As editoras envolvidas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) devem sentir os efeitos – financeiros, de planejamento e de pessoal – da decisão do Governo do Estado de São Paulo de se retirar do Programa. De acordo com a Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), com a decisão, 1,4 milhão de estudantes da rede estadual de ensino não receberão obras didáticas do PNLD, e 100 mil professores também não terão as obras pedagógicas. Para atender ao Estado de São Paulo no edital do PNLD 2024, o Governo Federal previu recursos de R$ 120 milhões, dos quais o governo estadual está abrindo mão, e que consequentemente não devem chegar às editoras. “O recurso do PNLD não é obrigatório, é discricionário”, explica o presidente da Abrelivros, Ângelo Xavier. “O investimento inicial de todas as editoras é pensando no mercado total, e São Paulo é o principal mercado do PNLD. No momento em que São Paulo toma uma decisão desse tamanho, às vésperas do processo de escolha, não tem como (a editora) reequilibrar esse investimento”. O anúncio repentino da decisão não permitiu que as editoras se reorganizassem no processo. Segundo fontes do mercado, as editoras – empresas de grande porte – chegam a mobilizar equipes de dezenas de pessoas para a parcela paulista do PNLD. O PublishNews perguntou à Secretaria de Educação de São Paulo se o órgão considerou o impacto da decisão no setor editorial, mas a assessoria de comunicação respondeu apenas que o Estado continua no PNLD Literário. O impacto final da decisão no orçamento das editoras só poderá ser calculado exatamente após os próximos processos do PNLD, quando o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) iniciar o processo de negociação. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

O Fórum de Editores Educacionais, ligado à Associação Internacional de Editores (International Publishers Association – IPA), recebeu com surpresa e alarme a decisão da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo de não aderir ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e passar a utilizar unicamente materiais próprios em sua rede de ensino. Um pilar fundamental defendido pelo Fórum é o direito da livre escolha dos materiais didáticos pelos professores e pelas escolas. A simplicidade do conceito da livre escolha encerra, em si, uma complexidade não tão evidente. Cada estudante aprende de uma forma, cada professor possui uma prática de ensino própria, assim como cada comunidade apresenta particularidades. Justamente por isso o professor é a pessoa mais bem posicionada para escolher aquilo que efetivamente atende às necessidades de seu grupo escolar. Apenas há escolha onde há opções, de diferentes formatos, conteúdos e concepções pedagógicas. Assim, a liberdade de escolha pressupõe a liberdade de oferta. E aí entramos na seara da liberdade de publicação, uma das maiores conquistas (ou seria condições?) do Estado Democrático de Direito, intimamente associada à liberdade de expressão. Clique no Leia mais para conferir a íntegra deste artigo.

O 7º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2023 – pesquisa realizada pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL) nesta terça-feira (8) – mostra uma desaceleração no ritmo de crescimento, mesmo com diversas ações realizadas pelas varejistas no período de 19 de junho a 16 de julho. No comparativo com o mesmo período do ano passado, a variação negativa no volume de vendas foi de 8,9%. Em 2023, foram vendidos 4,4 milhões de exemplares contra 4,8 milhões em 2022. No faturamento, os R$ 187,83 milhões arrecadados no sétimo período deste ano não foram suficientes para chegar ao mesmo patamar do ano passado, sendo 1,84% menor que em 2022, quando o setor registrou R$ 191 milhões em vendas. “Destaco o forte aumento de preço médio entre os 5 mil títulos mais vendidos, que representam mais da metade do mercado total. Entre os 500 bestsellers, esse aumento de preço é de 9,52%. Tal fenômeno é uma das possíveis explicações que colocam o faturamento acumulado do ano andando próximo da inflação enquanto as vendas em volume se apresentam negativas”, analisa Ismael Borges, Territory Manager da Nielsen Book do Brasil. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A empresa de investimentos KKR (Kohlberg Kravis Roberts & Co.) anunciou nesta segunda (7) que assinou um acordo com a Paramount para comprar a editora Simon & Schuster por US$ 1,6 bilhão em uma transação à vista. A informação foi adiantada pelo Publishing Perspectives. O negócio, que ainda precisará de aprovação regulatória, foi fechado em um valor menor do que a tentativa da Penguin Random House, de US$ 2,2 bilhões, em outubro passado. O acordo foi, na ocasião, impedido por um juiz federal que alegou que a transação prejudicaria “substancialmente” a concorrência no mercado editorial nos EUA. Depois do fechamento da transação, a S&S se tornará uma empresa privada autônoma, e continuará a ser liderada por Jonathan Karp, presidente e CEO, e Dennis Eulau, COO e CFO. A declaração dada à mídia internacional diz que “além de investir em todas as áreas necessárias para estabelecer a Simon & Schuster como uma entidade autônoma, a KKR pretende apoiar inúmeras iniciativas de crescimento, incluindo a extensão do forte programa de publicação doméstica da S&S em vários gêneros e categorias, expandindo seus relacionamentos de distribuição e acelerando o crescimento nos mercados internacionais”. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Escritor, jornalista, curador e produtor: essas são algumas das atividades de Jorge Ialanji Filholini, autor do recente Muqueta – livro de contos que inaugurou o selo EditoRia, da Ria Livraria (Rua Marinho Falcão, 58 - Sumarezinho, São Paulo / SP). O espaço, fundado por Marcos Benuthe, vem cada vez mais se fixando no lugar da Mercearia São Pedro, também na Vila Madalena, como bar e livraria e ponto de encontro de escritores na zona oeste da cidade. Filholini foi finalista do Prêmio Jabuti em 2017 com Somos mais limpos pela manhã (selo Demônio Negro) e também é autor de Somente nos cinemas (2019, Ateliê Editorial). Nesta entrevista, ele conta sobre as inspirações para o seu terceiro livro, detalha a origem do EditoRia e avalia o atual cenário de eventos literários no país, defendendo e exaltando modelos híbridos e alternativos. Sobre esses assuntos, Jorge Ialanji Filholini respondeu a três perguntas do PN. Clique no Leia mais para ler a entrevista na íntegra.

A 7ª edição da Flipelô (Festa Literária Internacional do Pelourinho) terá em sua programação – de 9 a 13 de agosto – escritores renomados e ativações culturais que irão movimentar o Pelourinho (Salvador / BA). São esperadas mais de 200 mil pessoas nos cinco dias de festa, público cinco vezes maior que a primeira edição, que reuniu 36 mil participantes em 2017. Com obras publicadas em 22 países e traduzidas para várias línguas, o escritor moçambicano Mia Couto está entre as atrações, que contará ainda com mesas e roda de conversas sobre questões raciais, de gênero e LGBTQIAPN+. A homenageada será Mãe Stella de Oxóssi, escritora que ocupou a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia. A escritora brasileira Eliana Alves Cruz, vencedora do Prêmio Jabuti 2022, e Jeferson Tenório, vencedor da mesma premiação, em 2021, também marcam presença no evento. Taiane Santi Martins, escritora gaúcha, vencedora do Prêmio Sesc de Literatura 2022, é outra confirmada na programação. A festa convida o público a mergulhar no universo literário por meio de atividades informativas, bate-papos, lançamento de livros, slams, saraus de poesia e apresentações musicais totalmente gratuitas. Serão 135 painéis e 60 autores brasileiros e estrangeiros. Parte da programação será transmitida on-line, pelo canal do YouTube da Flipelô. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A primeira edição do Fliparacatu – Festival Literário Internacional de Paracatu – em Minas Gerais, está confirmado para ocorrer de 23 a 27 de agosto, espalhado em diversos espaços do centro histórico do município. A estreia homenageia grandes nomes da literatura: Conceição Evaristo e Mia Couto, que estarão presentes no evento. O Patrono será Afonso Arinos (1868-1916), nascido em Paracatu. O tema Arte, Literatura e Ancestralidade já está reverberando na cidade com a exposição Portinari Negro, em cartaz na Praça da Matriz desde julho. A curadoria é compartilhada entre Tom Farias, Sérgio Abranches e Afonso Borges. A lista de nomes confirmados já é grande e conta com diversos nomes destacados no cenário literário e editorial: Adriana Abujamra, Amosse Mucavele, Bianca Santana, Danilo Miranda, Eliana Alves Cruz, Itamar Vieira Junior, Jeferson Tenório, Luiza Romão, Sérgio Abranches, Simone Paulino, Silvana Gontijo, Socorro Acioli, Taiasmin Ohnmacht, Tino Freitas, Tom Farias e Truduá Dorrico, entre outros. Todas as atividades realizadas durante o Fliparacatu serão gratuitas. Na programação, estão previstos lançamentos de livros, debates, oficinas e apresentações artísticas, contando, inclusive, com a presença de escritores e artistas locais. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Biblioteca Nacional (BN) promoverá na próxima quarta-feira (9), a partir da 15h, em sua sede (Av. Rio Branco, 219 – Rio de Janeiro / RJ), o evento de lançamento do Glossário ilustrado de livros raros e acervos de memória. Elaborado no âmbito do Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras (PLANOR), o glossário é a primeira publicação do gênero da BN. O evento será transmitido ao vivo no canal do YouTube da BN e o glossário pode ser acessado gratuitamente no site da instituição. O glossário inclui mais de cem verbetes e um conjunto diversificado de imagens que apresentam o que há de mais fascinante e curioso na terminologia aplicada a livros raros e acervos de memória. Em formato interativo, traz hiperlinks que remetem a imagens e fontes bibliográficas do acervo da BN Digital e em domínio público, em sua maioria. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

As inscrições para o Prêmio Escolas Sustentáveis foram prorrogadas até o dia 15 de agosto de 2023. A premiação foi lançada pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), a Santillana e a Fundação Santillana, com o objetivo de reconhecer projetos de cunho socioambiental que tenham sido criados e desenvolvidos por instituições de ensino do Brasil, México e Colômbia. Os projetos devem estar relacionados a temáticas da agenda ESG, sigla em inglês para meio ambiente, social e governança, em duas categorias: ensino fundamental e médio. Podem se inscrever escolas de ensino público e privado dos três países participantes. Na primeira etapa (nacional) em cada país, serão selecionados dois vencedores, um de cada categoria. As escolas escolhidas em primeiro lugar de cada categoria, ensino fundamental e médio, serão classificadas para a competição internacional. As escolas vencedoras irão receber, na primeira etapa, a quantia de R$ 15 mil reais, como forma de incentivo para a continuidade de suas práticas sustentáveis. Já na fase internacional, o valor será de R$ 25 mil. Serão aceitos projetos desenvolvidos até o dia 4 de junho de 2023.

A Sede Central do Centro do Professorado Paulista (Av. da Liberdade, 928 – São Paulo / SP) abrirá as portas ao público, entre os dias 8 e 11 de agosto, para a 1ª Feira do Livro do CPP. O evento, uma parceria da entidade com a Jefte Livros Distribuidora, ocorre no salão do CPP, das 10h às 20h. A entrada é gratuita. Ao todo, 13 editoras irão expor e vender na feira suas publicações, entre elas livros didáticos, pedagógicos, de literatura clássica e infantojuvenil. Participarão da feira os seguintes selos: Grupo Editorial Summus, Editora Brasiliense, Grupo Autêntica, Editora Vozes, Editora Oficina Raquel, Editora Valentina, Editora 34, Grupo Ciranda Cultural, Leitura & Arte Editora e EIS Editora, Editora Mostarda, Editora Feminas e Sisko Editora. Professores associados ao CPP e profissionais da Educação terão 20% de desconto em todas as publicações (o percentual será de 10% para o público em geral).

A editora Ubu realizará as aulas virtuais "Robinson Crusoe: indivíduo e experiência" para discutir o romance Robinson Crusoe, de Daniel Defoe. A convidada para ministrar duas aulas sobre o clássico de Defoe é a professora de literatura da USP Sandra Vasconcelos. O minicurso virtual acontece segunda, 28 de agosto, e terça, 29 de agosto. A inscrição é gratuita para assinantes do Circuito Ubu. O curso pretende discutir o romance de Daniel Defoe no contexto da ascensão do gênero na Inglaterra de inícios do século XVIII, tendo como foco principal a questão do indivíduo e a centralidade da experiência. Por meio do exame de sua estrutura narrativa, o objetivo é compreender em que medida sua forma autobiográfica (memória e diário) configura um espaço de exposição dos problemas de uma sociedade em processo de mudança. As aulas são gravadas e disponibilizadas para todos os inscritos. A Ubu disponibiliza 10 bolsas para estudantes de baixa renda. Caso tenha interesse, escreva para circuito@ubueditora.com.br. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O ano é 1927 e Xangai está à beira de uma revolução em Finais Violentos (Alta Novel, 496 pp, R$ 89,90 – Trad.: Giovanna Chinellato). Depois de sacrificar seu relacionamento com Roma para protegê-lo da guerra de sangue, Juliette se tornou uma garota com uma missão. Um passo em falso, e seu primo tomará o lugar dela como herdeiro da Sociedade Escarlate. A única forma de salvar o garoto que ama da ira dos Escarlates é fazer com que ele a queira morta por assassinar seu melhor amigo a sangue frio. Se Juliette ao menos fosse culpada pelo crime que Roma acredita que ela cometeu, talvez sua rejeição doesse menos. Roma ainda está abalado pela morte de Marshall, e seu primo Benedikt mal fala com ele. Sabendo que a culpa é sua por ter deixado a implacável Juliette voltar para sua vida, ele está determinado a consertar as coisas ― mesmo que isso signifique matar a garota que odeia e ama na mesma medida. Mas um novo perigo emerge na cidade e, embora os segredos os mantenham separados, Juliette precisa da cooperação de Roma se quiserem acabar com a ameaça de uma vez por todas. Xangai está fervendo em meio ao caos: os Nacionalistas já estão em marcha, rumores de uma guerra civil aumentam a cada dia e o domínio gângster corre riscos de total aniquilação. Roma e Juliette precisam deixar de lado as diferenças para combater monstros e políticos, mas não estão preparados para a maior ameaça de todas: proteger seus corações um do outro.

Lina tem quase tudo na vida. Estuda em uma das melhores universidades do país, mora em um bairro de classe média alta de Belo Horizonte e está sempre se divertindo com os amigos. Nos planos, faltam apenas o apoio dos pais para a carreira de ilustradora e o dinheiro para um sonhado curso de desenho no Chile. Quando consegue uma vaga de estágio, ela acredita que está tudo resolvido. Apesar de não gostar de Administração, o projeto sobre inclusão e diversidade parece interessante. Mas Lina logo recebe olhares estranhos e tarefas que colocam sua capacidade em xeque. E talvez isso tenha a ver com a cor de sua pele. Então seu caminho cruza com o de Elza, uma estudante do curso de Letras que traz em seus versos a importância da luta por uma sociedade mais justa. À medida que se aproximam, Lina percebe que o mundo a enxerga de uma forma que ela não imaginava, e precisa buscar em seu lado artístico a força para construir sua identidade. Um traço até você (Intrínseca, 288 pp, R$ 49,90), obra de estreia de Olivia Pilar, é uma narrativa sensível sobre autodescoberta, os desafios da vida adulta e o que significa ser jovem, negra e audaciosa em um mundo que deslegitima seu direito de ocupar todos os espaços.

As irmãs Flanagan não poderiam ser mais diferentes. Annalie, de 17 anos, é simpática, obediente e tímida, enquanto sua irmã mais velha, Margaret, é decidida, assertiva e ambiciosa. Margaret é a cara da mãe, que nasceu na China, ao passo que Annalie, com seus olhos e cabelos claros, parece com o pai, que abandonou a família quando elas eram pequenas. Desde então, as três mulheres se esforçam para se encaixar na cidade predominantemente branca do meio-oeste americano onde moram. Quando a garagem delas é pichada com um xingamento racista, Margaret larga o estágio em Nova York e volta correndo para casa, esperando que a mãe e a irmã estejam tão ultrajadas quanto ela. Em vez disso, tudo o que as duas querem fazer é apagar qualquer rastro da injúria e seguir em frente. Annalie esperava que o verão fosse ser divertido e cheio de possibilidades, como a de finalmente chamar a atenção do garoto mais popular da escola. Mas quando a insistência de Margaret em divulgar e investigar o crime de racismo coloca os holofotes sobre a família delas, a caçula não consegue evitar o ressentimento pela presença súbita da irmã, que nunca pareceu interessada em construir uma vida na cidadezinha pacata que Annalie tanto ama. Margaret, por outro lado, fica cada vez mais irritada com a indiferença da caçula, que sempre pôde se esconder atrás de sua passabilidade branca. Romance de estreia de X. Tian, Toda beleza ao redor (Rocco, 320 pp, R$ 79,90 – Trad.: Wendy Usuki), é uma obra sobre primeiros amores, dinâmicas emocionais complicadas e o peso do racismo.

Em Tudo o que nunca fomos (Essência, 288 pp, R$ 64,90 – Trad.: Eliane Leal Damasceno), Leah está de luto e tem vivido como uma sombra desde o acidente que levou os seus pais. Axel é o melhor amigo do seu irmão mais velho, e, quando ele concorda em levá-la para sua casa durante alguns meses, é para ajudá-la a encontrar a si mesma e se reconectar com as peças da garota feliz que ela já foi um dia. O que ele não sabe é que ela sempre sentiu algo por ele, apesar de serem quase parentes, ou que toda a sua vida está prestes a mudar. Porque ela é proibida, mas desperta nele diversos desejos. Porque ela é o mar, as noites estreladas e o vinil dos Beatles. Porque às vezes um "deixe acontecer" é suficiente para se ter tudo o que deseja neste romance de Alice Kellen.