
A carioca é ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) entre 2011 e 2013, e construiu uma trajetória marcada pela versatilidade, pelo diálogo com diferentes públicos e pelo reconhecimento internacional. Autora de mais de cem títulos publicados, entre romances, ensaios, contos e uma vasta produção infantojuvenil, tem obras traduzidas em diversos idiomas e publicadas em mais de 20 países. Em 2024, Marina Colasanti foi a escritora homenageada.
Ao longo da carreira, recebeu importantes distinções no Brasil e no exterior. Venceu três edições do Prêmio Jabuti: em 1978, com História meio ao contrário; em 1997, com Esta força estranha; em 2000, com Fiz voar meu chapéu. Além dos Jabutis, foi agraciada com o Hans Christian Andersen (2000), considerado o “Nobel da literatura infantil”; o Prêmio Machado de Assis, da ABL (2001), pelo conjunto da obra; o Casa de las Américas (Cuba); o Prêmio Cultura RJ; o Ibero-Americano de Literatura Infantil e o Príncipe Claus (Holanda), entre outros.
Formada em Letras pela UFRJ, com pós-graduação em Paris sob a orientação de Roland Barthes, Ana Maria também teve destacada atuação como jornalista em veículos de grande circulação e na BBC de Londres. Lecionou em instituições como UFRJ, PUC-Rio, Sorbonne, Universidade de Berkeley e Oxford. Durante quase duas décadas, foi proprietária de uma livraria no Rio de Janeiro que se tornou um importante polo cultural da cidade.
“Ana Maria Machado é uma das autoras mais completas da literatura brasileira contemporânea. Sua obra transita com maestria entre gêneros, públicos e linguagens, mantendo sempre um compromisso profundo com a palavra escrita e com o poder transformador da literatura. É uma honra celebrar sua trajetória como Personalidade Literária desta edição do Jabuti”, afirma Sevani Matos, presidente da CBL.
“O Prêmio Jabuti 2025 homenageia uma escritora que levou a literatura brasileira para o mundo, sem jamais perder suas raízes. A história de Ana Maria Machado é também a história da força criadora das nossas letras, que seguem encantando e formando leitores dentro e fora do país”, destaca Hubert Alquéres, curador do Prêmio Jabuti.
A escolha do Rio de Janeiro para sediar a cerimônia do Prêmio Jabuti marca as celebrações da cidade como Capital Mundial do Livro 2025, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).