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Regras chutadas que ninguém explica
PublishNews, 08/03/2012
Regras chutadas que ninguém explica

Com o desenvolvimento e crescimento do acervo de livros digitais e aumento do volume de vendas, me deparei com umas regras loucas que não-sei-quem inventou e que podem ser consideradas entraves de desenvolvimento. Às vezes me parece que o brasileiro está tão acostumado com a burocracia e a lentidão governamentais que acabamos transpondo isso para os nossos negócios. Acredito que uma avaliação de nossas atitudes possa ajudar a analisar as situações de fora. Hoje falo de dois pontos que têm me chamado atenção nos últimos meses.

- Inventaram o termo “canibalização dos livros”. Por favor, alguém pode me explicar o que ele significa? No mundo digital, você cadastra seu livro, negocia um desconto e depois recebe o valor de custo acordado com a loja ou distribuidor, simples assim. Mas as editoras (não sei se para complicar) inventaram um tal de preço mínimo. Ora bolas, se você, editora, entrega um livro a uma livraria ou distribuidora, a um determinado preço de custo e um preço sugerido, quem resolve a margem de lucro é a loja. Isso se chama competitividade e é a base de nossa economia capitalista ocidental. Por que fazer diferente? Se querem o preço único do livro, que corram atrás do governo e de leis nesse sentido. Antes, por favor, me expliquem o motivo. Se uma big loja consegue um melhor CUT, com suas margens mais espremidas, a miniloja tem que estar consciente disso e oferecer diferenciais para se destacar. Se o comerciante não for competitivo, ele tenderá à extinção, independente de loja gigante internacional entrar no mercado ou não.

- Como editora, minha maior preocupação sempre foi a distribuição. Moramos num país continental, onde distribuir sempre foi o maior desafio. Pronto, o digital chegou! Acabou a preocupação, certo? Para mim, sim, pois se existirem milhares de lojas digitais ligadas ao meu distribuidor, espero que ele distribua para as milhares de lojas digitais. Isso tudo controlado digitalmente. Eu como editora me sentiria feliz e realizada e me preocuparia com outras coisas, por exemplo editar livros. Correto? Errado! Pois algumas editoras ainda estão escolhendo as lojas digitais com que querem trabalhar... Cuma? Vejam só: sou editora, tenho um contrato com uma grande distribuidora que me garante segurança e pagamento; essa distribuidora tem uma carteira de clientes, cadastrados e homologados. Por que cargas d´água eu iria limitar minha distribuição? Que seja o Zé das Couves dos cafundós da Amazônia... Eu quero mais é que ele venda meus livros, mesmo que seja para os tatus (na Amazônia tem tatu?)! Por que eu agiria diferente? Podem me explicar também?

Se puderem, me respondam pelo email camila.cabete@gmail.com . Prometo publicar discussões e explicações que conseguirem me convencer.

Camila Cabete (@camilacabete no Twitter e Instagram) tem formação clássica em História. Foi pioneira no mercado editorial digital no Brasil. É a nova Head de Conteúdo da Árvore e a podcaster e idealizadora do Disfarces Podcast.

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camila.cabete@gmail.com (Cringe!)

** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews.

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