasmem!). Então não se trata de uma dessas viagens ou coisa parecida (nada contra!). Acho que as minhas "subscriptions do YouTube" foram as grandes responsáveis pela "revelação".
Foi analisando esta polêmica de livros de youtubers e discutindo sobre o grande lixo das TVs abertas, e no que se transformaram, que me dei conta de que os (antigos conhecidos como) profissionais do livro hoje são profissionais de conteúdo. A saída dos conteúdos contratados pela editora pode ser diversa: digital, impresso, filme, podcast, site, Twitter, Wattpadd, blog, canal no YouTube...
Então, fui num dicionário e busquei a palavra "editor" que me retornou num resultado gigantesco que tanto falava de textos quanto de vídeos, matérias, organização.... Amplo, mas errado.
Que pretensão a minha dizer que algo está errado, mas está. Outro dia, estava conversando com amigos e observei que, na minha época de faculdade, minha profissão nem existia. Nunca poderia falar: "quero ser publisher relations manager de uma livraria digital" quando eu crescer. Já pararam para pensar nisso?
Momento de reflexão e mudança: os diferentes campos de conhecimento e produção cultural, de conteúdo, estão se fundindo e se tornarão quase a mesma coisa. O profissional hoje precisa manter a mente aberta e o coração tranquilo para absorver estas mudanças. Se apegar ao passado, vai te deixar no fim da fila. O profissional que acha um conteúdo interessante, deve estar apto a enxergar no que aquilo poderá se transformar. Prendê-lo exclusivamente no formato texto é um preciosismo antigo e já ultrapassado. No modelo atual, pode ser que as editoras sejam um limitador para que deem vazão a tudo o que pode sair de um determinado conteúdo, de um projeto.
Agora te pergunto: por que não transformar as editoras em ambientes mais criativos e abertos a novos projetos? Acho que isso resolveria tantos problemas... e também a evasão de profissionais criativos, que estão buscando novos caminhos que deixem as ideias mais livres.
Será que estamos prestes a uma nova era editorial? Será que as editoras sobreviverão a isso e se reinventarão? Será que as editoras gigantes teriam ginga para dançar este samba? Será?
Bom, vamos "chupar esta manga" juntos e discutir nossas ideias mirabolantes. Nada é impossível, nada é errado... vamos aproveitar este novo tempo, de novas possibilidades e nos ater menos aos editais governamentais (que para mim não é sustentável e um dia vai acabar). O medinho que estas perguntas me trazem, me deixam ainda mais animada e me fazem lembrar quando, em 2009, senti algo parecido quando deixei de ser editora de livros tradicionais e descobri o e-book. Pavor que deu lugar a uma grande paixão.
Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e instagram) tem formação clássica em História e foi responsável pelo setor editorial de uma editora técnica por alguns anos. Entrou de cabeça no mundo digital (em 2009) ao se tornar responsável pelos setores editorial e comercial da primeira livraria digital do Brasil, além de ter feito pós-venda e suporte às editoras e livrarias da primeira distribuidora de conteúdo digital do Brasil. Hoje é a senior country manager da Kobo Brasil e é a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.
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