O ano de 2023 foi marcado por um jogo de mudanças na dinâmica das grandes livrarias. Um dos principais acontecimentos do ano foi a decretação de falência da Saraiva, encerrando o ciclo da sua grande crise que se iniciou em 2018 e abalou as estruturas do negócio no Brasil. Outro endereço que teve um ano turbulento foi a Livraria Cultura, que ficou num 'tira o casaco, bota o casaco', como resumiu a colunista do PN, Tatiany Leite. Em contrapartida, a Livraria Leitura terminou 2023 com 110 lojas físicas e se consolida como a maior rede de livrarias físicas atualmente no Brasil. O fato é que a grande novidade da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – divulgada em maio por SNEL e Nielsen – foi que as chamadas livrarias exclusivamente virtuais passaram a ser o principal canal de vendas de livros no país. Um relatório da Nielsen apontou que essa mudança foi sim catalisada pelo período da pandemia, mas já havia se iniciado antes, com a crise das grandes redes de livrarias a partir de 2018. A autora americana Colleen Hoover foi a mais vendida no ano na Amazon. Falando em pesquisas, a CBL divulgou em dezembro o inédito Panorama do Consumo de Livros. O estudo mostra, segundo análises, que o grande desafio do mercado editorial atualmente é a percepção do preço do livro. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A história de resiliência de alguns livros brasileiros de ficção na Lista de Mais Vendidos do PublishNews ganha mais um capítulo nesta sexta-feira (22): Tudo é rio (Record), de Carla Madeira, volta ao pódio da relação, em terceiro lugar, atrás apenas de A biblioteca da meia-noite (Bertrand Brasil), de Matt Haig, e de Café com Deus pai (Vélos), de Junior Rostirola – que vendeu, apenas nas livrarias contabilizadas pela lista, 5,9 mil exemplares. No total, a Lista contabilizou um aumento de 10% nas vendas em relação à semana passada, dando sequência à temporada de Natal, com destaque na categoria Infantojuvenil, com +36% no volume de vendas. A relação desta semana contou as vendas entre os dias 11 e 17 de dezembro. As principais novidades da semana estão nessa categoria: Minha vida fora de série – 5ª temporada (Gutenberg), de Paula Pimenta, e Heartstopper: Mais fortes juntos (Seguinte), de Alice Oseman. Os dois livros aparecem pela primeira vez e logo no top 10 geral. Outra estreia da semana nas listas é Biografia do abismo (HarperCollins), em Não ficção. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

A Livraria Paisagem – distribuidora de livros importados no país – começou sua operação no Bourbon Shopping em São Paulo com um estande de 40 m². A loja está localizada no terceiro andar do empreendimento e conta com 500 títulos. A empresa se prepara ainda para a abertura de uma loja no shopping prevista para o primeiro semestre de 2024. A Livraria Paisagem tem exclusividade sobre os títulos da editora alemã de alto luxo Taschen e trabalha com mais de 100 outras editoras. A marca possui duas operações próprias no Rio de Janeiro, uma no Rio Grande do Sul, que foi recém-inaugurada em Porto Alegre, além de parcerias com livrarias de todo o país, atuando ainda em eventos especiais como a Bienal do Livro, a Feira do Livro de Porto Alegre e em diferentes edições da CASACOR em âmbito nacional. “Acreditamos muito na parceria com o Bourbon Shopping São Paulo, uma vez que, como empresa distribuidora, já temos amplo conhecimento sobre o potencial do público do shopping, em especial para os livros de arte, que são o nosso carro-chefe”, afirma Aguimério Silva, diretor da Paisagem. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews publica regularmente a Área Indie, espaço publieditorial que reúne informações sobre livros lançados de forma independente ou autopublicados. O primeiro livro da semana é um retrato da adolescência nos dias atuais. Em R.i.p Reels Instagramáveis de Poesia - Aqui jaz minha adolescência, Amanda Boaviagem faz da poesia um consolo para a alma e situações complicadas. A autora utiliza o gênero literário para auxiliar os adolescentes – assim como os pré-adolescentes e todos que já vivenciaram a época, mas continuam a se sentir da mesma maneira – a lidar com a montanha-russa de emoções e hormônios, que são características marcantes da adolescência. Já em O herdeiro das lanças: a batalha dos reinos, da editora Ases da Leitura, o autor Leonardo Weinchutz convida o leitor a acompanhar a intensa jornada do protagonista Samy, que está decidido a pôr um ponto final na guerra que está aterrorizando o continente onde vive. Como todo bom livro de ficção, O herdeiro das lanças: a batalha dos reinos não desaponta o público que está em busca de uma leitura empolgante e envolvente. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Entre os principais assuntos da semana está a repercussão da nova lista de livros da Fuvest. Pouco mais de um mês após ser divulgada, a notícia de que a partir de 2026 a lista de livros do principal vestibular do país será composta apenas por autoras tem sido debatida na imprensa. Essa semana, o escritor Jeferson Tenório falou sobre o assunto na sua coluna no Uol, onde apontou que o questionamento da lista de livros é um "efeito colateral de mudanças". O portal Terra também reproduziu uma matéria sobre a lista. A Folha também publicou dois artigos sobre o assunto. Na semana passada, professores da USP assinaram uma carta se posicionando contra a nova lista, apontando a gravidade de excluir grandes autores homens da lista, como Machado de Assis. Em clima de final de ano, os principais portais de notícias fizeram diversas listas e retrospectivas do ano de 2023. Na Veja, uma seleção de nove melhores livros de 2023, com uma amostra de diferentes gêneros que marcaram o ano no mercado editorial. Dentro do blog Babel, o Estadão publicou um texto com uma lista dos livros mais vendidos em 2023. Na mesma toada, a revista Quatro cinco um realizou "uma pequena retrospectiva de um ano notável", em seu site. Outro assunto na semana foi a "frustração" da Black Friday para o mercado editorial. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Editora do Brasil contratou Marco Jordão como novo gerente de Vendas Especiais. A ideia da editora é cada vez mais investir no portfólio para a rede pública, e alguns projetos já estão previstos para 2024: SAEB, Alfabetiza Brasil, Convivências Plurais e Happy Play. Formado em publicidade e em gestão pública, Jordão tem MBA em Gestão de Pessoas com ênfase em liderança organizacional pela Universidade Positivo. Com passagens por Nestlé, Mattel, e outras empresas, trabalhou por cerca de oito anos na Positivo Soluções Didáticas, inclusive como Supervisor Nacional de Negócios com o Governo. Suas experiências mais recentes foram na Aprende Brasil e na Gênios Educacional. "A rede pública tem como seu maior desafio continuar progredindo na qualidade do ensino ofertados nas suas escolas, com currículos cada vez mais alinhados às exigências legais da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, que possibilitem avanços significativos nos resultados dos índices de aprendizagem das avaliações oficiais", diz Jordão ao PublishNews. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

E o ano de 2023 se encerra. E se encerra com calorões fora de época Brasil afora. Se encerra com massacres injustificados na Faixa de Gaza. Se encerra com vítimas diárias de armas de fogo nas mãos de quem jamais deveria ter armas de fogo. Se encerra com a pior espécie de neoliberalismo na vizinha Argentina, o neoliberalismo de apressados saque e roubo, como foi do Collor e na Grécia, anos atrás. Nosso mercado editorial ainda aparenta estar combalido. Ainda temos recuos atrás de recuos, a se ver dados de pesquisas. Ainda se pena nas mãos de multinacionais predadoras e grandes vendedores, como as Americanas, não pagando suas dívidas e entrando em recuperação judicial. E, assim, arrastando o caixa de boas editoras. Mas não sejamos pessimistas, se o ano se encerra, um novo inicia, neste ciclo do eterno retorno, como bem dizia Mircea Elliade. E a paz retornará também celebrando o primeiro ano do novo governo federal brasileiro. Um ano de reconciliação e de retomadas. Um ano com a Lei Paulo Gustavo começando a impulsionar os pequenos agentes culturais brasileiros. Um ano conquistando a tão sonhada reforma tributária e investimentos em infraestrutura. Sou da ideia de que nunca é tarde para reagir. Ainda que a reação não se conclua antes da debacle definitiva, ela sempre deitará sementes para o amanhã. Clique no Leia mais para acessar a íntegra deste artigo.

Em comemoração do aniversário de 60 anos da personagem Mônica, a Mauricio de Sousa Produções, em parceria com a Casa das Rosas, preparou uma imersão completa na história da garota forte e amada por milhões ao redor do mundo. A exposição Sempre fui forte, na Casa das Rosas (Av. Paulista, 37 – São Paulo / SP), vai até o dia 20 de fevereiro e tem entrada gratuita. O museu agora faz parte da celebração de 60 anos da personagem. A mostra, composta por 12 salas, traz a trajetória completa da Mônica, desde sua estreia marcante em 1963 até se tornar um ícone cultural. Apresenta momentos emblemáticos, como a primeira tira publicada na Folha de S. Paulo, fotos representativas e objetos históricos, incluindo o coelho original da Mônica. A exposição também mostra projetos atuais, como a série para crianças em idade pré-escolar 'Vamos Brincar com a Turma da Mônica' e uma seção dedicada aos longas Live-Action, acompanhada por uma linha do tempo desse segmento, incluindo a bicicleta usada no filme 'Laços'. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O jornal Cândido #145, de dezembro, o último de 2023, traz para o centro do debate a Biblioteca Pública do Paraná (BPP), que expandiu suas ações e se destacou como um centro cultural no Estado, com editorial assinado por Luiz Felipe Leprevost, diretor da instituição. Na reportagem especial, Francisco Camolezi conversou com profissionais da BPP, que analisaram as transições enfrentadas pelo espaço ao longo dos anos e as propostas postas em prática. A professora e pesquisadora Leilah Bufrem também concedeu uma entrevista à redação, que trouxe um panorama atual do papel das bibliotecas públicas e sua importância para o desenvolvimento educacional e cultural do país. Para concluir a pauta, Guilherme Shibata comentou em seu artigo as experiências compartilhadas com o público no projeto Ler Junto, da BPP, com ênfase na capacitação de leitores(as) e no estímulo à leitura. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O livro infantojuvenil Todos somos gênios (Outro Planeta, 144 pp, R$ 51,90 – Trad.: Marianna Muzzi | Ilustração: Omar Andrés Penagos), escrito por Andrew Maltés e Arturo Torres, busca mostrar para as crianças, através das experiências de 31 ganhadores do Nobel, que há diversas formas de conhecimento e que todas são válidas. No início, há uma breve introdução que apresenta o Prêmio Nobel e a importância para a sociedade. Criado em 1901, a premiação escolhe um homem e uma mulher cuja as descobertas dentro da área de estudo contribuíram para o progresso da humanidade. As áreas de estudo são: Física, Química, Medicina, Literatura, Paz e Ciências Econômicas. Para difundir a ideia de que todo conhecimento é valido e que deve ser aplaudido, os autores mesclaram a experiência de premiados de áreas diversas, como Gabriel García Márquez, Nelson Mandela, Albert Camus, entre outros. Os autores reuniram personalidades que mudaram a história mundial para mostrar as crianças que todas nascem geniais e com capacidade de transformarem o mundo, independente da área que desejam estudar. Todos somos gênios mostra que explorar, brincar e fazer muitas perguntas são passos importantes para desenvolver um talento e que a curiosidade é algo que não pode ser perdida, mas sim, alimentada.

Por que só os dedos das mãos têm nomes? Fura-bolo, Mata-piolho, Seu-vizinho... Em algum momento, os outros dedos iriam tomar pé da situação. O resultado? Uma revolta. Mas uma revolta não adianta nada se for muda, e para se colocarem em pé de igualdade com as mãos, esses revoltados dedinhos precisam inspirar um músico de férias com sua família na praia. A revolta dos pés (Moderna, 80 pp, R$ 77), escrita por Ricardo Chaves Prado e ilustrada por Daniel Almeida, é uma divertida história que começa embaixo da mesa e termina com uma música inédita. Este é um livro para ver, ler e ouvir. Um presente aos pés, que também querem ter um nome pra chamar de seu.

Em Pedro e o menino valentão (Global, 32 pp, R$ 65 – Ilustração: Mariana Massarani), sétimo livro da Coleção Comecinho e escrito por Ruth Rocha, o leitor logo descobre que é tarefa de Pedro ir comprar o refrigerante para os almoços de domingo da família. Mas o compromisso, que deveria ser algo simples, vira um problema quando alguns meninos valentões, muito maiores que ele, começam a perturbá-lo roubando suas sacolas. O menino fica chateado com a situação e seu pai tem a brilhante ideia de inscrever o filho para fazer judô e, com isso, aprender a se defender. Pedro gosta tanto do esporte que seu irmão, Miguel, resolve praticar também – fortalecendo ainda mais os laços entre os dois. Um dia Pedro é atacado pelos valentões novamente. Ele tenta escapar, mas percebe que não poderia ficar fugindo a vida toda. Então, sua única opção é dar um baita golpe em um deles, colocando-os para correr. A aventura trata de assuntos atuais e que devem ser debatidos em casa e na escola com os pequenos, como o bullying e o autocontrole. Ao ser confrontado, Pedro precisa aprender a lidar com suas emoções, sentimentos e impulsividades. Além disso, mostra que é necessário enfrentar os problemas em vez de fugir.

Marcela é uma garota de 17 anos que fica órfã e precisa ir morar com a avó, Esmeralda, a quem pouco conhece. Mas os dias junto à avó, que traz consigo sabedorias ancestrais de curas, plantas, receitas e comportamentos, aplacam a dor de ter perdido seus pais tão nova e trazem também uma redescoberta de suas origens africanas, com as quais quase não tinha contato. Pés descalços (Editora do Brasil, 120 pp, R$ 56,90) apresenta ao leitor a discussão sempre imprescindível sobre o direito às práticas religiosas, com respeito, dignidade e amor entre as pessoas, assim como joga luz às atitudes de tranquilidade e serenidade com as quais Esmeralda encara seus agressores. Trata-se de uma obra de extrema importância para que haja, em torno de sua leitura e discussão, ações em prol da boa vontade dos seres humanos, resiliência e atos de amor. As ilustrações de Bárbara Quintino trazem cores vibrantes da cultura africana de Esmeralda aos desenhos das plantas dos cadernos de Marcela, em uma harmonia visual que une ensinamentos e ancestralidade.