O livreiro e empresário britânico James Daunt, CEO das redes Barnes & Noble e Waterstones, é tido como referência para diversos profissionais do mercado livreiro nacional e internacional. Sob sua gestão, as duas grandes redes conseguiram se reerguer. Em 2019, quando assumiu Barnes & Noble, o fundo de investimento Elliott Management comprou a rede por US$ 683 milhões e fechou o capital da empresa – um ano depois de comprar a Waterstones, a maior livraria do Reino Unido. Desde então, a expansão tem sido crescente. A B&N, por exemplo, abriu 57 lojas em 2024 e até o fim deste ano estima abrir outras 60. Já a Waterstones abriu 12 novas filiais em 2024 e planeja abrir o mesmo número este ano. Recentemente, Daunt e a B&N viraram notícia mais uma vez por conta das contínuas reclamações das editoras independentes sobre o quão difícil se tornou para elas trabalhar com a maior rede de livrarias físicas dos EUA. Elas afirmam que a B&N favorece e protege as chamadas Big Five. Entre elogios e críticas, Daunt respondeu algumas perguntas do PublishNews feitas por e-mail e novamente falou sobre sua administração, sua visão sobre o mercado editorial, a influência das redes sociais e mais. "A Amazon e, muito menos, os supermercados jamais conseguirão competir com esse apelo: um livro comprado em uma BOA livraria é um livro melhor do que o mesmo livro comprado em qualquer outro lugar", disse. Clique no Leia mais para acessar a íntegra da entrevista.

A escritora Ana Maria Gonçalves recebeu 30 dos 31 votos possíveis para ocupar a cadeira de número 33 na Academia Brasileira de Letras (ABL) em eleição realizada nesta quinta-feira (10). A autora do livro Um defeito de cor (Record) é a primeira mulher negra a ingressar na centenária instituição, e será também a mais jovem entre o grupo dos imortais. Recentemente eleito como melhor livro brasileiro do século XXI em júri da Folha de S.Paulo, o livro também foi tema da Portela no Carnaval 2024, época em que o volume de mais de mil páginas estreou na Lista Nielsen PublishNews. A autora passará a ocupar a cadeira deixada pelo gramático Evanildo Bechara. O livro é um romance histórico que conta a trajetória de vida de Kehinde, uma mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Entre 19 e 30 de novembro, a Festa Literária das Periferias (Flup) será realizada em Madureira, instalada sob o Viaduto Prefeito Negrão de Lima — o Viaduto de Madureira —, local tradicionalmente conhecido pelo Baile Charme e outras intervenções artísticas. O tema central da 15ª edição do festival é "Ideias para reencantar o mundo", e a escritora Conceição Evaristo será a autora homenageada. O Viaduto Madureira onde acontece o evento é considerado um território simbólico, que há 35 anos abriga o Baile Charme, reconhecido como patrimônio cultural do Rio. A Flup foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro e já recebeu o Prêmio Jabuti de Fomento à Leitura. Em 2024, a Flup mobilizou mais de 34 mil pessoas no Circo Voador em encontros e shows. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Eu podia estar matando, eu podia estar roubando, mas estou aqui convidando os assinantes do PublishNews para me acompanharem numa sequência de eventos passados nas últimas semanas. Coincidência ou não, em todos os episódios estou em contato com pessoas que, quase sempre, estão fora do mundo da literatura. Pegue a pipoca e vamos nessa: Cena 1 - Lançamento do romance Esquema, do escritor Jessé Andarilho, oriundo da favela de Antares, no bairro de Santa Cruz, na ponta esquecida do Rio de Janeiro. O escritor, que sempre se deu mal na escola, se voltou para a literatura quando, por acaso, um livro que falava sobre a sua realidade caiu na sua mão. Escreveu o primeiro no trem, num celular mesmo, e não parou mais. Em plena pandemia criou a biblioteca Marginow num posto policial da comunidade onde cresceu. Escrevi sobre isso aqui. No lançamento, mediei o papo, do qual participava o rapper Xamã, oriundo de Sepetiba e amigo de longa data de Andarilho. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta coluna.

Últimos dias da promoção! Em meio às temperaturas baixas do inverno, o PublishNews – canal referência para o setor livreiro – traz uma oportunidade quente para quem quer dar visibilidade aos seus produtos e serviços no mercado editorial. Até esta sexta-feira, dia 11 de julho, o PN oferece 50% de desconto no e-mail marketing (de R$ 3.700 por R$ 1.850), na Área Indie (de R$ 375 por R$ 187, 50) e no HUB PN (de R$ 450 por R$ 225). Válida exclusivamente para pagamentos à vista e para negociações fechadas dentro desse prazo, a ação é uma continuidade da tradição do PublishNews de oferecer condições especiais em momentos estratégicos do ano – como este, pós-Bienal do Livro Rio/A Feira do Livro e pré-Flip. Entregue a uma base de quase 16 mil endereços eletrônicos – contingente formado em larga medida por profissionais, empresas e entusiastas do mercado livreiro –, com taxas de abertura acima de 20%, o e-mail marketing do PN tem sido usado pelos mais variados players. Já a Área Indie é um espaço publieditorial em que autores e editoras podem divulgar suas obras, em formato de matéria/nota no site e na newsletter do canal. Por fim, o HUB PN (para entrar, clique aqui), que tem como slogan "Conectando leitores e o mercado do livro", é um canal de comunicação no WhatsApp, com grupos de assuntos específicos (alguns deles, com mais de 1.300 participantes). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Após a recriação da Secretaria de Economia Criativa (SEC) do Ministério da Cultura (MinC) em 28 de maio, chegou a vez da nova secretária assumir o posto. Cláudia Leitão foi empossada nesta quarta-feira (9), pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, em seu gabinete, em Brasília (DF). Cláudia Leitão, que já esteve neste cargo no MinC entre 2011 e 2013, para criar a SEC, tem agora a missão de implementar a Política Nacional de Economia Criativa, denominada Brasil Criativo, que irá formular programas e ações para fortalecer o campo da economia criativa como estratégia de desenvolvimento brasileiro. Trata-se de estruturar territórios criativos e seus ecossistemas, com ênfase na criação, produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços culturais e criativos brasileiros. Para a ministra Margareth Menezes, a recriação da SEC é fundamental e de grande importância para consolidação dos setores culturais e criativos. “A Unesco apontou recentemente que 6,7% do PIB do mundo é gerado pela economia criativa e mais de 30 milhões de pessoas são empregados nesse setor, por isso precisamos de políticas específicas para alçar a cultura brasileira ao lugar que ela merece”, afirma. No Brasil, a economia criativa representa 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), movimenta por volta de R$ 230 bilhões e emprega cerca de 7,8 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas, equivalente a 7% do total dos trabalhadores da economia do país. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Para saber como participar da seção, escreva para o comercial no e-mail comercial@publishnews.com.br. Essa semana temos uma novidade de suspense da Paragrapho 23. Em O inquilino, Robert e Ellen Bunting, um casal humilde da classe média baixa que tenta salvar sua pensão da ruína. Desesperados e à beira da fome, eles aceitam aliviados um jovem cavalheiro como inquilino. A escritora Marie Belloc Lowndes capturou o impacto psicológico dos crimes de Jack, o Estripador em sua obra de 1913. Não é de se admirar que Alfred Hitchcock, fascinado por esta história, tenha adaptado o romance para o cinema em 1927. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

David Azevedo Lopes é o novo Diretor-Geral do negócio das Edições Gerais e passará a integrar a Comissão Executiva do Grupo LeYa em Portugal. Segundo a editora, a nomeação reforça a aposta da LeYa numa estratégia de consolidação e crescimento das Edições Gerais, beneficiando da vasta experiência profissional de David Lopes nas áreas cultural e social, tanto no setor público como no privado. “É com grande orgulho e sentido de compromisso que integro o universo LeYa, cuja trajetória tenho acompanhado com atenção e admiração ao longo dos anos. Vejo neste novo desafio uma oportunidade para contribuir para um setor pelo qual sempre nutri grande paixão. Acredito firmemente no poder transformador do livro e da literatura, e no seu papel como motor essencial da cultura e do desenvolvimento social”, afirma David Lopes. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – divulga mais dois editais. Um deles refere-se à aquisição de livros pedagógicos, objetivando atender as necessidades da Secretaria Municipal de Educação de município no Pará e tem valor sigiloso. Já o segundo versa sobre a contratação de empresa para o fornecimento parcelado de livros destinados aos alunos da Educação Infantil e seu valor chega a quase R$ 500 mil. Ambos estão com disputa marcada para o dia 17 de julho. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Entre os livros previstos para a semana entre 25 e 31 de agosto estão Para John (HarperCollins), livro póstumo inédito de Livro póstumo inédito de Joan Didion, escrito quando a autora começou a descrever suas sessões no psiquiatra em um diário destinado a seu marido. Além dele, há também o lançamento do primeiro livro da tetralogia de Thomas Mann, entitulado José e seus irmãos I (Companhia das Letras) e Memórias de uma educadora (Contexto), livro que narra a trajetória de Magda Soares, referência intelectual na educação brasileira. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

A Agência Pública lançou no último sábado (5) uma seção dedicada à crônica literária, chamada Crônica de Sábado. Os leitores encontrarão neste espaço textos autorais sobre fatos cotidianos, assinados por jornalistas de dentro e fora da casa, além de escritores convidados. A coluna também aceita colaborações externas. A Crônica de Sábado oferece aos leitores da Agência Pública uma experiência de leitura diferenciada, com estilos e histórias diferentes do que se costuma encontrar no site da agência. Na nova seção, a Pública convida os leitores a parar para apreciar textos, conhecer novas perspectivas e autores. Para isso, a seção conta com a parceria do Instituto Vera Cruz. Uma vez por mês, serão publicadas crônicas de alunos ou ex-alunos do Instituto. Além das crônicas de profissionais da Pública e da comunidade do Instituto Vera Cruz, a seção Crônica de Sábado aceita colaborações externas. Autores interessados podem enviar suas crônicas inéditas e com entre 3500 e 4000 caracteres para o e-mail cronicadesabado@apublica.org. No assunto do e-mail, devem incluir “Crônica para avaliação” e seu nome completo. As submissões serão avaliadas pelo editor da seção, Thiago Domenici. A publicação é remunerada. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Entre silêncio, palavra e delírio (Editora & Galeria Degustar), de Natalie Salazar, será lançado nesta quinta-feira (10), às 19h, na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Rio de Janeiro / RJ). A partir das 20h, será realizada uma roda de conversa aberta ao público entre Natalie e os escritores João Paulo Cuenca e Edward Pimenta. A publicação explora os caminhos poéticos das memórias e palavras silenciadas ao longo da história familiar da artista, através de imagens, textos e ausências – resultado de um processo investigativo que atravessa questões históricas e pessoais. Concebido a partir de uma residência artística na Casa do Povo, em São Paulo, o trabalho é formado por páginas que mesclam trechos de um diário escrito pela artista durante essa experiência, com outros projetos. Publicado pela Editora & Galeria Degustar, o livro conta com uma tiragem limitada de 500 cópias numeradas, e foi organizado por Galciani Neves, com posfácio de Patricia Wagner. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em Agressão: a escalada da violência doméstica no Brasil (Globo Livros, 208 pp, R$ 69,90), a jornalista Ana Paula Araújo reúne relatos reais de vítimas, entrevistas com agressores, autoridades, especialistas e dados que mostram como esse crime, muitas vezes silenciado, afeta milhares de mulheres todos os anos no país. A obra busca dar voz a histórias que raramente chegam à luz do debate público. Ao percorrer todas as regiões do país, tratou de casos emblemáticos, como o de Maria da Penha ― cuja história deu origem à lei que hoje combate a violência doméstica no Brasil ― o do DJ Ivis ― flagrado por câmeras agredindo a própria companheira ― e a luta por justiça da família de Elisa Samudio ― a jovem assassinada pelo goleiro Bruno, com quem tinha um filho ― demonstram como, mesmo com uma legislação que serve como referência, o abismo entre a teoria e a prática ainda persiste. A autora também aborda as falhas estruturais na proteção das vítimas e discute caminhos possíveis para enfrentar o problema.

Nesta nova edição de Racismo estético (Jandaíra, 140 pp, R$ 65), o Prof. Dr. Seu João Xavier, linguista e sociólogo, se debruça sobre a necessidade de estudo sobre o racismo para promover reais reparações históricas. Na obra, trata questões como por exemplo a percepção de pessoas negras de seus cabelos, peles e produções artísticas. E mais do que uma questão de autopercepção, o autor define que o problema central reside em como a sociedade as enxerga e trata: através de lentes eurocêntricas, ajustadas aos graus do status quo, que desvalorizam sua estética e identidade. A partir dessa perspectiva, ele discute como o racismo molda não apenas experiências individuais, mas também padrões de beleza e legitimidade cultural, evidenciando a necessidade de um Letramento Racial Crítico. Essa prática social se torna essencial para desconstruir narrativas hegemônicas e promover uma educação que valorize as subjetividades negras e indígenas e toda a diversidade que compõe a realidade brasileira.

A obra Uterodrama (Ágora, 272 pp, R$ 70) aborda a invenção do corpo, do útero e da menstruação pela narrativa binária do Ocidente, evidenciando como esse discurso permeia corpos, imaginários e somatizações na atualidade. Com um viés crítico, a psicóloga Laura Vomero questiona o pensamento normativo sobre a menstruação e reflete sobre a importância de redesenhar políticas públicas para que todos os corpos possam menstruar com dignidade. Uterodrama discute também como corpos com útero que não menstruam podem se reconectar com seu órgão livres de estigmas. A obra apresenta casos clínicos em processo terapêutico, ressaltando a importância do contato com o útero, os ovários e a menstruação para uma compreensão psicossomática do corpo, o acesso a memórias e sentimentos e a possibilidade de uma vivência mais integrada. Vale mencionar que a temática da obra vem ganhando destaque não apenas na sociedade em geral, mas também nos espaços políticos, onde corpos trans e pessoas que menstruam têm reivindicado seus direitos e o acesso a políticas públicas. A obra também pode interessar a profissionais da saúde que buscam um olhar mais amplo sobre o corpo, sem restringir a menstruação e o útero a questões relacionadas a doenças ou gravidez.

Ato de se retratar, dar satisfação a alguém violado ou ofendido, para além dos significados do dicionário, reparação é um conceito e uma demanda que há anos vem ganhando tração nas lutas antirracistas e anticoloniais. Sendo a escravidão e o tráfico de africanos crimes contra a humanidade que têm consequências até hoje para a população negra, é tarefa inadiável tomar iniciativas que reconheçam a perpetuação de seus efeitos na sociedade, honrem a memória das vítimas e reparem os desdobramentos do passado escravista. Nesse sentido, o Instituto Ibirapitanga promoveu em 2023 o seminário que deu origem ao livro Reparação: memória e reconhecimento (Fósforo, 296 pp, R$ 94,90), para oferecer caminhos e contornos às questões em torno dos nexos entre memória e reparação, bem como do seu próprio conceito e implicações que estão em disputa e construção. Com curadoria da historiadora Luciana da Cruz Brito, o evento contou com oito rodas de conversas registradas neste livro, que agora podem ser lidas e referenciadas. Ao reunir experiências, trajetórias, projetos e interesses diversos, a obra traz diálogos com os atuais desafios e necessidades de avanço neste campo no Brasil, que vão desde a preservação de memória na cultura e nos arquivos até a indenização jurídica e financeira.

O livro Comunicação antirracista: um guia para se comunicar com todas as pessoas em todos os lugares (Planeta, 192 pp, R$ 56,90) trata justamente dos desafios de se estabelecer um canal de comunicação antirracista. O movimento antirracista se utiliza de diversos instrumentos em suas articulações, como o engajamento político-social e as medidas de discriminação positiva. Mas é pela interlocução e pela filosofia da linguagem que se dá uma das maneiras mais eficazes de se fazer compreendido. A autora afirma que, independentemente do meio empregado, do lugar ou do interlocutor, para a comunicação ser uma prática efetiva e transformadora, é necessário entender quais ações podem ser desenvolvidas para a promoção de uma interlocução que não reforce estereótipos, preconceitos e desigualdades. Neste livro, a jornalista Midiã Noelle detalha sobre as ferramentas para aprimorar as práticas comportamentais dentro do processo de construção de uma comunicação antirracista.