Braço educativo e de incentivo à leitura da Bienal do Livro Rio, a Bienal nas Escolas finalizou hoje o giro realizado ao longo do ano com dez autores em onze escolas das redes municipal e estadual de ensino do Rio de Janeiro. O saldo foi positivo: Mais de dois mil alunos interagiram com os escritores convidados, o que gerou um aumento de cerca de 25% na procura por livros das bibliotecas dessas unidades. A criançada de um colégio na Zona Norte do Rio recepcionou com festa a escritora e cantora de histórias Bia Bedran. “A leitura é um mergulho profundo no conhecimento e na imaginação. Abre tantas possibilidades, revela o potencial da menina e do menino para que possa descobrir novas formas de olhar para o mundo. É na leitura que a criança vê aquele personagem que age de um jeito que talvez ela não concorde, mas o seu coleguinha concorda. Essa alteridade, a noção do outro, nos ensina a conviver com quem é diferente de nós, ou seja, com o mundo inteiro", ponderou Bia. Leia a matéria completa!

Que tal conhecer um pouco da história de Machado de Assis (1839-1908) enquanto faz um passeio guiado pelo Rio Antigo com o autor da biografia Machado: O filho do inverno (Ação Editora), recém-chegada às livrarias? Essa é a proposta do encontro Machado da Gema, que será realizado na semana que vem com ele, Claudio de Souza Soares, que assina a obra como C. S. Soares. O roteiro vai contemplar lugares por onde andou o fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), há 128 anos, partindo do Morro do Providência. Em entrevista ao PublishNews, Soares disse que o livro reivindica a negritude de Machado e percorre os seus quarenta anos, até 1880. Ele também adianta um pouco do segundo volume, que está em processo avançado de escrita. Leia a entrevista completa!

Os plásticos que embalam os livros foram tema de reportagem no jornal O Globo. A partir de uma constatação despretenciosa da escritora Ana Maria Machado em um festival literário, o produtor de festivais literários Afonso Borges realizou um cálculo sobre o desperdício na cadeia do livro. Já a Folha repercutiu uma publicação do The New York Times com o relato da atriz, editora e leitora Sarah Jessica Parker, jurada do Booker Prize 2025. No texto, fala sobre rotinas de leituras do júri que elegeu Flesh, do autor David Szalay, como o grande livro vencedor da edição. O Poder360 repercutiu críticas sobre desigualdade econômica feitas pelo Papa Leão realizadas em novo livro. Leia mais para saber tudo o que rolou essa semana na imprensa sobre o mercado editorial.

Na próxima semana, o país celebra uma data de relevância histórica: o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, data que relembra a morte de Zumbi dos Palmares em 1695 e aponta para a resistência negra como fundamento da nossa cultura. É nesse contexto que o programa Mondolivro, integrante da grade da Rádio Alvorada FM (94,9 MHz) vai apresentar uma série especial com cinco novos livros de escritoras negras, entre os dias 17 e 21 de novembro. Idealizado, produzido e apresentado por Afonso Borges, o Mondolivro completa 27 anos no ar, consolidando-se como um dos programas mais longevos do rádio brasileiro dedicados ao livro. Interessou? Entre na nota para acessar a agenda completa do Mondolivro especial!

No recente XIX Congresso de Direito Autoral e Interesse Público (CODAIP), em Curitiba, o maior Congresso de Direito Autoral do país, colunista falou sobre as questões referentes aos audiolivros e suas derivações — um mercado com "potencial enorme de crescimento no país, seja para literatura de entretenimento, seja para os livros didáticos. Na medida em que a tecnologia traz novos fatos e utilidades o direito corre atrás para regularizar a sua inclusão na sociedade, contemplando titulares do conteúdo e usuários dos produtos. Como usar a força ou hábito alheio para estimular a literatura. Se o rap agrada tanto a juventude por que não apresentar nesse estilo os clássicos da literatura brasileira? Como cativar novos leitores?" Vale ler a opinião de Gustavo Martins de Almeida.

A editora Manole está contratando uma pessoa para ocupar o cargo de analista de direitos autorais. Para se candidatar à vaga, é necessário ter formação superior completa em Administração, Produção Editorial ou áreas correlatas. A pessoa escolhida será responsável por elaborar, revisar e administrar contratos de direitos autorais, garantindo conformidade com a legislação e as políticas internas da Manole. O posto exige disponibilidade para trabalhar presencialmente em Barueri, em São Paulo.

Com mais de duas décadas no segmento de didáticos, literatura para infâncias e juventudes no mercado do livro, a editora Palavras Educação anunciou a criaçao de um selo adulto para 2026. Denominado Dias62, o selo reunirá textos ficcionais e novelas gráficas (HQ) voltados ao público adulto. Dentro desta nova fase, a Palavras divulga três lançamentos ainda este ano. E foi pensando em marcar essa a nova fase que a Palavras criou uma nova identidade visual, que expressa o amadurecimento e a força que a editora vem conquistando no mercado editorial brasileiro desde a sua chegada. Leia mais para se aproximar da Palavra e dos seus planos para 2026.

Quer uma dica de presente de fim de ano? Livremente inspirado no best-seller Café com Deus Pai, está chegando às livrarias o Café da manhã com os orixás: guia de reflexões para cada dia do ano (Pallas Editora), de João Tokunbó Carneiro. O guia de 424 páginas propõe uma experiência de espiritualidade cotidiana a partir de 365 mitos de origem iorubá e terá dois lançamentos presenciais, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A apresentação é de Reginaldo Prandi, referência nos estudos afro-brasileiros, e a orelha foi escrita por Luiz Antonio Simas, historiador, babalorixá e pesquisador das culturas de matriz africana. Leia para saber mais sobre as noites de autógrafo, que terá como convidados Reginaldo Prandi, Dandara Suburbana e Adailton Moreira, e o lançamento.

Em celebração aos 90 anos da morte de Fernando Pessoa, a Tinta-da-China Brasil lança a Obra completa de Ricardo Reis (520 pp, R$ 189,90) novo título da Coleção Pessoa. Com organização e estabelecimento de texto de Jerónimo Pizarro e Jorge Uribe, o volume reúne pela primeira vez toda a poesia e prosa do heterônimo, incluindo textos inéditos, variantes e a grafia original usada por Pessoa. O livro chegou às prateleiras em capa dura serigrafada, com design de Vera Tavares.Além das famosas odes e o prefácio aos poemas de Alberto Caeiro, a obra apresenta textos filosóficos e críticos, com paratextos explicativos e imagens dos manuscritos originais. Leia a notícia completa para saber tudo do volume.

Além de reunir o material já conhecido, o novo volume de Minhas queridas e outras cartas (Rocco, 320 pp, R$ 79,90) ganha um prefácio inédito de Teresa Montero, que contextualiza a relevância das novas adições, entre elas, as cartas de Clarice Lispector (1920-1977) aos filhos, Pedro e Paulo. O leitor encontra um retrato ampliado da escritora, revelando uma camada de ternura e vulnerabilidade, enriquecendo a compreensão de seu universo afetivo e intelectual. A coletânea reúne mais de 120 cartas enviadas às irmãs Tania Kaufmann e Elisa Lispector entre 1940 e 1957, além das correspondências posteriores com os seus herdeiros. Nos textos, Clarice compartilha impressões das 31 cidades por onde passou, comenta novidades da literatura, música, cinema e teatro, reflete sobre seu processo criativo e suas angústias diante da publicação e repercussão de seus livros.

Na biografia Quem é essa mulher? (Todavia, 560 pp, R$ 159,90), a jornalista Virginia Siqueira Starling reconstrói com profundidade e sensibilidade a vida de Zuzu Angel (1921-1976), estilista pioneira da moda brasileira e símbolo de resistência à ditadura militar. Da fama internacional conquistada com seus desfiles até a incansável luta por justiça após o assassinato do filho Stuart Angel, Zuzu emerge como mãe, militante, empresária e artista. Com pesquisa rigorosa e olhar crítico, a obra revela não apenas sua trajetória pessoal e profissional, mas também os mecanismos de repressão do regime. Um retrato comovente e necessário de uma mulher que desafiou o poder em nome da verdade e da memória. Virginia Siqueira Starling nasceu em Belo Horizonte, em 1995. É formada em Comunicação Social pela UFMG. Traduziu Ação e a busca da felicidade, de Hannah Arendt (Bazar do Tempo), e é autora de um capítulo sobre a imperatriz Leopoldina no livro Independência do Brasil: As mulheres que estavam lá (Bazar do Tempo).

Sobrevivência da beleza (Fotô, 128 pp + 88 pp, R$ 250), de Eduardo Muylaert, nasceu de um achado casual em uma feira de antiguidades: um conjunto de fotogravuras do século XIX produzidas pelo estúdio F. & O. Brockmann, de Dresden. O que pareciam simples reproduções de pinturas revelou-se um arquivo vivo de imagens atravessadas pelo tempo — folhas de papel de seda manchadas pela tinta, onde a memória visual se depositou em sombras, borrões e vestígios da “alma” das obras originais. Essas páginas frágeis foram resgatadas e ampliadas em papel fotográfico por meio de um processo artesanal que reativou grãos de prata e devolveu luz a um passado quase apagado. Digitalizadas, ganharam nova vida. O livro reúne 88 fotografias que fazem dialogar com a pintura renascentista e barroca, a litografia oitocentista, o laboratório analógico e o olhar contemporâneo. Entre as obras evocadas estão imagens inspiradas em Rafael, Rembrandt, Rubens, Van Dyck, Dürer, Ribera, Frans Hals e Cignani, cujas presenças ecoam nas antigas coleções da Gemäldegalerie de Dresden, cidade que, como suas imagens, soube renascer das ruínas.

Floresta na boca (Fósforo, 192 pp, R$ 149,90) propõe um mergulho na cultura alimentar amazônica e na sociobiodiversidade da região. Idealizado por Bel Coelho, chef dos restaurantes paulistanos Clandestina e Cuia, e pela ilustradora e diretora de arte Marina Aranha, o livro é o resultado de uma expedição realizada no início de 2025 pelo Pará que culminou em uma extensa pesquisa sobre os diferentes biomas brasileiros. Com foco em três áreas demarcadas pelos grandes rios que as banham — Baixo Tocantins, Xingu e Tapajós —, a equipe do projeto entrevistou e fotografou moradores de comunidades extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas cujos relatos acerca da relação com os ingredientes locais e a comida compõem um retrato bastante elucidativo da vida em um bioma de importância fundamental para o Brasil e para o planeta. Além dos textos sobre as regiões e das entrevistas, o livro traz receitas tradicionais, algumas com o toque contemporâneo de Coelho, e informações extras sobre os principais ingredientes amazônicos como a mandioca, a castanha-do-brasil, o açaí e o cacau, símbolos da região e fonte de soberania alimentar.

Nadando em um mar de morte é, ao mesmo tempo, uma memória pessoal e uma investigação. O livro Nadando em um mar de morte (Âyiné, 180 pp, R$ 99,90, com tradução de Pedro Fonseca) é uma homenagem de David Rieff à sua mãe, a escritora Susan Sontag (1933-2004), e à sua batalha final contra o câncer. Com coragem e franqueza, Rieff relata os últimos nove meses de sua vida, do diagnóstico à morte, oferecendo não apenas um retrato íntimo da relação entre mãe e filho, mas também uma reflexão sobre o que significa tentar ajudar alguém gravemente doente a continuar vivendo e, quando chega o momento, morrer com dignidade. Sem respostas fáceis, Rieff constrói uma meditação profunda sobre o enfrentamento da morte em nossa cultura. É sua obra mais pessoal, marcada pela dor do sobrevivente ― a culpa, a autocrítica, a sensação de não ter feito o suficiente. Inspirado na luta incansável de sua mãe e no trabalho dedicado de seus médicos, ele busca compreender o que significa desejar, como Sontag desejou até o fim, tentar quase qualquer coisa para seguir vivendo. Ao narrar essa experiência, Rieff oferece lições sutis e universais que podem ajudar outros a atravessar situações semelhantes.