Nelson Job lança neoficção científica tropicalista na Livraria Na Nuvem
PublishNews, Redação, 30/09/2025
Trama inclui personagens improváveis como uma travesti cantora de tecnobrega, um professor da Unicamp e até um fungo consciente

Nelson Job e o seu livro © Divulgação
Nelson Job e o seu livro © Divulgação
O psicólogo e pesquisador transdisciplinar Nelson Job, doutor em História das Ciências pela UFRJ, lança o livro Pulsares (Mondru Editora) no próximo sábado (4), a partir das 15h, na Livraria Na Nuvem (Rua Treze de Maio, 744 – São Paulo / SP). Com posfácio do professor Erick Felinto (UERJ), a obra será apresentada em conversa entre o autor e Nickolas d’Ângelo, editor da Woo Magazine e coordenador da Revista Futuro Pretérito (FEUSP/USP), seguida de sessão de autógrafos.

Parte do chamado Druamverso, ao lado de Druam e Cânticos andróginos, o novo título pode ser lido de forma independente. Job constrói aqui uma neoficção científica tropicalista, em que pulsações cósmicas alteram as leis da física e abrem caminho para habilidades parapsíquicas — como telepatia, materialização astral e manipulação da chamada bioluz.

Pulsares é, de tudo o que escrevi, o texto mais singular. Meus primeiros livros são de não-ficção, com tom mais acadêmico. Em Pulsares, tudo muda. Gosto muito da ideia do grande escritor português Gonçalo Tavares: cada livro seu suscita um novo gênero. Pulsares, assim, emerge naturalmente como uma narrativa mais solar”, afirma o autor ao PublishNews.

O protagonista, Aion, reúne um grupo de “intenseres” (pessoas despertas para esses novos poderes), que inclui personagens improváveis como uma travesti cantora de tecnobrega, uma jovem de 15 anos, um professor da Unicamp e até um fungo consciente. Juntos, eles atravessam diferentes países, mas é o Brasil pulsante que ganha centralidade, em cenas que misturam carnaval, artes visuais e música popular, em diálogo com Lygia Clark, Hélio Oiticica, Fausto Fawcett e Zeca Pagodinho.

“No entanto, as discussões que o romance traz possuem um largo espectro: as intensas mudanças que nosso mundo passa, questões geopolíticas, interfaces entre filosofia e ciência e até algo que pode ser entendido como apocalíptico ou ao menos distópico. Mas a alegria, a escola de samba e a festividade estão lá”, completa Job.

Em contraponto, surgem os Darkstone, intenseres que desejam controlar e reprimir as pulsões criativas, metáfora dos bloqueios sociais, psíquicos e culturais. A disputa não é apenas física, mas também simbólica e parapsíquica, questionando os limites da imaginação e da realidade.

Nelson Job é escritor, psicólogo e pesquisador transdisciplinar. Doutor em História das Ciências pela UFRJ, trabalhou com o físico Luiz Pinguelli Rosa e conheceu a psiquiatra Nise da Silveira na Casa das Palmeiras, onde foi coordenador cultural. É coeditor da revista Cosmos e Contexto, ao lado do cosmólogo Mario Novello, e criador do campo dos transaberes, que fundamenta seus primeiros livros. Autor de contos, poemas e romances como Druam, do Livro na Borogodança, Cânticos Andróginos, Ontologia Onírica e Vórtex: modulações na Unidade Dinâmica, publicou também mais de 50 artigos acadêmicos.

[30/09/2025 10:16:55]