
Na trama, o bichano aproveita o silêncio da casa adormecida para viver grandes aventuras, a bordo de histórias clássicas e personagens do nosso folclore. “A ideia é justamente mostrar a importância da leitura para as infâncias, abrindo uma porta para esse mundo divertido e extremamente necessário nos dias de hoje, quando estamos inundados pelas telas e streamings”, explica o arte-educador e contador de histórias Alex sobre o seu 17º livro publicado, a maioria para os pequenos.
As ilustrações de Chris Tragante, também arte-educadora, são um espetáculo à parte. Com técnicas de colagem digital e carimbos, a artista transformou trechos de livros em matéria-prima visual. Os peixes que nadam sob Moby Dick, por exemplo, são feitos a partir da própria obra de Melville; a torre da Rapunzel e a capa da Cuca também trazem recortes literários.
“Além disso, os olhos de alguns personagens são carimbos de letras – um olho fechado pode ser um U, os narizes podem ser um J…”, conta Chris, já com cinco livros ilustrados e o Prêmio João de Barro de 2024 na estante. O projeto gráfico é de Cintia Belloc e a quarta capa, do premiado escritor e ilustrador Roger Mello.
Ao final, o protagonista surge adormecido numa poltrona, cansado das aventuras noturnas, mas pronto para sonhar com robôs, dinossauros, rosas em potes de vidro, tigres e ilhas fantásticas. Um lembrete de que a literatura é infinita – e de que todo leitor carrega em si a promessa de uma nova viagem.






