Livro pelos dez anos da Mina de HQ será lançado no CCXP e na Megafauna
PublishNews, Redação, 24/11/2026
Criada em 2015, a Mina de HQ é uma plataforma multimídia dedicada à curadoria, crítica, formação e divulgação de histórias em quadrinhos produzidas por mulheres cis, pessoas trans e não binárias

A plataforma Mina de HQ completa uma década e marca a data com o livro Mina de HQ 10 anos: quadrinhos, diversidade e insurgência, publicado pela Kipuka. O lançamento oficial está marcado para a sexta-feira, 12 de dezembro, às 19h, na Livraria Megafauna Copan, em São Paulo, com bate-papo entre Gabriela Borges, Dani Marino e Helô D’Angelo, mediado por Daniela Arrais. Antes disso, a obra será apresentada em primeira mão na CCXP, pois Gabriela vai participar do Artists’ Valley.

Criada em 2015, a Mina de HQ é uma plataforma multimídia dedicada à curadoria, crítica, formação e divulgação de histórias em quadrinhos produzidas por mulheres cis, pessoas trans e não binárias. O projeto atua em diversas frentes — site, revista, newsletter, clube de leitura, cursos e eventos — e se consolidou como referência nacional em representação de gênero no universo dos quadrinhos. A capa do livro é assinada por Helô D’Angelo, e a jornalista e escritora Daniela Arrais assina a orelha.

Organizado por Gabriela Borges e pela pesquisadora Dani Marino, o livro funciona como manifesto, memória e celebração. A obra reúne uma antologia de quadrinhos produzidos na última década com foco em diversidade e apresenta mais de 200 quadrinistas para conhecer, ler e seguir — um panorama amplo de caminhos, discussões e descobertas construídos ao longo desses dez anos de atuação. O histórico da Mina de HQ inclui reconhecimentos importantes, como ter sido finalista do Prêmio Jabuti2022 (Fomento à Leitura), finalista do Global Arts Prize 2025 (People) e vencedora dos troféus HQMIX (2023) e Angelo Agostini (2021).

“Este livro apresenta um panorama da diversidade nas histórias em quadrinhos brasileiras da última década e marca a importância da trajetória da Mina de HQ na cena. Apostamos na pluralidade como força criativa ao reunir artistas mulheres cis, trans e não-binárias em nossa curadoria crítica. Colocamos essas narrativas no centro para mostrar que os quadrinhos podem ampliar repertórios, formar novos públicos e renovar o ecossistema do livro. É uma publicação que reafirma a necessidade de mais vozes, mais perspectivas e mais espaço para quem historicamente ficou à margem. A diversidade não é apenas pauta, mas um eixo estruturante da produção cultural contemporânea. Reconhecê-la como prioridade é um avanço necessário para o mercado editorial brasileiro”, escreve Gabriela Borges ao PublishNews.

Gabriela e Dani conduzem o projeto lado a lado desde os primeiros anos. Na escrita do livro, optaram pela primeira pessoa para dar conta de uma trajetória compartilhada e construída a muitas mãos. "Como bem pontuou Virginia Woolf, o anônimo na história era frequentemente uma mulher. Esse apagamento sistêmico das produções femininas acarretou uma série de lacunas na história e na memória dos feitos das mulheres precisamente pela impossibilidade de registro de suas obras. Assim, livros como este têm um papel social e cultural imensurável para que essas lacunas sejam cada vez menores", completa Dani Marino com exclusividade ao PN.

A edição acompanha um pôster encartado — a ilustração de Helô D’Angelo que está na capa — e traz prefácio de Mariamma Fonseca, Samanta Coan e Samara Horta, fundadoras do Lady’s Comics. O livro integra o catálogo inicial da Kipuka, editora independente lançada em 2025 e dedicada a formatos experimentais, temas contemporâneos e design editorial inventivo. Mina de HQ 10 anos é o segundo título do selo, cuja identidade visual — criada pelo coletivo Tanto Cria — se inspira na metáfora da “kipuka”: uma ilha fértil que resiste intacta à lava e volta a irradiar vida sobre um território devastado.


[24/11/2025 09:45:55]