
Na última semana, as profissionais do mercado Cassia Carrenho – vice-reitora da Faculdade LabPub – e Mariana Rolier – editora do selo Trama – anunciaram a criação do primeiro festival de literatura fantástica no Brasil, o FliFantasy.
Marcado para o dia 13 de abril, no Marte Hall (Rua Domingos de Morais, 348 – São Paulo / SP), o evento irá homenagear Brandon Sanderson, um dos maiores nomes da literatura de fantasia contemporânea, e já conta com grandes nomes do cenário nacional confirmados, como Fábio Kabral, Tamirez Santos, Karen Soarele, Fábio Yabu, Mayra Sigwalt, Milena Enevoada, Leonel Caldela, Fábio Fernandes, Amanda Orlando e MM Izidoro.
O evento ainda está em construção e com uma campanha de financiamento coletivo no Catarse para ajudar a tornar o evento possível. Além de ingressos antecipados, os apoiadores terão acesso a benefícios exclusivos, como encontros com convidados, materiais especiais e brindes temáticos.
Cassia e Mariana responderam a três perguntas do PN.
– Quando perguntamos sobre tendências no mercado para os editores brasileiros, muitos deles citam – há alguns anos – a romantasia e outros subgêneros que envolvem a fantasia entre os destaques. Como tem sido construir a programação, levando em conta as diversas nuances que o gênero engloba?
Mariana Rolier: Nosso grande desafio foi criar uma programação acolhedora para todos, e já que a fantasia tem tantas categorias incríveis. Mas a projeção é ter um evento anual, portanto não tivemos pressa em fazer tudo nesta edição: como escolhemos Brandon Sanderson como o autor homenageado, partimos dele para a construção do evento e dos painéis com a fantasia épica. Mas a romantasia, assim como o RPG, e a nova fantasia, terão seu espaço e autores de destaque.
– Além de ser o primeiro festival dedicado à literatura fantástica no Brasil, qual outro diferencial do FliFantasy que poderiam destacar?

Cassia Carrenho: É o primeiro evento realmente nichado e sabemos que é um gênero em que as pessoas gostam de falar dos romances da literatura fantástica épica. Temos aí autores consagrados como Tolkien, George R.R. Martin e também o Brandon Sanderson. Então vamos falar sobre esses temas, obviamente, mas queremos trazer uma cara fresca, nova, com autores nacionais que muitas vezes ficam em segundo plano mas que em termos de mercado nacional movimentam muito. A programação tem o diferencial de falar de autores e de sagas e reinos conhecidos mundialmente, mas dar esse holofote também para os autores nacionais e independentes. Junto com a programação, temos uma feira do livro de autores independentes, para que eles tenham mais espaço e para que as pessoas possam conhecer novos autores.
Teremos cinco mesas e também um pitching editorial. Todos os autores que participarem da feira do livro vão ter a possibilidade de entrar nessa seleção. A gente vai fazer uma pré-seleção e dez autores ou autoras vão poder participar desse pitching, que vai ser formado por um júri de editores. O objetivo não é que algum deles vença, não é isso, mas o objetivo é que tenham uma possibilidade de se apresentar para esse júri e também para todo o auditório que vai estar ali.
– Qual é o perfil das editoras que têm se destacado no gênero atualmente no Brasil? Como uma editora que está interessada em publicar livros desse gênero pode começar a se movimentar no mercado?
MR: Temos muitas editoras de fantasia no mercado. As grandes, que possuem selos especializados, as que só fazem fantasia, as pequenas editoras que só trabalham com uma subcategoria; há as editoras que publicam fantasia e RPG, as que trabalham só com autores nacionais e os autores que fazem autopublicação. Não há um perfil fora do profissional por trás de tudo isso, geralmente um apaixonado por fantasia.
– Extra: Qual a obra de fantasia preferida de vocês?
MR: Ah… neste momento Warbreaker, do Sanderson. Mas meu favorito de todos é A corneta, de Leonora Carrington. Difícil escolher, tem muita coisa boa!
CC: É muito interessante porque eu não sou uma leitora de fantasia, mas desde que a gente começou a fazer esse evento, eu lembrei que com dez, 11 anos, eu acho, eu li As crônicas de Nárnia, me arrependo muito, eu não sei onde foram parar os meus livros, mas eu lembro que era uma coisa que eu li, que eu ficava encantada com aquilo. Depois adulta, quando saiu no cinema, eu fiz questão de ir ver logo no começo. Então apesar de não ser assim uma leitora de fantasia, eu vou dizer que o que marcou muito minha vida foram As crônicas de Nárnia.