
O Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa divulgou a lista com os dez finalistas da sua edição de 2024. Essa é a última etapa da seleção antes do anúncio final dos vencedores, no dia 5 de dezembro, no auditório do Itaú Cultural.
De 60 semifinalistas, 30 de prosa e 30 de poesia, eleitos entre 2.619 obras inscritas, o júri intermediário do Prêmio Oceanos escolheu cinco finalistas em cada categoria.
Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal estão representados no conjunto, que conta com cinco brasileiros (Airton Souza, João Silvério Trevisan e Micheliny Verunschk, na prosa; Juliana Krapp e Rodrigo Lobo Damasceno, na poesia); dois cabo-verdianos (Germano Almeida, na prosa; José Luiz Tavares, na poesia); um moçambicano (Álvaro Taruma, na poesia) e dois portugueses (Hélia Correia, na prosa; Nuno Júdice, na poesia).
As obras finalistas são, na prosa:
- Caminhando com os mortos (Companhia das Letras), de Micheliny Verunschk
- Certas raízes (Editora Relógio D’Água), de Hélia Correia
- Meu irmão, eu mesmo (Alfaguara), de João Silvério Trevisan
- Os infortúnios de um governador nos trópicos (Editorial Caminho), de Germano Almeida
- Outono de carne estranha (Record), de Airton Souza
e, na poesia:
- Criação do fogo (Alcance Editores), de Álvaro Taruma
- Limalha (Corsario-satã), de Rodrigo Lobo Damasceno
- Perder o pio a emendar a morte (The poets and dragons Society), de José Luiz Tavares
- Uma colheita de silêncios (Dom Quixote), de Nuno Júdice
- Uma volta pela lagoa (Círculo de poemas), de Juliana Krapp
Vale lembrar que João Silvério Trevisan e Rodrigo Lobo Damasceno também estão entre os semifinalistas do Prêmio Jabuti. Silvério com Meu irmão, eu mesmo, e Damasceno com Limalha. Já Airton Souza, que venceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2023, novamente tem sua obra Outono de carne estranha entre os finalistas de outro prêmio.
Com esses finalistas, o Oceanos evidencia o seu caráter plural e internacional. Além desse alcance, revela-se também um rico leque temático e uma notória abrangência estilística. Os romances se voltam a épocas distintas, situando-se em passado histórico mais remoto (o século XIX do livro do cabo-verdiano Germano Almeida) ou mais recente (o garimpo em Serra Pelada, na década de 1980, no livro de Airton de Souza).
Tratam também de tragédias sociais, como faz o livro de Micheliny Verunschk, e de dramas pessoais e existenciais, como ocorre no romance autobiográfico de João Silvério Trevisan. Já a tendência à mescla entre realidade e fantasia se encontra nos contos de Hélia Correia, que, no entanto, também apresentam uma visão crítica acerca de um mundo que desumaniza.
Na poesia, tem-se a transcendência e a investigação dos mistérios da poesia nos poemas de Nuno Júdice, ao lado do olhar para uma realidade concreta, injusta e opressora nos livros de Álvaro Taruma, José Luiz Tavares e Rodrigo Lobo Damasceno. Embora todos esses problematizem a própria poesia, o livro de Juliana Krapp enfatiza esse aspecto, ao pôr em cena o fascínio e os riscos de se conhecer e manusear a linguagem.
No dia 5 de dezembro, serão conhecidos os dois vencedores do Oceanos, um na categoria prosa, outra na de poesia. A cerimônia de anúncio dos dois vencedores será realizada no auditório do Itaú Cultural.