
Arnaud falou ainda sobre a briga histórica que encampou contra a Amazon. “Quando você perde o controle do preço do livro, você fica a um passo da morte”, disse. “Vender e-books a US$ 0,99 impede a diversidade”, completou. Como uma das consequências da briga de Arnaud com a Amazon, a varejista cedeu e adotou o modelo agência.
O CEO é conhecido por ter – como boa parte da população francesa – pouco afeto pelo livro digital, mas reconheceu: “eu preciso ser digital”. Ainda como um bom francês, Nourry comentou sobre o seu apego às livrarias. “Se você me perguntar se há futuro para as livrarias de tijolo, responderei com muita certeza de que há futuro. Um futuro brilhante”, disse ressaltando que o modelo Agência pode criar um ambiente mais propício para as livrarias físicas. O CEO falou ainda sobre a lei do preço fixo. Novamente, como bom francês, ele declarou apoiar a lei dizendo que se aplica muito bem à França, mas que reconhece que não funcionaria em outros territórios onde a Hachette tem negócios e não há uma lei que regulamente os preços dos livros – como o Reino Unido e os EUA. “Sou pragmático. Quando estou na França, acho que é bom. Quando não estou, acho que o preço livre também pode ser um bom negócio”, disse arrancando mais algumas risadas da plateia.
Outro assunto abordado por Nourry foi a autopublicação. Na opinião dele, o self-publishing é o oposto do seu negócio. “Meu negócio consiste em investir tempo e dinheiro em projetos. Muitas pessoas que acham difícil submeter seus trabalhos ao crivo de um editor, optam pela autopublicação. Os que são bons acabam no processo tradicional", disse. Não me sinto competindo com o self-pubishing e nem sinto que seja uma ameaça ao meu negócio”, completou
Nesta quinta-feira (15), será a vez de Marcos Pereira, da Sextante, ser o entrevistado do CEO Talk. Ele dividirá o palco com Andrew Franklin (Profile Books – Reino Unido), a partir das 14h, na Dimension Room (Hall 4.2).