‘Tempo de espalhar pedras’, do potiguar Estevão Azevedo, foi eleito Melhor Livro do Ano pelo prêmio concedido pelo governo paulista
Micheliny Verunschk, Estevão Azevedo e Débora Ferraz são os vencedores do Prêmio SP de Literatura em 2015 | © Marcelo Nakano
Na noite dessa segunda-feira (30), ao mesmo tempo em que o jornal O Estado de S. Paulo colocava no ar a notícia de que a
Cosac Naify encerrará as suas atividades, o Prêmio São Paulo de Literatura anunciava os seus vencedores do ano. Por ironia do destino, o grande vencedor da noite foi um livro editado pela editora.
Tempo de espalhar pedras, de Estevão Azevedo, foi eleito o Melhor Livro do Ano pelo prêmio. As ironias não param aí. O prêmio, concedido pelo governo paulista, teve um sabor nordestino. É que, além de Estevão, potiguar, as outras duas ganhadoras são pernambucanas. Micheliny Verunschk, autora de
Nossa Teresa – Vida e morte de uma santa suicida (Patuá) foi a vencedora na categoria Autor Estreante com mais de 40 anos e Débora Ferraz foi a vencedora na categoria Autor Estreante com menos de 40 anos, com
Enquanto Deus não está olhando (Record). Pelo prêmio, Estevão receberá R$ 200 mil e as autoras estreantes levarão para casa R$ 100 mil cada.
Para o júri, Azevedo se destacou entre os concorrentes pelo “amplo domínio da maestria narrativa e ficcional”, com um texto surpreendente, que se inscreve na melhor tradição do romantismo brasileiro e do realismo modernista nordestino. Ainda de acordo com o júri, Micheliny Verunschk marca sua estreia com “romance desconfortável sobre a condição humana, com frases ora poéticas, ora prosaicas como um papo de bar”. Já sobre Débora Ferraz, o júri escreveu que seu romance de estreia é “universal e perfeitamente adaptado a uma realidade local e geracional da juventude no Nordeste brasileiro contemporâneo, mas que poderia ser em qualquer outro hemisfério ou país”.