
Nos dias 11, 12 e 13 (quarta, quinta e sexta-feira, respectivamente), os debates vão das 19h30 às 21h30, e no dia 14, no sábado de encerramento, o painel será das 11h às 13h.
João do Rio foi cronista prolífico, autor de romances, ensaios, contos, peças de teatro, conferências sobre dança, moda, costumes e política. Pioneiro como repórter, trabalhou a vida toda em jornais e revistas, estabelecendo um estilo de texto híbrido de literatura e reportagem, ficção e realidade.
João do Rio percorreu o mundo, colecionou admiradores e desafetos. Filho de pai branco e mãe negra, abraçou as polêmicas com coragem – desde mergulhar nas religiões de matriz africana, tão populares no Rio de Janeiro, até ser o responsável pela tradução e divulgação da obra de Oscar Wilde, o que levou a especulações sobre sua sexualidade. Vítima de um ataque cardíaco que o impediu de completar quarenta anos, deixou 25 livros e mais de 2.500 textos publicados em jornais e revistas.
Para dar conta de sua vasta produção, esse ciclo é organizado em quatro encontros, em que intelectuais, jornalistas, escritoras e escritores irão refletir sobre aspectos específicos da vida e da obra de João do Rio, além de sua presença, ainda bastante atual, nas páginas dos jornais e na literatura produzidos no Brasil.
Os encontros acontecerão na unidade do CPF Sesc, na capital paulista. Confira a programação:
- Quarta-feira, 11 set, 19h30 às 21h30
mesa 1: Vida vertiginosa – O cronista da cidade em transformação
Bianca Tavolari
Juliana Bulgarelli
Luiz Antonio Simas
mediação: Juliana Borges
- Quinta-feira, 12 set, 19h30 às 21h30
mesa 2: Gente às janelas – Contar a cidade: o jornal vai às ruas
Aline Novaes
Graziella Beting
Julia O’Donnell
Mediação: Fernanda Bastos
- Sexta-feira, 13 set, 19h30 às 21h30
mesa 3: “Amulatado, gordo, homossexual” – João do Rio, personagem de si mesmo
Alvaro Costa e Silva
João Carlos Rodrigues
mediação: Fernanda Bastos
- Sábado, 14 set, 11h às 13h
Vida e paixão da crônica no Brasil – A herança de João do Rio no mais brasileiro dos gêneros
Fabrício Corsaletti
Marcelo Moutinho
Ricardo Terto
mediação: Ana Lima Cecilio
Programa detalhado:
MESA 1:
VIDA VERTIGINOSA
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João do Rio, arauto da vida vertiginosa, viu a transformação da cidade do Rio de Janeiro com a reforma do prefeito Pereira Passos. Com um olho no futuro, que vislumbrava fazer do Rio uma Paris tropical, e outro no passado, que resgatava a vida pulsante de uma população miscigenada, plural e muito rica culturalmente, João do Rio foi um dos primeiros autores a pintar a nossa contradição fundadora – que ainda pode ser notada nas transformações das cidades.
Bianca Tavolari
Pesquisadora e coordenadora de seminários do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e é principal investigator no Maria Sibylla Merian Centre (Mecila), um dos cinco centros internacionais de estudos avançados em ciências humanas e sociais. Coordena a seção As cidades e as coisas na revista Quatro Cinco Um.
Juliana Bulgarelli
Doutora em História pela Universidade de Paris 3 - Sorbonne Nouvelle. Mestre em História pela Universidade de Paris 4 – Sorbonne. Graduada em História pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp.
Luiz Antonio Simas
É escritor, professor, historiador, compositor e babalaô no culto de Ifá. Autor de mais de dezenove livros sobre cultura brasileira, história social, filosofia popular e religiosidades, tem diversas canções gravadas e artigos publicados em jornais e revistas.
Mediação:
Juliana Borges
Autora de Encarceramento em massa (Todavia, 2019), é consultora do Núcleo de Enfrentamento, Monitoramento e Memória de Combate à Violência da OAB-SP e conselheira da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas.
MESA 2
GENTE ÀS JANELAS
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Contar a cidade, o jornal vai às ruas: o surgimento da crônica. De Paulo Barreto a João do Rio, ele fez um percurso de tirar o jornal das redações e subir os morros, enfrentar os salões, escrever a cidade. A mesa pretende entender essa sistematização do flâneur com o surgimento da crônica moderna, um gênero tão brasileiro, pela síntese da brasilidade, a provocação e a música das palavras.
Aline Novaes
Doutora em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2013), mestre em Comunicação Social (2009) e bacharel em Jornalismo (2006) pela mesma instituição. Licenciada em Letras (Português e Literaturas de Língua Portuguesa) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2006), é autora de João do Rio e seus cinematographos: o hibridismo da crônica na narrativa da Belle Époque carioca (Mauad, 2015).
Graziella Beting
Graziella Beting é formada em Jornalismo, área na qual atuou por vinte anos. Fez pós-graduação em Tradução (francês) pela Universidade de São Paulo, e mestrado e doutorado pela Université Paris II, na França. Pesquisou os cruzamentos entre literatura e jornalismo na obra de escritores franceses e brasileiros. É diretora editorial da editora Carambaia.
Julia O’Donnell
Trabalha no campo da Antropologia Urbana, com especial atenção às relações entre Antropologia e História. Suas pesquisas se dedicam a analisar processos de transformação urbana, com foco na cidade do Rio de Janeiro, combinando métodos como trabalho de campo, entrevistas e pesquisa em arquivos.
Mediação:
Fernanda Bastos
Fernanda Bastos é jornalista, poeta, tradutora e editora de livros. Junto com o crítico literário Luiz Mauricio Azevedo, fundou, em 2018, a editora Figura de Linguagem. Foi cocuradora da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) em 2022 e 2023. É autora de Selfie-purpurina (Peirópolis, 2022) e Os árbitros, as botas, as melancias & os postes (Figura de Linguagem, 2023), entre outros. Nas redes, você a encontra no perfil @bovaristas.
MESA 3
“AMULATADO, GORDO, HOMOSSEXUAL”
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João do Rio, personagem de si mesmo. Com inúmeros pseudônimos, Paulo Barreto foi forjando a própria personagem, que saía das páginas do jornal para ganhar as ruas: interlocutor explícito das suas personagens, presente nas peças de teatro e nas crônicas, maravilhado com suas descobertas, foi se impondo como uma figura incontornável para entender o Rio de Janeiro e suas contradições. Três biógrafos de personagens do Rio de Janeiro falam sobre essa figura tão importante.
Alvaro Costa e Silva
Jornalista da Folha de S.Paulo, atuou como repórter e editor. É autor de Dicionário amoroso do Rio de Janeiro (Casarão do Verbo, 2018) e uma das vozes mais apaixonadas pelo Rio de Janeiro.
João Carlos Rodrigues
Pesquisador, escritor, roteirista e diretor. Foi editor da revista Filme Cultura, corroteirista do longa-metragem Rio Babilônia, dirigido por Neville d'Almeida, e produtor dos CDs Cult Alf e Johnny Alf/Eu e a bossa, ambos de Johnny Alf. É autor da biografia definitiva de João do Rio, João do Rio: vida, paixão e obra (Record, 2010).
Mediação:
Fernanda Bastos
Fernanda Bastos é jornalista, poeta, tradutora e editora de livros. Junto com o crítico literário Luiz Mauricio Azevedo, fundou, em 2018, a Figura de Linguagem. Foi cocuradora da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) em 2022 e 2023. É autora de Selfie-purpurina (Peirópolis, 2022) e Os árbitros, as botas, as melancias & os postes (Figura de linguagem, 2023), entre outros . Nas redes, você a encontra no perfil @bovaristas.
MESA 4
VIDA E PAIXÃO DA CRÔNICA NO BRASIL
A herança de João do Rio no mais brasileiro dos gêneros
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João do Rio foi pioneiro da crônica, seguido de perto por Lima Barreto, indo parar na zona sul do Rio de Janeiro na época de ouro, com Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Nelson Rodrigues, entre outros. Hoje, com a crise do jornalismo, a crônica toma novas formas e ganha newsletters, internet e outros meios. Uma conversa sobre a maturidade do gênero mais brasileiro de todos.
Fabrício Corsaletti
Poeta e tradutor, ministra oficinas e cursos de escrita, inclusive de crônica. Além dos livros de poesia - foi vencedor do Livro do Ano no Prêmio Jabuti 2024 por seu O engenheiro fantasma (Companhia das Letras) -, tem dois livros que reúnem suas crônicas: Perambule (Editora 34, 2018) e Ela me dá capim e eu zurro (Editora 34, 2014).
Marcelo Moutinho
Escritor, jornalista e mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas do Rio, Marcelo Moutinho nasceu em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, em 1972. Conquistou o Prêmio Jabuti 2022 na categoria Crônica, com A lua na caixa d’água (Malê, 2021), e o Prêmio Clarice Lispector 2017, da Fundação Biblioteca Nacional, com a seleta de contos Ferrugem (Record, 2016). É autor, também, de A palavra ausente (Malê, 2022), Rua de dentro (Record, 2020) e Na dobra do dia (Rocco, 2015), entre outros livros.
Ricardo Terto
Ricardo Terto é escritor, produtor de podcast, editor de áudio e roteirista. É autor do livro de crônicas Marmitas frias (Lamparina Luminosa, 201) e o livro de contos Os dias antes de nenhum (Patuá, 2019). Em 2021, pela editora Todavia, lançou Quem é essa gente aqui?: internet e acessibilidade no Brasil da pandemia, que fica entre a crônica e o ensaio. Em 2024, lançará seu quarto livro, novamente de crônicas, pela editora Todavia.
Mediação:
Ana Lima Cecilio
Formada em Filosofia, é editora e livreira. É curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2024.
Serviço - Ciclo de autor homenageado
De 11 a 14 de setembro, (11 a 13 de setembro, das 19h30 às 21h30, 14 de setembro, das 11h às 13h)
Local: CPF Sesc
Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar - Bela Vista, São Paulo
Serviço:
22ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty
Data: 09 a 13 de outubro de 2024