“Antes de me aposentar, quero estar no Brasil”, diz CEO da Hachette
PublishNews, Leonardo Neto, 14/10/2015
Arnaud Nourry participou nesta manhã do CEO Talk na Feira do Livro de Frankfurt. Executivo disse ainda que tem planos de voltar ao Brasil.

Arnaud Nourry, CEO da Hachette, participou hoje do CEO Talk da Feira do Livro de Frankfurt | © Bernd Hartung / Frankfurt Book Fair
Arnaud Nourry, CEO da Hachette, participou hoje do CEO Talk da Feira do Livro de Frankfurt | © Bernd Hartung / Frankfurt Book Fair
Arnaud Nourry, CEO da Hachette, foi sabatinado nessa manhã (tarde em Frankfurt) dentro da programação do CEO Talk do Business Club, a área VIP da Feira do Livro de Frankfurt. Ao ser questionado sobre os seus planos para o Brasil, Nourry disse, em tom de brincadeira: “continuo amando o Brasil... para as férias”. Logo depois dos risos da plateia confessou que gostaria de voltar ao Brasil (a Hachette comprou, em 2007, 50% da Escala Educacional e desistiu do negócio). Para os próximos anos espera fincar os pés no País novamente. “É um dos mercados mais atrativos do mundo. Queremos muito estar lá. Antes de me aposentar, quero estar no Brasil”, disse.

Arnaud falou ainda sobre a briga histórica que encampou contra a Amazon. “Quando você perde o controle do preço do livro, você fica a um passo da morte”, disse. “Vender e-books a US$ 0,99 impede a diversidade”, completou. Como uma das consequências da briga de Arnaud com a Amazon, a varejista cedeu e adotou o modelo agência.

O CEO é conhecido por ter – como boa parte da população francesa – pouco afeto pelo livro digital, mas reconheceu: “eu preciso ser digital”. Ainda como um bom francês, Nourry comentou sobre o seu apego às livrarias. “Se você me perguntar se há futuro para as livrarias de tijolo, responderei com muita certeza de que há futuro. Um futuro brilhante”, disse ressaltando que o modelo Agência pode criar um ambiente mais propício para as livrarias físicas. O CEO falou ainda sobre a lei do preço fixo. Novamente, como bom francês, ele declarou apoiar a lei dizendo que se aplica muito bem à França, mas que reconhece que não funcionaria em outros territórios onde a Hachette tem negócios e não há uma lei que regulamente os preços dos livros – como o Reino Unido e os EUA. “Sou pragmático. Quando estou na França, acho que é bom. Quando não estou, acho que o preço livre também pode ser um bom negócio”, disse arrancando mais algumas risadas da plateia.

Outro assunto abordado por Nourry foi a autopublicação. Na opinião dele, o self-publishing é o oposto do seu negócio. “Meu negócio consiste em investir tempo e dinheiro em projetos. Muitas pessoas que acham difícil submeter seus trabalhos ao crivo de um editor, optam pela autopublicação. Os que são bons acabam no processo tradicional", disse. Não me sinto competindo com o self-pubishing e nem sinto que seja uma ameaça ao meu negócio”, completou

Nesta quinta-feira (15), será a vez de Marcos Pereira, da Sextante, ser o entrevistado do CEO Talk. Ele dividirá o palco com Andrew Franklin (Profile Books – Reino Unido), a partir das 14h, na Dimension Room (Hall 4.2).

[14/10/2015 11:09:35]