Finalizando o ano de 2022, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Nielsen Book divulgaram nesta segunda-feira (23) os resultados do 13º Painel do Varejo de Livros no Brasil, referente ao período de 5 de dezembro a 1º de janeiro de 2023. Com o varejo movido pelas compras de Natal, o painel registrou movimentação de 5,78 milhões de livros comercializados, com uma arrecadação de R$ 270,69 milhões. Isso significa um aumento de 6,16% nas vendas e de 15,18% no faturamento em comparação com os resultados do mesmo período de 2021. O ano de 2022 conseguiu superar a força expressiva de 2021 e consolidou um resultado positivo para o varejo. No total foram vendidos 58,61 milhões de livros em 2022, resultado esse 2,98% superior ao número de 56,91 milhões que em 2021 apresentou. A superioridade também se mantém em faturamento, sendo 8,33% maior que o ano de 2021, alcançando o número de R$ 2,54 bilhões em receita contra R$ 2,35 bilhões. Clique no Leia mais para conferir a análise completa do painel.

Marco Lucchesi tem um currículo extenso: premiado poeta, escritor, romancista, ensaísta, tradutor, historiador, professor titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de Presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) de 2018 a 2021 e agora, em 2023, presidente da Fundação Biblioteca Nacional. Ele é o convidado do Podcast do PublishNews desta segunda-feira (23). Com a FBN, ele tem uma relação que remonta aos seus 15 anos de idade, quando frequentava a Biblioteca em busca de livros de história. Mais tarde, foi editor da Revista Poesia Sempre e fez edições de obras raras como colaborador. Agora, ele retorna como Presidente da Biblioteca Nacional. Autor de diversas obras e envolvido também em projetos sociais relacionados ao livro, leitura e escrita, Lucchesi chega agora à Biblioteca Nacional reconhecendo o trabalho de gerações e gerações de funcionários que dedicaram suas vidas ao espaço. "Os funcionários são de grande competência, têm um plano e uma visão, a instituição é quase como se fosse uma verdadeira cidade, que se organiza, cria interfaces", comenta no podcast. Clique no Leia mais para ouvir o episódio na íntegra.

O Grupo Ediouro anuncia nesta segunda-feira (23) seu novo diretor Comercial e de Marketing: Bruno Mendes, sócio do PublishNews, do #coisadelivreiro e da importadora Saudade (em Portugal). Bruno continua como sócio do PublishNews, mas ressalta que as operações do dia a dia já são coordenadas pelo CEO do PN, Ricardo Arcon. Ele ainda mantém a sociedade nas outras empresas, que também possuem gestores próprios. Na Ediouro, a diretoria unificada dos setores de Marketing e Comercial é uma inovação na organização interna da empresa e um passo importante na renovação da editora, segundo nota. "Nos últimos anos, o mercado editorial passou por eventos transformadores, cujos impactos levaram todo o setor a reavaliar a forma como os livros são produzidos e vendidos. O Bruno chega para nos ajudar neste grande movimento", declara Jorge Carneiro, presidente da editora. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Assim como o PublishNews já adiantou, a crise na Americanas tem preocupado o mercado editorial. O Valor deu destaque ao setor de livros didáticos, que pode sofrer um baque nas vendas de volta às aulas. A varejista movimenta cerca de R$ 50 milhões com livros didáticos no começo do ano, segundo estimativas de fontes do jornal. O jornal também listou alguns novos lançamentos que estão chegando às livrarias. Com o lançamento de uma nova edição de Um defeito de cor, publicado pela Record, Ana Maria Gonçalves foi tema de um especial na Folha. A escritora afirmou que escreve para todos e tem sua obra como universal. O jornal também entrevisou a escritora Celeste Ng, que está lançando Os corações perdidos (Intrínseca). Rinaldo Gama falou do "alento e do amargor" de ver Roupa suja (polêmica alegre), de Moacyr Piza, ser reeditada agora pela Chão 100 anos depois do seu lançamento original. Além disso, o colunista Walter Porto também anunciou os detalhes do próximo livro de Itamar Vieira Junior, Salvar o fogo, a ser publicado pela Todavia em abril. O Estadão entrevistou ainda a historiadora Mary del Priore, autora de Tarsila: uma vida doce-amarga, biografia recém-lançada pela Editora José Olympio. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

Segundo uma apuração do portal britânico The Bookseller, os livreiros no Reino Unido estão notando uma diferença importante nas vendas de livro nas suas lojas. Os vendedores relataram que os clientes estão buscando versões mais baratas e edições econômicas dos livros, como os chamados "paperbacks". Isso se daria, principalmente, pela inflação e desaceleração na economia britânica. De acordo com o jornal, as vendas de paperbacks como um todo aumentaram em 2022, com variação de volume de 1% e valor de 2,2% em relação aos períodos disponíveis de 2021. As vendas na categoria Ficção estavam impulsionando o boom, aumentando 7,2% em volume e 12% em valor contra 2021. Ainda assim, os livreiros acreditam que não há motivo para alarde. As edições mais trabalhadas e especiais, como as de capa dura, ainda chamam à atenção dos leitores que desejam ter uma biblioteca com livros mais trabalhados. As editoras britânicas também devem começar a notar a alteração no consumo; talvez, seja mais vantajoso primeiro lançar uma opção mais barata ao consumidor, ao invés das caras edições de capa dura. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

O tradicional Festival Internacional de Cinema de Berlim está marcado para ocorrer no próximo mês. Dentro da programação, no dia 20 de fevereiro, a Feira do Livro de Frankfurt – em parceria com o Berlinale Co-Production Market – realiza mais uma edição do Books at Berlinale, um pitching em que detentores de diretos autorais de obras literárias terão a oportunidade de apresentar seus trabalhos a produtores de filmes. Com mais de 190 livros inscritos de mais de 30 países, o Berlinale selecionou 11 livros de autores da Áustria, França, Alemanha, México, Holanda, Noruega, Espanha, Reino Unido e Eslovênia – país convidado de honra da Feira de Frankfurt este ano. São finalistas obras como This is not Miami, da mexicana Fernanda Melchor – duas vezes finalista do International Booker Prize – e autora dos livros Temporada de furacões e Paradais, ambos publicados pela Mundaréu. This is not Miami reúne crônicas que narram a degradação humana em seus aspectos mais vergonhosos. Outra obra que merece destaque é Aleksandra, escrita por Lisa Weedae e que narra a saga de uma família ucraniana. A protagonista da obra conta a história de sua avó e mostra como a vida individual dessa mulher se entrelaça com a história da região de Donbass de onde ela vem e com a própria história europeia. O Books at Berlinale está marcado para 20 de fevereiro, às 10h30 (horário Alemanha). Produtores de filmes interessados no campo das adaptações literárias, bem como editores e agentes literários podem se inscrever no evento até 14 de fevereiro pelo e-mail books@berlinale.de. Clique no Leia mais para conferir a lista completa dos finalistas.

O Ministério da Federação Valônia-Bruxelas (Bélgica francófona) está com inscrições abertas para a primeira das três chamadas do ano do programa de apoio à tradução. O edital apoia a tradução de obras literárias escritas por autores belgas de língua francesa nas seguintes categorias: romances, contos, poesia, teatro, livros infantojuvenis, quadrinhos e ensaios literários. Até o dia 3 de fevereiro, os editores brasileiros podem solicitar assistência financeira para cobrir 75% dos custos de tradução e em relação aos autores clássicos falecidos que fazem parte do patrimônio literário, a assistência financeira é de 50% dos custos de tradução. Na cessão de direitos, se alguma editora estiver negociando os direitos de uma obra com uma editora da Valônia-Bruxelas, esta pode solicitar ajuda financeira da Valônia-Bruxelas Internacional a fim de influenciar o preço de venda dos direitos. As áreas abrangidas são não ficção (ciências humanas e sociais, artes plásticas, patrimônio, turismo, divulgação científica) e ficção (infantojuvenis e quadrinhos). Interessados podem baixar o formulário de inscrição clicando aqui e para mais informações, é só entrar em contato com Elodie Meunier pelo e-mail e.meunier@delwalbru.be.

Nos dias 27 e 28 de fevereiro ocorre em Londres – com transmissão on-line – a edição de 2023 da IPG Spring Conference. Realizado pela Independent Publishers Guild, o evento terá 30 sessões diferentes entre painéis e workshops. Entre os destaques da programação está a participação de James Daunt, CEO da Waterstones e Nicole Vanderbilt, diretora administrativa da Bookshop.org que falarão sobre a cadeia de suprimentos, os cuidados com o autor, o mercado de livros de segunda mão e quais livros vendem melhor em tempos econômicos desafiadores. O primeiro dia de conferência terá ainda líderes de editoras independentes, entre eles Jamie Byng, da Canongate; Catherine Stokes, da Nosy Crow; Jenny Ridout, da Bloomsbury e Ruth Gill, da Gill Books, que definirão o cenário para 2023 no mercado comercial, infantil, acadêmico e setores educacionais. A segunda manhã de conferência terá workshops que darão aos editores conselhos práticos sobre assuntos como publicidade on-line, podcasts, direitos autorais, e-mail marketing, eventos, sustentabilidade e acessibilidade. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Lote 42 anunciou em sua primeira newsletter do ano que a Sala Tatuí (Rua Barão de Tatuí, 302, sala 42 – São Paulo / SP) será reinaugurada após passar por uma reforma no ano passado, com obra capitaneada pelos arquitetos Frederico Costa e Daniel Winnik e, de cara nova, receberá oficinas e cursos durante todo o ano de 2023. A estreia ocorre no sábado, dia 4 de fevereiro, das 15h às 19h. Haverá oficina de zines impressos com carimbos (das 15h às 17h) com o artista gráfico Gilberto Tomé, da gráficafábrica. Além de passear pelo espaço, será possível conferir uma pequena mostra com publicações experimentais independentes, aproveitar livros da Lote 42 com desconto de 42% e levar um brinde impresso. A entrada é gratuita e haverá quitutes do Zud Café à venda. A editora também anunciou que vai levar livros para a SP–Arte 2023 – a maior feira de arte da América Latina chega a sua 19ª edição no dia 29 de março – e para a feira Urucum, em Belo Horizonte.

A AZ7 Editora, que atende autores independentes, está à procura de um representante comercial para atuar na região sudeste. É preciso ter experiência como vendedor(a) / representante comercial por no mínimo dois anos; ensino superior em Administração, Gestão Comercial, Marketing ou similares; conhecimento dos programas Microsoft Excel, Outlook, PowerPoint, Word e sistemas de gestão de vendas; boa comunicação interpessoal; habilidade de apresentação e negociação; e disposição e entusiasmo para vendas. As funções do cargo incluem realizar o mapeamento de oportunidades e prospecção ativa de novos clientes; vendas, planejamento de ações; auxiliar na cobrança e negociação financeira em caso de inadimplência; atendimento da carteira de clientes, com foco em crescimento; divulgação do catálogo de produtos e novos lançamentos; organização de rotina de visitas e seus respectivos relatórios; desenvolvimento de campanhas de vendas e de fixação de marca; elaboração de propostas comerciais; e atender feiras e eventos. O modelo de contratação é PJ, há uma comissão de 5% sobre as vendas líquidas e ajuda de custo de R$ 1 mil. O trabalho é remoto e os interessados devem encaminhar currículos para contato@agencia07.com.br até 15 de fevereiro.

Durante a década de 1930, o judeu alemão Walter Benjamin escreveu seus principais ensaios em uma livraria de Paris, cidade que amava e onde havia se exilado depois da ascensão de Hitler ao poder na Alemanha. Mas, em 1940, os tanques nazistas chegaram ao subúrbio da capital francesa e Benjamin foi obrigado a fugir, carregando uma maleta com centenas de páginas de preciosos manuscritos. Depois de uma tentativa fracassada de escapar por Marselha, vislumbrou uma chance de fugir com Lisa Fittko, uma jovem combatente do nazismo que guiava judeus e outros refugiados através dos montes Pireneus e rumo à Espanha. De lá, com sorte, chegaria a salvo em Portugal ou na América do Sul. Jay Parini intercala a história comovente da fuga com esboços do passado complexo e cosmopolita de Benjamin: sua infância privilegiada em Berlim, seus anos de militância no Movimento Jovem, os dias na universidade. E sua grande amizade com Gershom Scholem, o eminente teórico da mística judaica, é contada na própria voz do amigo. Outro importante fio condutor é o relacionamento amoroso de Benjamin com Asja Lacis, uma bela marxista que conhecera em Capri, em 1926. O elenco de personagens desta história inclui ainda o dramaturgo Bertolt Brecht, o filósofo Theodor Adorno e muitos outros artistas e intelectuais, que fizeram parte do círculo de amigos íntimos de Benjamin durante as duas guerras. Com Walter Benjamin, experimentamos as angústias da exclusão, o medo da perseguição; e, com Scholem, o sofrimento de quem perdeu um amigo brilhante. Mas este livro não trata apenas dos acontecimentos trágicos que marcaram sua fuga. Em parte, é também um elogio não apenas a Benjamin, mas a toda a tradição intelectual europeia. A travessia de Walter Benjamin (Record, 408 pp, R$ 79,90 - Trad.: Maria Alice Máximo) é um romance surpreendente sobre guerra, história cultural e a grande divisão da civilização na década de 1940.

Antes de se tornar rainha da Inglaterra, Charlotte Sophia de Mecklemburgo-Strelitz era princesa da Alemanha. Mas, apesar do status de nobreza, ela guardava um grande segredo: a sua ascendência africana. Com a família real falida, a única opção da princesa é esconder quem realmente é e desistir do verdadeiro amor em busca de conseguir um casamento vantajoso com o rei da Inglaterra, George III, para então ascender ao trono e se tornar a nova rainha consorte. O que Charlotte não esperava era que o trauma, a loucura e a mentira que permeiam o reinado pudessem pesar tanto em sua vida. Em Charlotte Sophia: um romance (HarperCollins, 464 pp, R$ 69,90 - Trad.: Bruna Barros), a autora Tina Andrews usa uma escrita assertiva para revelar todas as camadas de uma vida na corte repleta de ressentimentos, traições e angústias. Recheado com a coragem da mulher que, por décadas, enfrentou o preconceito da monarquia inglesa, Andrews apresenta os cenários de intriga aristocrática, adultério e as disfunções familiares que moldaram Charlotte Sophia desde sua vida como princesa da Alemanha até ocupar o trono ao lado do rei George III como rainha da Inglaterra.

Entre a sexta de Carnaval e a Quarta-Feira de Cinzas pode se passar muita coisa. A história do livro O último romance de Proust (Ibis Libris, R$ 50) é de Pierre Cambronne, um ex-militar que realiza algumas missões extraoficiais para um contrabandista inglês de obras de artes. Sua próxima tarefa é ir à cidade brasileira Olinda, na época do Carnaval, para encontrar um inédito original de Marcel Proust (1871-1922). O romance teria chegado ao Brasil pelas mãos de Henri Rochat, seu amante à época. Cláudio Aguiar, autor, formou-se pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e é Doutor pela Universidade de Salamanca, Espanha. Pertence a diversas entidades literárias e culturais brasileiras, entre elas, Academia Pernambucana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), Academia Carioca de Letras e PEN Clube do Brasil. Presidiu a Fundação Miguel de Cervantes de Apoio à Pesquisa e à Leitura da Biblioteca Nacional. Publicou mais de 30 livros, entre romances, ensaios, teatro e poesia. Em 2015, conquistou o Prêmio Jabuti com Francisco Julião, uma Biografia (Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2014). Publicou A última noite de Kafka e outros dramas, reunindo suas 11 peças de teatro (ABL e Ibis Libris, 2015). Lançou um novo livro de poemas Baile de luz em 2019 e o livro biográfico A casa de João Fernandes Vieira em 2021, ambos publicados pela Ibis Libris.

De forma pouco usual, R.Colini retrata o conflito mais sangrento da história do país por meio de um jovem oficial do Exército Brasileiro. Enquanto se dirige ao cenário da guerra, ele marcha e canta entusiasmado com a missão que deveria cumprir: exterminar os selvagens, fanáticos e inimigos da pátria, que desafiavam a República. Era assim que pensava o país inteiro. Mas as coisas não acontecem como ele esperava. A desorganização e o caos reinante no exército e o contato cada vez mais próximo com os jagunços o faz conhecer dois mundos que se aproximam de forma dramática. Imerso em realidades completamente opostas, ele terá um sonho revelador e se aproximará de Auxiliadora, com quem irá viver um amor tão grande quanto breve. O livro Entre as chamas, sob a água (Labrador, 160 pp, R$ 49,90) lembra que Canudos é uma parte da história do país que não deve ser esquecida e diante da qual não podemos ficar mudos.