A Amarcord, selo do Grupo Editorial Record, recebe nesta sexta-feira o prêmio Aloísio Magalhães, da Fundação Biblioteca Nacional, pelo projeto gráfico da nova edição de Drácula, de Bram Stoker. Gustavo Piqueira, da Casa Rex, se valeu dos frames do filme de Béla Lugosi, primeiro cineasta a adaptar o clássico do terror gótico para as telas do cinema em 1931, e explorou o contraste do preto e do vermelho. A obra foi responsável por concretizar no imaginário coletivo o vampiro moderno. A edição da Amarcord tem tradução de Lucio Cardoso.
Em 2023, o vencedor na mesma categoria do prêmio literário da Biblioteca Nacional foi Sonetos de birosca e poemas de terreiro (Ed. José Olympio), de Luiz Antonio Simas, cujo projeto gráfico foi elaborado por Leonardo Iaccarino, chefe do departamento de design da Record.
O Grupo Editorial Record vem se destacando em outros prêmios de design pelas capas e projetos gráficos dos livros de seus selos. A Amarcord, criada há menos de um ano para se dedicar a narrativas incomuns, conquistou o 50 Books 50 Covers, concedido pelo Instituto Americano de Artes Gráficas (AIGA, na sigla em inglês), uma das mais conceituadas associações de designers do mundo, pela capa de outro clássico da literatura mundial, Um estranho no ninho, de Ken Kesey, também da Casa Rex.
Na semana passada, Leonardo Iaccarino, designer há 23 anos no grupo e atual gerente do setor, foi premiado como um dos destaques da 14ª edição da Bienal Brasileira de Desgin Gráfico. Com seu projeto visual criado para o box As eras (Ed. Record), que reúne três obras do historiador Eric Hobsbawm, Iaccarino foi um dos candidatos selecionados para receber um troféu na cerimônia de abertura, realizada pela primeira vez em Aracaju.
O evento foi realizado na última sexta-feira, dia 6, após uma pausa de cinco anos da premiação por conta da pandemia, com uma noite de celebração à excelência e à diversidade do design gráfico brasileiro. Além do box As eras, mais dois outros projetos gráficos de Iaccarino foram selecionados para serem exibidos na mostra dessa edição da Bienal: O corpo encantado das ruas (Ed. Civilização Brasileira), de Luiz Antonio Simas, de 2019, e o box Albert Camus (Ed. Record), de 2020.
Sobre o processo de criação do box premiado, o designer explicou ter usado os livros lado a lado, em ordem cronológica dos períodos retratados, para formar o nome do autor, que foi aplicado numa tipografia vertical. “Com o recurso, busquei simbolizar graficamente poder e abismos sociais, aspectos abordados na obra do autor”, disse ele. Pelo design do box de Hobsbawm, Iaccarino, ao longo do ano, foi selecionado para o prêmio do The Type Directors Club, realizado em Nova York, e para representar o Brasil na Bienal Iberoamaricana de Diseño, a BID, em Madri. Além disso, o designer foi agraciado com dois prêmios no LAD Awards, premiação de design da América Latina: Ouro no People’s Choice Awards, como melhor projeto da categoria Editorial, e Prata pelo Júri. Ainda no LAD Awards, os boxes Graciliano Ramos e Compêndio Mítico do Rio de Janeiro, com obras de Alberto Mussa, ambos lançados pela Editora Record, também chegaram a ser finalistas do prêmio.
