Os eventos do setor, dentro e fora do Brasil, promoveram painéis e mesas de debates sobre os possíveis usos da IA, bem como desejáveis regulamentações, e o principal prêmio literário do país, o Jabuti, não passou incólume pela polêmica. No PublishNews, diversos colunistas e colaboradores discutiram essas questões, formando uma espécie de painel sobre a inteligência artificial no mundo do livro.
Agora em dezembro, a União Europeia chegou a um acordo sobre as primeiras regras abrangentes sobre inteligência artificial do mundo, que abrem caminho para a supervisão legal da tecnologia. Uma votação final e formal no Parlamento Europeu deverá ser realizada no início de 2024. Mesmo assim, ainda há detalhes a serem elaborados e definidos.
Um dos assuntos mais comentados durante a Feira do Livro de Frankfurt, em outubro, foi naturalmente a inteligência artificial e os seus usos para as publicações. Os painéis indicaram que ainda há muitas questões incertas no ambiente editorial sobre o assunto da IA, mas uma recomendação que perpassou as discussões foi que as editoras e empresas criem diretrizes para usos das ferramentas no trabalho. No Brasil, o tema foi um dos centrais no 2º Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos, realizado pela CBL em Atibaia (SP). Em maio, a empresa alemã Bookwire integrou o ChatGPT à sua interface One Solution.
Mais recentemente, em novembro, depois de uma repercussão negativa sobre um dos semifinalistas da 65ª edição do Prêmio Jabuti ter usado IA nas ilustrações do livro inscrito, a CBL desclassificou a obra. Segundo o comunicado oficial da CBL na época, “as regras da premiação estabelecem que casos não previstos no Regulamento sejam deliberados pela Curadoria, e a avaliação de obras que utilizam IA em sua produção não estava contemplada nessas regras”.
Em setembro, o Authors Guild – organização que apoia escritores e trabalha na defesa de questões como liberdade de expressão e proteção de direitos autorais – e uma lista de autores conhecidos entraram com uma ação no Distrito Sul de Nova York contra a OpenAI. A principal acusação é sobre os "flagrantes de infringimento de direitos autorais registrados em obras de ficção escritas no treinamento dos modelos de linguagem".
Pensando em entender melhor como a ferramenta funciona, quais os pontos negativos e positivos, modos de usar e tirar outras possíveis dúvidas do setor do livro sobre o assunto, o Podcast do PublishNews #259 conversou com diversos profissionais do setor, que entendem do tema e que podem ajudar a esclarecer dúvidas e ajudar a formar opiniões.
Entre colunistas e colaboradores que escreveram sobre o assunto no PN, estão André Palme, Camila Cabete, Fernando Tavares, Gustavo Martins de Almeida, Lu Magalhães, Paulo Tedesco, e Tatiany Leite.
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