Nuno Miguel Silva Duarte nasceu em Sintra, município na região metropolitana da capital portuguesa. É publicitário há quase trinta anos e escritor nas horas vagas.
Pés de barro tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e elabora um retrato de Portugal dos anos 1960. Por um lado, a formação de um exército proletário para a construção da ponte, por outro as primeiras partidas do exército para a guerra colonial.
"Obra que atualiza a tradição do romance político-social, Pés de barro polariza o seu realismo histórico no quotidiano de um pátio em Alcântara e nas razões de viver dos que nele se acolhem", diz um comunicado do Prêmio. "Através de movimentos com diferentes horizontes de sentido para concretizar esse signo de logro de desastre em que a ponte se contruiu, Pés de barro encaminha-se para o anúncio metafórico do 25 de Abril".
Júri
O júri do Prémio LeYa, presidido por Manuel Alegre, é constituído por José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal), Isabel Lucas, jornalista e crítica literária (Portugal) Lourenço do Rosário, antigo Reitor da Universidade Politécnica de Maputo (Moçambique), Ana Paula Tavares, poeta e historiadora (Angola), e Josélia Aguiar, jornalista e historiadora (Brasil).
Sobre o Prêmio LeYa
O Prêmio LeYa foi criado em 2008 com o objetivo de distinguir um romance inédito escrito em língua portuguesa. Com o valor de 50 mil euros, é o maior prémio literário para romances inéditos. Ao longo de todo o processo de leitura e avaliação, a autoria dos romances é desconhecida. O título do livro vencedor, e respectivo autor, é conhecido apenas depois de tomada a decisão do júri. Um dos objetivos é justamente descoberta de novos autores e a sua promoção nacional e internacional. O prêmio já consagrou 13 romances e permitiu a publicação de 39 inéditos.
Desde que foi criado, em 2008, esta foi a edição mais concorrida de sempre do Prémio LeYa. Foram recebidos 1.123 originais, provenientes de 15 países, assim distribuídos: Alemanha (4), Angola (15), Austrália (1), Bélgica (2), Brasil (708), Cabo Verde (5), Espanha (3), EUA (3), França (4), Guiné-Bissau (1), Itália (3), Moçambique (19), Portugal (350), Reino Unido (2) e Suíça (3). Esta foi a segunda vez que a submissão de originais a concurso foi exclusivamente feita através de uma plataforma digital criada por esse motivo.
Todos os vencedores do Prêmio LeYa:
- O rastro do jaguar, Murilo Carvalho – 2008
- O olho de Hertzog, João Paulo Borges Coelho – 2009
- O teu rosto será o último, João Ricardo Pedro – 2011
- Debaixo de algum céu, Nuno Camarneiro – 2012
- Uma outra voz, Gabriela Ruivo Trindade – 2013
- O meu irmão, Afonso Reis Cabral – 2014
- O coro dos defuntos, António Tavares – 2015
- Os loucos da Rua Mazur, João Pinto Coelho – 2017
- Torto arado, Itamar Vieira Junior – 2018
- As pessoas invisíveis, José Carlos Barros – 2021
- A arte de driblar destinos, Celso Costa – 2022
- Não há pássaros aqui, Victor Vidal – 2023
- Pés de barro, Nuno Miguel Silva Duarte – 2024
Em 2010, 2016 e 2019 o júri decidiu não atribuir o Prêmio LeYa, por entender que nenhum dos candidatos correspondeu “à importância e ao prestígio” do prêmio, e em 2020 o concurso foi suspenso devido à pandemia.