O episódio dessa semana do Podcast do PublishNews está um pouco diferente. Depois de acompanhar diversos assuntos relacionados ao mercado editorial e – nas últimas semanas – alguns dos painéis que rolaram na Casa PublishNews na Flip, decidimos construir um episódio mais curto e leve. Se a ideia inicial do Podcast do PN é abordar assuntos relacionados ao mercado editorial em seus mais diversos aspectos, por que não trazer também algo mais pessoal? Aproveitando que a feira de Frankfurt terminou há algumas semanas, a Feira de Sharjah inicia nesta e no próximo mês teremos também a Feira de Guadalajara, pedimos para alguns profissionais do setor para compartilharem histórias que eles tenham vivido em algum evento internacional. O tema foi livre: desde algo engraçado ou algum perrengue, até momentos que marcaram, seja pelo aspecto inusitado ou por questões pessoais. Nesse episódio você vai ouvir histórias de Carlo Carrenho (consultor e embaixador de áudio da Feira do Livro de Frankfurt), João Varella (Lote 42 / Miolo(s) / Banca Tatuí), Leonardo Garzaro (Rua do Sabão), Ricardo Costa (MVB), Felipe Brandão (Planeta), Leonardo Neto (jornalista, curador de eventos literários e especialista no mercado editorial), Raquel Menezes (Oficina Raquel) e Gustavo Faraon (Dublinense). Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota e ouvir o episódio.

Além da abertura, premiações e painéis, a Conferência de Editores de Sharjah iniciou mais uma edição com suas bem-sucedidas mesas redondas interativas. Ao todo, 30 mesas lideradas por especialistas em diversas áreas do mercado tomaram conta do pavilhão construído especialmente para o evento e focaram em diversos temas como áudio, inteligência artificial, marketing, acessibilidade e sustentabilidade. Outros temas como gêneros literários, foco geográfico (China, Índia, Espanha, América Latina, Turquia e EUA), pirataria, distribuição global, como melhorar vendas na Amazon, se aproximar da imprensa internacional, como organizar eventos com autores e maneiras de lidar, inovar e atrair diversas audiências, também foram discutidos. Além disso, algumas mesas também focaram no mercado africano e francês. O destaque vai para as mesas relacionadas à inteligência artificial. Se na última edição do evento as mesas abordaram os aspectos gerais da IA, no sentido de desmistificar o assunto para os editores, dessa vez a IA foi debatida em diversos sentidos: licenciamento, eficiência na publicação, marketing e tradução. O formato das mesas redondas com pequenos grupos – implementado em edições anteriores por Emma House – promove oportunidades de networking e desenvolvimento profissional, permitindo que os participantes compartilhem conhecimento e troquem ideias. O PublishNews passou por algumas mesas e reuniu pontos de interesse abordados em cada uma. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A 14ª Publishers Conference de Sharjah iniciou sua programação no domingo (3), reunindo 1.065 profissionais de 108 países com o objetivo de comprar e vender direitos e estreitar relações com o mercado editorial dos Emirados Árabes Unidos. O evento – que a cada ano parece atrair ainda mais editores – também trouxe mais de 47 palestrantes internacionais para abordar assuntos de interesse global para o setor. Saiba mais sobre as mesas-redondas aqui. Abrindo oficialmente o evento, a Sheikha Bodour Al Qasimi, presidente da Sharjah Book Authority (SBA), fez um discurso ressaltando a importância do diálogo e troca de experiências entre os profissionais do setor e a resiliência do mercado editorial. “É verdade que a indústria editorial está enfrentando uma complexa rede de desafios que se tornam mais intrincados a cada dia. De interrupções tecnológicas a mudanças na dinâmica do mercado, pressões econômicas, sustentabilidade e preocupações éticas: o cenário da publicação está mudando rapidamente. Mas não somos estranhos aos desafios. Como editores, encontramos uma maneira de nos adaptar a novas realidades e estamos confiantes de que continuaremos a fazê-lo”, encorajou. A conferência premiou ainda os vencedores do 3º Sharjah Rights Connection Awards, que visa celebrar esforços excepcionais no apoio e desenvolvimento do setor de direitos de publicação e tradução. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Dois painéis no primeiro dia da Publishers Conference em Sharjah forneceram ideias e uma visão geral do mercado editorial. Chantal Restivo-Alessi, Diretora Digital e CEO de Língua Estrangeira da HarperCollins, abriu a programação em uma conversa com Porter Anderson, editor-chefe do Publishing Perspectives. O bate-papo focou nas tendências globais – ou “glocais”, como Chantal prefere chamar. A profissional explicou que muitos países compartilham interesses de gêneros literários semelhantes, levando a uma tendência que ela chama de "glocal", que destaca também as adaptações locais de gêneros populares. “Vejo espaço para as culturas e autores locais, é um caminho mais fácil para se relacionar com as gerações mais novas”, disse. A habilidade de atrair as novas gerações para a leitura também foi um dos tópicos da conversa. “Eles não querem esperar, o que faz com que nós, editores, tenhamos que ser ainda mais rápidos na publicação”. Para Restivo-Alessi, cada país tem que entender com qual gênero seu povo mais se identifica e assim achar maneiras de atrair os jovens. "Os livros se tornaram indiscutivelmente muito mais acessíveis, permitindo que a gente se conecte e se envolva com um público mais amplo”, disse se referindo às redes sociais e aos booktokers, em especial. O segundo painel do dia recebeu John Ingram, presidente da Ingram Content Group e da Lightning Source, em conversa com Ed Nawotka, editor sênior do Publishers Weekly. O tema central da conversa foi a acessibilidade e sua importância na publicação, especialmente para obras de menor escala. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A partir da edição de 2025, para selecionar os ingressantes do ano de 2026, a lista de leituras obrigatórias do vestibular da Fuvest (Universidade de São Paulo) contará apenas com obras escritas por autoras. Na coluna do Painel das Letras, Walter Porto escreve sobre a parceria entre a Biblioteca Brasiliana José Guita Mindlin e a editora Carambaia, que passarão a editar três das obras que integrarão a lista do vestibular. Em reportagem, Mauricio Stycer analisa lançamento de livro sobre a Globo. O título foca na história da emissora, cercada de contradições em meio à sua história e a história do Brasil. A Folha também produziu um vídeo em que aborda a série Gatos alados (Aleph), de Ursula Le Guin. De acordo com a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, o livro Aspirantes a fascistas (Autêntica), cita diretamente políticos como Trump e Bolsonaro. Segundo ele, o autor Federico Finchelstein, afirma que esses líderes autoritários contemporâneos são “mais fracos e mais incompetentes do que os fascistas clássicos”, sem o “compromisso ideológico e extremismo” do nazista Adolf Hitler. Para a revista da GQ, do g1, o ator Antonio Fagundes afirma ler três livros por semana. No Estadão, a autora Ana Claudia Quintana Arantes indica livros e filmes que tratem sobre o tema da morte. E na seção Favoritos, do Nexo, Jessé de Souza indica cinco livros para entender o apoio popular à direita no Brasil. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Editora WMF Martins Fontes está à procura de um auxiliar de logística / expedição. A pessoa contratada será responsável pela entrada e saída de mercadorias; emissão de NF-e; conferência de pedidos; endereçamento e faturamento. É preciso ter conhecimento na área fiscal, experiência em logística, e conhecimentos intermediários em Excel. Ter trabalhado em livrarias será um diferencial. A editora oferece assistência médica, assistência odontológica, vale refeição ou alimentação e vale transporte. Interessados devem encaminhar currículos para rh@wmfmartinsfontes.com.br.

De acordo com levantamento da Minha Biblioteca, streaming de livros com mais de 15 mil títulos, as pessoas estão lendo e absorvendo mais os conteúdos de e-books. A pesquisa apontou um aumento de 18% na qualidade de estudos na plataforma no primeiro semestre de 2024, quando comparado ao mesmo período do ano passado. A métrica utilizada na pesquisa é baseada no uso dos recursos de apoio ao estudo da plataforma como realces para destacar trechos do livro, anotações e páginas favoritas. Entre as ferramentas mais utilizadas, as anotações tiveram destaque, com crescimento de 22,81%. Um dos fatores que contribuiu para o aumento foi a maior adoção pelas editoras do formato do livro digital em ePub. De 2023 para 2024, houve um aumento de 93% na quantidade de livros desse formato disponíveis na plataforma. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Escritoras negras e escritores negros são destaque na Festa Internacional do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra (FlinkSampa), que tem como patrono a figura de Zumbi dos Palmares. O evento terá mesas de debates, sessão de autógrafos e apresentações artísticas nos dias 16 e 17 de novembro, no Campus da Universidade Zumbi dos Palmares (Av. Santos Dumond, 483 – São Paulo / SP) e também no Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93 – São Paulo / SP). O evento faz parte da 7ª Virada da Consciência, que começa dia 16 de novembro e termina em 20 do mesmo mês, data comemorativa do Dia da Consciência Negra, que neste ano pela primeira vez se torna feriado nacional. A curadoria da FlinkSampa é de Guiomar de Grammont, escritora, dramaturga, professora da Universidade Federal de Ouro Preto e curadora de eventos como a homenagem ao Brasil no Salão do Livro de Paris (2015) e exposições como La maison de Clarice, sobre a escritora Clarice Lispector, que circulou por cinco cidades do Brasil. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

No ano em que se comemora os 111 anos de Vinicius de Moraes, a VM Cultural lançou no último mês - o mesmo do aniversário do poeta - um novo site que promete uma experiência completa e imersiva. Apresentada de forma minuciosamente revisada e enriquecida com biografia e bibliografia, elaboradas pelo pesquisador Daniel Gil e pelo poeta Eucanaã Ferraz, autores da Obra reunida de Vinicius de Moraes (Nova Fronteira), o novo espaço virtual conta com conteúdo completo de seus livros publicados em vida, são mais de 300 poemas, 30 crônicas e suas cinco peças teatrais na íntegra, incluindo a mais famosa Orfeu da Conceição. “Ele é um site de referência porque teve curadores especializados na obra de Vinicius, e pode ser acessível gratuitamente da maneira mais correta”, explica Maria de Moraes, diretora da VM Cultural. A trajetória de Vinicius de Moraes é retratada em uma linha do tempo que percorre seus 66 anos de vida e revela os momentos cruciais que moldaram sua carreira artística. Ainda dentro do escopo da produção do poeta, serão apresentadas informações sobre suas traduções para biografias de figuras ilustres, como Victor Hugo, Galileu e Beethoven, realizadas nos anos 1940. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Intermezzo (Companhia das Letras, 488 pp, R$ 79,90 - Trad.: Débora Landsberg), novo livro de Sally Rooney, acompanha os irmãos Peter e Ivan Koubek. Além do fato de serem irmãos, eles não parecem ter muita coisa em comum. Peter é advogado em Dublin e está na faixa dos 30 anos ― é bem-sucedido, competente e parece ser invencível. Mas logo depois da morte do pai, ele passa a tomar remédios para dormir e a sentir dificuldade de administrar a relação com duas mulheres bem diferentes ― Sylvia, seu primeiro amor, e Naomi, uma universitária para quem a vida é uma grande brincadeira. Ivan tem 22 anos e é jogador de xadrez. Sempre se considerou um cara que não tem muito traquejo social, um solitário, a antítese do irmão mais velho e fútil. Nas primeiras semanas do luto, ele conhece Margaret, uma mulher mais velha que está deixando para trás um passado turbulento, e a história dos dois logo se entrelaça profundamente. Para os dois irmãos enlutados e as pessoas que eles amam, esse é um novo intermezzo ― um interlúdio de desejo, desespero e possibilidades ―, uma oportunidade de descobrirem o que uma vida pode conter sem se quebrar.

A história de roma (Dublinense, 256 pp, R$ 74,90) se passa em Lisboa, quando uma escritora se reencontra com o homem com quem teve um romance em Buenos Aires, após dez anos idealizando este momento. Nesses dias que passam juntos, ela tenta reescrever suas lembranças com ele numa espécie de topografia íntima, revisitando Berlim, Marselha, Beirute. O resultado é um livro sobre amor, complexidade da memória e todas as histórias que nunca nasceram. A autora, Joana Bértholo nasceu em Lisboa, em 1982. É formada em Belas-Artes e em Design e tem doutorado em Estudos Culturais. Sua escrita se diversifica bastante, com obras em formatos como romance, conto, ensaio, peças de teatro e literatura infantil e juvenil. Entre suas temáticas, destaca-se a frequente reflexão sobre as relações, tanto as interpessoais quanto as entre humanidade e natureza.

Alex Green é uma jovem vivendo nos EUA nos anos 1950, em um cenário muito semelhante à nossa realidade da época, mas marcado por um evento singular: a Dragonização em Massa de 1955, quando mais de 300 mil mulheres se transformaram em dragoas e desapareceram para sempre. O evento trouxe muitas perguntas: a dragonização foi uma escolha delas? O que as motivou? Será que elas realmente abandonaram família, filhos e vida ou apenas fizeram o necessário para se manterem fiéis à própria essência? Alex não sabe, e o tema se tornou um tabu tão grande que ninguém lhe dá as respostas. Em meio ao silêncio e à curiosidade não satisfeita, Alex também enfrenta as adversidades de conviver com uma mãe superprotetora, um pai cada vez mais distante, uma tia desaparecida - cuja existência a família insiste em negar, mas de quem Alex se lembra vividamente - e uma prima-irmã obcecada por dragões. Através da perda, da raiva e da autodescoberta, Quando as mulheres eram dragoas (Gutenberg, 471 pp, R$ 74,90 - Trad.: Lavínia Fávero), obra de Kelly Barnhill, acompanha a jornada de Alex enquanto ela tenta compreender o tipo de dor que leva uma mãe a abandonar um filho, a força necessária para as mulheres reformularem suas vidas e a coragem que elas demonstram quando lhes é permitido expressar e compartilhar sua verdadeira natureza.

Solenoide (Mundaréu, 784 pp, R$ 146 – Trad.: Fernando Kablin), publicada na Romênia em 2015, é uma obra de maturidade, considerada pelo próprio autor, Mircea Cărtărescu, como bastante representativa de seu trabalho até então. O nome do protagonista deste romance poderia bem ser Mircea Cărtărescu, mas é um professor do ensino público em um bairro periférico de Bucareste. Ainda jovem, um malfadado sarau literário enterrou de vez suas pretensões literárias, restando apenas um diário para atestar o escritor que ele poderia ter sido. Trata-se, então, de autoficção de um duplo imaginário do escritor? Sua vida se resume a ir da escola para casa. Uma casa enorme, em forma de navio, construída por um cientista sobre um solenoide – um gerador de campo magnético que atrai todos os temas e obsessões literárias do escritor Cărtărescu, transformando a rotina do professor primário, para além do nonsense educacional e do terror do sistema de saúde, em um caracol de reflexões sobre percepção da realidade, literatura e filosofia. Tudo isso em Bucareste, capital cinzenta de um país sob regime ditatorial e empobrecido, uma cidade melancólica e sufocante, às vezes fantasmal. Pode-se dizer que a literatura de Cărtărescu seja intimista, detalhista, fabulosa, filosófica, monumental, lúdica, metaliterária e desafiadora. Entretanto, Solenoide destoa de outras obras sobre as quais costumam recair esses mesmos adjetivos.

O protagonista de nosso corpo estranho (Fósforo, 120 pp, R$ 69,90) nasceu em 1960 em Porto Alegre, mudou-se para o Rio de Janeiro e depois para Nova York, onde iniciou a carreira artística. Teve contato com ícones da pop art, como Andy Warhol, e esbaldou-se na cena noturna da badalada Big Apple. Como tantos outros de sua geração, viu paixões se transformarem pelo medo do hiv. Contemporâneo de Basquiat, realizou performances, colagens, instalações e pinturas, vivendo tendências como grafitti e body art. Apesar de ser agora comparado a grandes nomes como Leonilson, Banksy, Cildo Meireles e Marina Abramović, João Pedro Bennetti Bier foi ignorado pela crítica e pelo circuito de galerias do país natal, o que torna o registro de sua exposição retrospectiva um ato de reparação. Por meio da paródia, recurso literário que Reginaldo Pujol renova a cada novo livro, em nosso corpo estranho, o leitor tem acesso aos textos de parede da mostra, e é como se caminhasse por entre suas obras.