Diário de Frankfurt. Dia 2: O último dia na Torre de Babel
PublishNews, Carla Sacrato*, 18/10/2024
Em seu segundo relato, Carla Sacrato conta o que achou de mais inusitado durante sua passagem pela Feira do Livro de Frankfurt

Alguns estandes. Essa área lembra nossa bienal.
Alguns estandes. Essa área lembra nossa bienal.

Eu achei que teria muitos desafios nessa primeira Feira de Frankfurt. O jet lag, o ritmo das reuniões, o idioma, acompanhar as demandas do Brasil mesmo com a diferença do fuso... mas o que realmente me desestabilizou é algo completamente inusitado.

Eu, como toda boa paulista, sou adepta do um beijinho na hora de cumprimentar. Só que descobri que os gringos amam dar dois! Era sempre aquele constrangimento... você começa a se afastar e a pessoa ainda está com a outra bochecha esperando mais uma bitoca.

Perdi as contas de quantas vezes me afastava antes da hora e ficava aquele constrangimento no ar. E pior! Quando eu achei que estava me acostumando e ia dar dois encontrava um dos meus que estava se afastando antes de mim!

Pior que isso era só o encontro com os povos mais frios. Enquanto nos inclinávamos para o beijinho, eles estendiam a mão para um aperto frouxo.

A diferença cultural nos cumprimentos é tão grande, que quando eu já tinha desistido da dúvida do um ou dois beijinhos e do constrangimento de receber uma mão enquanto ia abraçar, resolvi adotar a postura clássica do aperto de mãos... foi justamente nesse momento que encontramos uma adepta do movimento contra as mãos! Ela disse: prefiro cumprimentar com abraço, a gente não sabe onde as pessoas tocaram!

Ou seja, o cumprimento é opcional, mas o constrangimento não. Independentemente da forma escolhida vai surgir algum constrangimento. Afinal somos todos diferentes e quando temos esses encontros de nações isso fica ainda mais evidente. E esse choque de culturas foi o que mais gostei de observar nesses dias por aqui.

E, justamente para celebrar as culturas, no meu último dia de feira tivemos a Caipirinha Hour. Nunca imaginei ver garrafas de Pitu por Frankfurt, mas no estande do Brasil isso foi possível. Ao mesmo tempo, ao lado, no estande do México rolavam churros e tapas. Todos os latinos unidos pela festa. E a todo momento alguém passava e perguntava o que era aquela multidão rindo e ouvindo Djavan, Skank, Vinicius e outros clássicos da música brasileira.

Foi uma bela forma de encerrar essa jornada enriquecedora. Obrigada aos envolvidos e a cada brasileiro que encontrei nesses dias.

Nos vemos no Brasil!

O Agents Centre (depois dessa foto levei uma bronca de uma alemã falando que o lugar era confidencial)
O Agents Centre (depois dessa foto levei uma bronca de uma alemã falando que o lugar era confidencial)

Mais estandes.
Mais estandes.

A estrutura é gigantesca. São diversos pavilhões com muitos mais estandes do que essas fotos mostram.
A estrutura é gigantesca. São diversos pavilhões com muitos mais estandes do que essas fotos mostram.

Caipirinha hour!
Caipirinha hour!

Com Pedro Almeida, diretor editorial da Faro Editorial, e Diego Drummond, vice-presidente administrativo e financeiro da CBL e diretor comercial da Faro Editorial.
Com Pedro Almeida, diretor editorial da Faro Editorial, e Diego Drummond, vice-presidente administrativo e financeiro da CBL e diretor comercial da Faro Editorial.

No Agents Centre.
No Agents Centre.


*Carla Sacrato é jornalista e coordenadora editorial na Faro Editorial.

[18/10/2024 09:00:00]