
A abertura será nesta quinta (4), às 15h, com exposições de fotos, objetos pessoais e uma linha do tempo da vida e obra de Farhat. Às 17h, autoridades e representantes diplomáticos participam da cerimônia inaugural, seguida da conferência do embaixador Alejandro Bitar. Na mesma noite, serão lançados o primeiro livro bilíngue árabe-português do autor (Edições Câmara), um volume digital de pesquisadores brasileiros e o acervo digital Elias Farhat, além de declamações e apresentação musical.
Na sexta (5), mesas e conferências discutem a produção do poeta sob diversas perspectivas: sua contribuição sociopolítica, o papel da comunidade árabe em Belo Horizonte, e os desafios da tradução da literatura árabe no Brasil. Entre os participantes estão Miguel Mahfoud, Muna Omran, Christina Stephano de Queiroz, Danny Zahereddine, Edmundo Abi-Ackel, Emir Cadar, Barjute Bacha, Guilherme Di Lorenzo Pires e Khaled Tomeh. O encerramento traz a conferência As diversas modalidades de amor na língua árabe e na poesia de Elias Farhat, com Gehad Ismail Hajar, seguida de declamações.
Coordenador do colóquio, Miguel Mahfoud destaca o papel de Farhat na aproximação entre Oriente e Ocidente. “A sua obra, ao mesmo tempo lírica e libertária, segue inspirando por sua criatividade diante da vida ameaçada e por sua ânsia de liberdade inegociável”. Para Jacyntho Lins Brandão, presidente da AML, o poeta — conhecido em sua época como “príncipe dos poetas árabes” — ainda é pouco divulgado em Minas. “Fica o convite a todos para conhecer a inspiração e a destreza desse autor admirável”.
O evento é uma realização conjunta da Academia Líbano-Brasileira de Letras, Artes e Ciências e da Academia Mineira de Letras, no âmbito do Plano Anual Academia Mineira de Letras, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Tem patrocínio do Instituto Unimed-BH, com apoio da Salum Construções.
Nascido em Kfarshima, no Monte Líbano, em 1893, Elias Farhat emigrou para o Brasil em 1910. Tornou-se uma das vozes mais expressivas da literatura árabe da diáspora (mahjar) e ajudou a difundir no país o Al-Nahda, movimento de renascimento cultural árabe. Marcada pelo lirismo, pela defesa da liberdade e por críticas ao puritanismo e ao materialismo , a sua obra inclui títulos como Primavera, Outono e Roubayat, que completa cem anos. Os poemas que deixou seguem presentes em escolas no Líbano e na Síria, e o seu nome batiza ruas em diversas cidades. Farhat viveu em Curitiba, na Lapa e, mais tarde, em Belo Horizonte, onde consolidou o seu vínculo com Minas Gerais e faleceu, em 1976.






