Crônicas que marcaram a história d'O Globo são reunidas em antologia da Biblioteca Azul
PublishNews, redação, 19/08/2025
Centenário do jornal carioca é celebrado com seleção de textos de Nelson Rodrigues, Fernanda Young, João Ubaldo Ribeiro, Danuza Leão, Jô Soares e outros mestres

Cronistas do jornal O Globo
Cronistas do jornal O Globo
A antologia Um século em cem crônicas (Biblioteca Azul, selo da Globo Livros) será lançada nesta quarta (20), às 19h, num bate-papo das organizadoras Maria Amélia Mello e Cláudia Mesquita com o jornalista e escritor Joaquim Ferreira dos Santos, que abrirá a noite de autógrafos na Livraria da Travessa do Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 / loja 205 A – Rio de Janeiro / RJ). Com caricaturas de Paulo Cavalcante, o livro estará à venda por R$ 84,90.

Algumas das melhores crônicas que frequentaram as páginas do jornal O Globo nos últimos 100 anos foram reunidas neste volume. Ao todo, são textos de 32 autores fundamentais, entre eles Guimarães Rosa, Nelson Rodrigues, Danuza Leão, Rubem Braga, João Ubaldo Ribeiro, Jô Soares e Fernanda Young. Do lirismo à crítica social, do humor à melancolia, a obra revela um gênero literário genuinamente brasileiro.

Desde a primeira edição, publicada em julho de 1925, a crônica se consolidou como uma marca registrada do diário carioca — uma janela sensível e íntima para hábitos, tensões e encantos da vida brasileira. “Ficou claro que O Globo é a casa do cronista brasileiro. As boas crônicas adormecem nos jornais e amanhecem nos livros”, afirma Maria Amélia – que teve a ideia inicial do projeto.

A coletânea também ilumina o papel pioneiro das mulheres cronistas e é um tributo ao olhar aguçado e à escrita atemporal dos cronistas que ajudaram a formar a identidade cultural do país. “Me surpreendeu muito perceber a força que elas tiveram desde Elsie Lessa, a primeira mulher a atuar como cronista no jornal”, resgata Cláudia.

Organizado em ordem cronológica, o livro de 456 páginas percorre um século de história do Brasil, preservando o espírito de cada autor e de sua época. “Não tínhamos a pretensão de traçar uma história do século, mas ela acabou se encaixando naturalmente. A crônica é o rés do chão — ela conta o que está acontecendo no cotidiano”, diz Maria Amélia.

[19/08/2025 09:24:32]