
Algumas das melhores crônicas que frequentaram as páginas do jornal O Globo nos últimos 100 anos foram reunidas neste volume. Ao todo, são textos de 32 autores fundamentais, entre eles Guimarães Rosa, Nelson Rodrigues, Danuza Leão, Rubem Braga, João Ubaldo Ribeiro, Jô Soares e Fernanda Young. Do lirismo à crítica social, do humor à melancolia, a obra revela um gênero literário genuinamente brasileiro.
Desde a primeira edição, publicada em julho de 1925, a crônica se consolidou como uma marca registrada do diário carioca — uma janela sensível e íntima para hábitos, tensões e encantos da vida brasileira. “Ficou claro que O Globo é a casa do cronista brasileiro. As boas crônicas adormecem nos jornais e amanhecem nos livros”, afirma Maria Amélia – que teve a ideia inicial do projeto.
A coletânea também ilumina o papel pioneiro das mulheres cronistas e é um tributo ao olhar aguçado e à escrita atemporal dos cronistas que ajudaram a formar a identidade cultural do país. “Me surpreendeu muito perceber a força que elas tiveram desde Elsie Lessa, a primeira mulher a atuar como cronista no jornal”, resgata Cláudia.
Organizado em ordem cronológica, o livro de 456 páginas percorre um século de história do Brasil, preservando o espírito de cada autor e de sua época. “Não tínhamos a pretensão de traçar uma história do século, mas ela acabou se encaixando naturalmente. A crônica é o rés do chão — ela conta o que está acontecendo no cotidiano”, diz Maria Amélia.