Heart lamp, de Banu Mushtaq, traduzido do canarês ao inglês por Deepa Bhasthi, foi anunciado nesta terça-feira (20) como o vencedor do International Booker Prize 2025, um dos mais influentes do mundo dedicados à ficção traduzida. A obra vencedora — a primeira coletânea de contos a conquistar o prêmio — foi revelada em uma cerimônia na Tate Modern, em Londres. O livro foi publicado no Reino Unido pela editora And Other Stories, de Sheffield. O International Booker Prize reconhece o trabalho vital da tradução, dividindo igualmente o prêmio de £50 mil entre autor e tradutor. Ambas receberam troféus entregues por Max Porter, presidente do júri. A transmissão completa pode ser assistida no canal oficial do YouTube do prêmio. A coletânea vencedora, composta por 12 contos, retrata a "resiliência, resistência, sagacidade e irmandade" de mulheres comuns em comunidades do sul da Índia, dando vida a essas histórias por meio de uma rica tradição de narrativa oral. De mães duronas e estoicas a avós cheias de opinião; de maridos cruéis a crianças resilientes — as personagens femininas enfrentam profundas injustiças e adversidades, mas permanecem de cabeça erguida. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O 3º Salão Literário Infantojuvenil Brasil-Alemanha será realizado nos dias 24 e 25 de maio de 2025, em Offenbach am Main, região metropolitana de Frankfurt. Andréia Amthor, fundadora do Fórum Literário Internacional i-Lit e da associação F.I.Z. e.V., é uma das responsáveis pela organização. Com entrada gratuita e atividades em português e alemão, o Salão é um exemplo de protagonismo da imigração brasileira na Europa. O evento coloca a literatura infantil e juvenil no centro do debate, buscando promover o bilinguismo, o intercâmbio cultural e a inclusão social. “O Salão é um espaço de trocas afetivas e criativas entre Brasil e Alemanha. Buscamos criar experiências acessíveis tanto para o público local quanto para a comunidade brasileira aqui, fortalecendo a cadeia do livro e promovendo encontros significativos por meio da literatura”, explica a idealizadora. O evento tem como tema de 2025: “Onde histórias crescem até o céu e a imaginação floresce sem limites”, inspirado no conto João e o Pé de Feijão (“Hans und die Bohnenranke” em alemão). A programação, inspirada na Feira do Livro Infantil de Bolonha, contará com leituras bilíngues, oficinas criativas, espaços temáticos interativos, exposições e apresentações literárias voltadas a todas as idades. O Salão é fruto da articulação de agentes culturais da comunidade lusófona na Alemanha, instituições pedagógicas e iniciativas voluntárias. O projeto tem apoio de importantes organizações brasileiras e alemãs, como o Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Conselho Literário de Hesse e o Paritätischer Hessen. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Entre os dias 28 e 30 de maio de 2025, o Centro Cultural Estación Mapocho, em Santiago (Chile), será sede de uma nova edição do CONTEC, fórum profissional da indústria editorial organizado pela Feira do Livro de Frankfurt (FBM). A atividade será realizada no contexto da Furia del Libro, a feira de editoras independentes do país, e tem acesso gratuito mediante inscrição prévia. Esta edição, realizada em parceria com o Ministério das Culturas, das Artes e do Patrimônio (Mincap) do Chile, representa um marco no caminho rumo à participação do país como País Convidado de Honra na Feira do Livro de Frankfurt 2027. O encontro reunirá uma delegação de editores, agentes e especialistas internacionais. Entre os participantes brasileiros deste ano, estão o CEO da MVB América Latina, Ricardo Costa, a publisher da Editora Relicário, Maíra Nassif, e Silvia Naschenveng, fundadora da Editora Mundaréu. De acordo com a vice-presidente da Feira para o Sul da Europa e América Latina, Marifé Boix García, a Buchmesse mantém um diálogo permanente com as instituições chilenas do livro. A secretária executiva do Consejo Nacional del Libro y la Lectura do Mincap chileno, Aracelly Rojas Vallet, afirma que o governo tem produzido um trabalho de longo prazo em relação à produção de informações sobre o ecossistema do livro e da leitura. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A escritora Rosa Montero está confirmada na programação da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Esta será a segunda vez que Rosa participa da Flip (a primeira foi em 2004). A Flip 2025 ocorre entre 30 de julho e 3 de agosto e terá o poeta Paulo Leminski como o autor homenageado. Espanhola, Rosa Montero nasceu em Madrid, em 1951, e é formada em jornalismo. Em sua obra, mistura temas de ficção e não-ficção. Desde 2019, as obras da autora são editadas no Brasil pela Todavia. No final de 2024, representantes da Livraria da Travessa elegeram o título O perigo de estar lúcida (Todavia), de Rosa, como uma das melhores leituras realizadas no ano. A última gota de chuva (HarperCollins), A ridícula ideia de nunca mais te ver, A louca da casa, Nós, mulheres e A boa sorte, da Todavia, são outros títulos de Montero. "A vinda de Rosa Montero é motivo de júbilo — para a editora, claro, mas principalmente para seus milhares de leitores brasileiros. Rosa é um desses raríssimos nomes da literatura universal que mescla, tanto na ficção quanto na não ficção, o gosto pela arte de contar histórias, a reflexão ensaística e a construção de um universo cultural em que o repertório literário anda de mãos dadas com a apreensão mais humana das nossas experiências. É uma autora que narra com gosto, e esse gosto é transmitido ao leitor, que não consegue largar seus livros. Para além de tudo isso, é uma escritora que brilha muito em eventos públicos, e galvaniza a atenção e o afeto de seus muitos leitores", comenta Leandro Sarmatz, editor da Todavia, ao PublishNews.. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. Para saber como participar da seção, escreva para o comercial no e-mail comercial@publishnews.com.br. Essa semana temos três novidades. O livro Vá, minha pequena! (Ases da Literatura), escrito por Marcel Cervantes de Oliveira, tem uma narrativa suave, acolhedora e repleta de magia, e conduz crianças e adultos por uma jornada encantadora de amor, esperança e descoberta. Ainda nas obras infantojuvenis, o livro Missão planeta (Ases da Literatura), escrito por Erika Rossetto e ilustrado por Isabela Weber, é uma viagem ao coração da conscientização ambiental para crianças. E também O despertar do Brasil: o país do presente (Ases da Literatura), de Marcel Cervantes de Oliveira, é uma sátira afiada e provocadora que mergulha no universo da política brasileira, tocando em temas como corrupção, moralidade e cidadania.

A Feira do Livro de Lisboa será realizada no Parque Eduardo VII, na capital portuguesa, entre os dias 4 e 22 de junho, com a promessa de consolidar o novo modelo implementado no ano passado, que privilegia a experiência qualitativa dos visitantes. Com mais praças, um percurso mais fluido e espaços reorganizados, a edição de 2025 reforça a ambição de proporcionar uma vivência mais confortável, acessível e culturalmente rica, com Lisboa como cenário. Este ano, a Feira coincide com três feriados e recebe 350 expositores. Até o momento, estão confirmadas 963 marcas editoriais e mais de 85 mil títulos distintos. “Com esta edição, consolidamos o modelo introduzido no ano passado, com mais praças, maior fluidez no percurso e uma programação ainda mais diversificada. Mais do que crescer em dimensão, quisemos crescer em qualidade, oferecendo uma experiência cultural enriquecedora, confortável, acessível e inspiradora. Acreditamos que a Feira do Livro deve ser, acima de tudo, uma vivência memorável que aproxime cada vez mais os leitores do livro, dos autores e da cidade”, afirma Miguel Pauseiro, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A notícia de que um terço da população do Brasil praticamente se insere no analfabetismo funcional, embora infelizmente pouco surpreendente, acende luz roxa para o futuro cultural do país. Assisti debate internacional sobre o mercado do audiolivro, na semana passada, com ótima mesa de Talita Fachini (editora-assistente do PublishNews), no qual o craque Carlo Carrenho apresentou, dentre vários outros, dados de leitura da França e do Japão. É de chorar, muito, o contraste com o Brasil. Não só no presente, mas pelo futuro que essa situação promete. Como ampliar o número de leitores, para que, aí sim, aumente a venda de livros? O crescimento vertical da venda de livros para leitores já formados esbarra num limite de tempo e disponibilidade; já o crescimento horizontal do número de leitores, de modo a aumentar significativamente a venda de obras, é um enorme desafio. O hábito de leitura começa em casa, e parcela significativa da sociedade adulta brasileira, hoje, por força da economia da atenção, acaba sendo atraída pelos cômodos produtos audiovisuais (filmes, games, novelas, etc.), bem como pelas publicações “dominó” em redes sociais, permeadas pela evasão de privacidade, imediatismo, e ânsia por uma pretensa notoriedade. O consumo da vida alheia inebria consideráveis grupos sociais, que gostam de conversa fácil e superficial e adoram a evasão de sua privacidade. No meio digital, esse grupo encontra interlocutores fáceis e variados, durante longo tempo. Produz-se um oceano de cultura com um palmo de fundura, como disse o advogado Gustavo Sampaio, em palestra recente. Clique no Leia mais para ler o artigo na íntegra.

Será lançada no mês de junho a primeira biografia do Papa Leão XIV, eleito em 8 de maio de 2025, após um conclave considerado breve por especialistas. Escrita pelo jornalista francês Christophe Henning — colunista do jornal La Croix e apresentador da RCF-Radio Notre-Dame — e publicada no Brasil pela Editora Petra, a obra é a primeira a realizar um perfil de quem é o novo pontífice da Igreja Católica e a detalhar o que o seu papado pode representar em um momento de tantas divisões e polarizações tanto dentro quanto fora da Igreja. O título Leão XIV: A vida do novo papa e seus desafios à frente da Igreja (Petra) apresenta a trajetória do missionário que atuou no Peru antes de se tornar dignitário do alto escalão do Vaticano. De perfil discreto e conciliador, Leão XIV é descrito por Henning como um “homem de paz e unidade”, escolhido para liderar a Igreja em meio a tensões internas, divergências teológicas e um cenário de crescente confusão em termos da disciplina e moral religiosa. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+, traz dois editais. Um dos editais visa a contratação de empresa(s) para aquisição de livros didáticos para os alunos da rede de ensino. A licitação tem valor de mais de R$ 700 mil. A disputa acontece no dia 28 de maio. Já o segundo edital é para a aquisição de livros didáticos para o Ensino Fundamental. O pregão está marcado para o dia 28 de maio e o valor supera R$ 1,8 milhões. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

Em O mundo dos objetos evocativos (Nós,192 pp, R$ 82 – Trad.: Liracio Jr.), o psicanalista estadunidense Christopher Bollas aprofunda sua investigação sobre a relação intrínseca entre os objetos e a constituição subjetiva, ampliando as concepções da tradição psicanalítica de Donald Winnicott e da teoria do objeto. Nessa obra, Bollas sustenta que os objetos do mundo não só refletem sua função utilitária, mas detêm um potencial evocativo que mobiliza estados psíquicos profundos, ressonâncias inconscientes e processos singulares de associação. A partir de sua vasta experiência clínica e teórica, Bollas elabora a noção de “assinatura estética”, descrevendo o modo peculiar pelo qual cada sujeito se liga ao universo material, revelando assim o tecido inconsciente de sua identidade. A obra, traduzida nesta edição por Liracio Jr. e coordenada por Amnéris Maroni, não se limita apenas à psicanálise, mas também dialoga com a filosofia, a estética e a antropologia, tecendo uma análise sobre a maneira como os objetos se imbricam com a formação da identidade, a memória e os traumas psíquicos. Em seu horizonte conceitual, Bollas expande a já consolidada noção de “objeto transformacional”, destacando a potência dos objetos enquanto catalisadores de reorganizações subjetivas. Ao explorar a função evocativa da materialidade, o autor propõe um ponto de vista inovador sobre a intersecção entre mente e ambiente, oferecendo contribuições valiosas tanto para a teoria psicanalítica quanto para a prática clínica.

Escrito em seus últimos anos de vida e finalizado postumamente, A arte de ser (Paidós, 192 pp, R$ 59,90) tornou-se uma espécie de legado deixado por Erich Fromm, que, com sua escrita instigante e profundidade características, propôs um retorno à essência humana, explorando práticas como a meditação, a autoanálise, o cultivo da concentração e o desapego das posses que nos aprisionam. Para o renomado sociólogo e filósofo alemão, viver plenamente exige esforço, autoconsciência e, especialmente, a coragem de falhar e seguir adiante. Ao rejeitar soluções rápidas e superficiais, o autor desafia o leitor a questionar os valores de uma sociedade consumista que reduz a existência ao acúmulo de bens e status. Neste livro, Fromm oferece ao leitor reflexões práticas e filosóficas sobre como superar os desafios modernos e reencontrar o propósito de vida, estendendo um convite para transcender o ter e abraçar o ser, em uma travessia que ressoa com os anseios de quem busca viver com autenticidade. Trata-se de uma jornada em direção ao autoconhecimento, à empatia e à criatividade – recursos internos que nos conectam com nossa humanidade mais profunda –, guiada pela sabedoria de um autor que continua inspirando gerações a construir uma vida de valores e laços verdadeiros.

As dificuldades para estabelecer conexões sempre existiram, mas nunca foram tão acentuadas quanto após o isolamento causado pela pandemia de covid-19 e o aumento do uso de telas, em especial por crianças e jovens. Apesar de tão importantes quanto as competências faladas, a comunicação não verbal fica de fora do ensino formal. Em Como criar filhos socialmente saudáveis (BestSeller, 252 pp, R$ 64,90 – Trad.: Carolina Simmer), o psicólogo e pesquisador pioneiro Stephen Nowicki reúne décadas de estudos em um manual para o mundo contemporâneo. Nowicki introduz os seis pilares da comunicação não verbal que, uma vez aperfeiçoados, podem mudar a vida de muitos, são eles: ritmo, expressões faciais, contato físico, vocalização, espaço pessoal e linguagem corporal. Além de apresentar histórias reais e técnicas para ajudar aqueles com dificuldade a obterem êxito nessas áreas. Em Como criar filhos socialmente saudáveis, os responsáveis serão capacitados para desenvolver nas crianças habilidades como seguir o ritmo das conversas, demonstrar e ler expressões faciais, corporais e linguísticas; aprender a diferença entre o toque apropriado e inapropriado; entender o humor de uma pessoa baseado em seu tom de voz. Este é um guia prático para ajudar os pequenos a dominar a chamada “linguagem do sucesso social” para auxiliá-los a terem ótimas relações na infância e, posteriormente, na fase adulta.

O livro Pioneiros da Gestalt-terapia no Brasil (Summus, 240 pp, R$ 91,10) reúne histórias dos pioneiros da prática no Brasil. Organizado por Celana Cardoso Andrade, ele capta a essência de uma abordagem que valoriza o contato autêntico e a totalidade humana, congregando as vozes que moldaram a teoria e a prática gestáltica e a adaptaram ao contexto cultural, social e político brasileiro. Tratando de temas como superação, liberdade, autenticidade, transformação e produção acadêmica — além de questões de classe, raça e gênero —, a obra convida o leitor a mergulhar nas vivências desses terapeutas que dedicaram a vida ao desenvolvimento da Gestalt-terapia em nosso país. Trata-se de um convite inspirador para todos os que desejam compreender e preservar o legado dessa abordagem. O livro apresenta textos de Abel Guedes, Alexandra Tsallis, Ari Rehfeld, Celana Cardoso Andrade, Fádua Helou, Jorge Ponciano Ribeiro, Lilian Meyer Frazão, Maria Alice Queiroz de Brito, Maria Cristina Frascaroli (Tsallis), Myrian Bove Fernandes, Mônica Botelho Alvim, Ronaldo Miranda, Selma Ciornai e Teresinha Mello da Silveira.

Como exercer motivações personalizadas no ambiente do mercado? O livro Emparedados pelo vazio (Labrador, 704 pp, R$ 149,90), de Vera Felicidade de Almeida Campos, abre a discussão e apresenta questionamentos que apontam para mudanças. Imagine se a TV e as redes sociais exibissem questionamentos? Se, em vez de propagandas de perfumes, cervejas ou iogurtes, tivéssemos debates sobre os deslocamentos que fazemos para esconder nossas frustrações e avisos sobre as ilusões e crenças que nos desumanizam? Ao longo das épocas, o que se buscou com os reclames do século retrasado e a propaganda do século passado, e se busca com a mídia atual, é criar motivações, transformando-as em ferramenta de captação necessária para ampliação de mercados (capital-economia) e de ideologias (política), assim como para criação de paraísos alcançáveis pelo sacrifício e catequese (religião). Toda vez que a motivação é transformada em vetor e é desviada para alguma direção alheia aos seus estruturantes, ela é solidificada como instrumento de manobra e perde, portanto, a função motivacional — intrinsecamente curiosa, questionante —, virando trilha para alívio e satisfação.