Com qualidade não se brinca
PublishNews, Ricardo Costa*, 07/04/2020
Em novo artigo, Ricardo Costa dá dicas de como enriquecer os metadados. 'É a qualidade da informação sobre o seu título que vai fazer com que ele tenha uma posição melhor nos resultados de busca'

Várias pessoas já me ouviram comentar que alemão tem duas neuras: qualidade e segurança. Reza a lenda que a Mercedes-Benz empregava colaboradores com deficiência visual porque o sentido do tato é mais aguçado e próprio para tatear a pintura e identificar possíveis falhas, imperceptíveis a olho nu.

Lenda ou fato, a preocupação com a qualidade é um forte dos serviços e produtos alemães. Dentre as marcas de automóveis de luxo mais reconhecidas, estão as germânicas, não é mesmo? Mas chega de falar de carro, né?

O que isso tem a ver com metadados e qualidade?

São os detalhes que fazem a diferença entre o básico e o especial. É a qualidade da informação sobre o seu título que vai fazer com que ele tenha uma posição melhor nos resultados de busca. Do que estou falando?

Melhores práticas e maior número de informações possíveis, pra começar.

O que dizem as práticas internacionais? Primeiro: os dados devem ser informados exatamente como aparecem na capa do livro. É isso que está na mente, na memória, do leitor-comprador. Especial atenção, neste caso, a títulos e nomes de autores e colaboradores em geral – sim!, é importante incluir tradutor, ilustrador, coordenador, organizador... e outros. E esses dados devem ser entregues com antecedência. As orientações no Reino Unido indicam que o ideal são, pelo menos, 120 dias.

O que mais? No mundo globalizado em que vivemos, com “todo mundo” ligado nas redes sociais, os títulos originais (no caso das traduções, claro) são uma informação também muito importante. Muitos leitores ficam sabendo sobre o livro original e vão procurar se já existe a versão nacional. Se o título original estiver nos seus metadados, vai ser mais fácil de ele aparecer. Ele vai ganhar relevância. Além do título, idioma original (incluindo o país), editora original e outras informações relacionadas ao lançamento original de determinada obra.

Então, como enriquecer ainda mais seus metadados? Fale também sobre público-alvo e faixa etária. Em tempos de prisão domiciliar, pais estão procurando atividades para os filhos, pequenos e não tão pequenos assim, e livros são sempre uma alternativa. Você pode relacionar sua obra até mesmo com os diferentes níveis escolares brasileiros (fundamental, 1º ano, 3º ano, médio...). Você pode informar ainda Público-alvo e Capacidade leitora... Muita informação nessa área que é de grande ajuda no momento das buscas on-line, a melhor alternativa que temos atualmente.

Outra seção que merece também mais atenção, é sobre cada colaborador, em especial o próprio autor, tradutor e ilustrador. Data de nascimento (e falecimento se houver), profissão e dados biográficos. Aqui sugiro, inclusive, que você pense nestes dados biográficos de forma única. É possível que um aspecto da vida do autor seja mais relevante do que outro, dependendo da obra publicada.

Quero, ainda, chamar sua atenção para mais um grupo de informações bem importante: referências ou relacionamentos (aquela sessão do tipo “quem comprou este, também procurou este”, nas lojas on-line). Este título X, em formato brochura, também está disponível em capa dura, em e-book e em audiolivro. Também existem estes títulos, A, B e C, que tratam do mesmo assunto. O mesmo autor também escreveu as obras Y e Z. Você ainda pode informar que o leitor também pode encontrar tal e tal livro que se enquadram na mesma categoria...

Estes relacionamentos, desde que bem construídos, são importantes para dar relevância às suas obras. Aqui também incluo a informação se tal obra pertence a uma série ou coleção.

Encerro apenas mencionando outro importante metadado, que merece um texto só pra ele, mas que você já pode ir trabalhando com isto: palavra-chave. Também conhecida como tag ou keyword, é um dos primeiros metadados a influenciar nos resultados de busca. Mas não adianta colocar qualquer coisa ou repetir informação que já está em outros campos. Falaremos mais no próximo texto.

Fique ligado. Se cuide!


* Ricardo Costa é Managing Director do Metabooks no Brasil. Por seis anos, foi sócio-diretor do PublishNews. Além de um apaixonado pelo mundo do livro, é viciado em séries de TV e se mete a cozinheiro (sim, cozinheiro, porque “chef” agora é coisa de TV) nas horas vagas, que são poucas! Ricardo é formado em Análise de Sistemas e tem especialização em Publishing, com experiência em desenvolvimento de negócios no mercado editorial. Trabalhou por seis anos como diretor editorial e de marketing e outros três anos como consultor em desenvolvimento de negócios editoriais; antes disso, foi gerente de produto na HBO Brasil.

Tags: Metadados
[07/04/2020 06:00:00]