Victor Vidal nasceu em 1991 no Rio de Janeiro. É doutorando em Artes Visuais pelo PPGAV-UFRJ, na linha de pesquisa em História e Crítica da Arte, e mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pelo PPGCA-UFF (2017). Não há pássaros aqui é o seu primeiro livro.
O prêmio destaca "a coerência entre a escrita correntia tão adequada à inserção de uma história invulgar de grande violência e de segredos escondidos na aparente banalidade do quotidiano". O júri também apontou o acerto da análise psicológica, tanto no resgate da memória da infância, quanto perante os acontecimentos mais brutais das relações familiares (em particular entre filha e mãe).
"Na escrita orgânica deste romance está sempre presente a materialidade do corpo e as diferentes formas de o dizer e de o ferir, ao mesmo tempo que os mistérios se vão desvendando com a mesma força com que no fim a pintura reveladora, mas dilacerante, tem de ser destruída", aponta o comunicado do Prêmio.
Júri
O júri do Prémio LeYa 2023 foi formado por Ana Paula Tavares, poeta e historiadora, Isabel Lucas, jornalista e crítica literária, Manuel Alegre, poeta (Presidente do júri), José Carlos Seabra Pereira, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Joselia Aguiar, jornalista e historiadora, Lourenço do Rosário, ex-Reitor da Universidade Politécnica de Maputo, Nuno Júdice, poeta e Professor universitário.
Esta foi a edição mais concorrida do Prémio LeYa desde a sua criação, em 2008. Foram recebidas 907 candidaturas de 14 países. Portugal, Brasil, Angola e Moçambique são os países de onde provêm mais originais, mas foram registradas candidaturas de França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Cabo Verde, Suiça, Guiné-Bissau, Paraguai, Países Baixos e Emirados Árabes Unidos. Esta foi, também, a primeira edição na qual o envio de originais foi exclusivamente feita através de plataforma digital.
O Prémio LeYa foi criado em 2008 com o objetivo de distinguir um romance inédito escrito em português. Com o valor de 50 mil euros, o Prémio LeYa é o maior prémio literário para romances inéditos em língua portuguesa. Em 2022, o vencedor foi o também brasileiro Celso José da Costa. Em 2018, o Prêmio iniciou a carreira de sucesso de Torto arado, de Itamar Vieira Junior.