O Skeelo comprou a rede social das Americanas, e a aquisição se insere no contexto da recuperação judicial do Grupo Americanas. Segundo dados do Cade, que aprovou a transação, o valor foi de R$ 1,5 milhão. A iniciativa faz parte das estratégias de consolidação e expansão do Skeelo no ambiente digital. Os sites e apps das duas marcas continuam com as mesmas funcionalidades – mas estão nos planos melhorias e integrações de lado a lado.
O Skeelo consegue atingir atualmente um potencial de 154 milhões de assinantes por meio das parcerias com empresas como Vivo, Claro, UOL, Sem Parar e outras (são 17 milhões de usuários cadastrados). “Temos um país com um rótulo de ser um país de não leitores, não dá para concordar com isso”, diz o CEO do Skeelo, Rodrigo Meinberg, ao PublishNews.
Já o Skoob traz 10 milhões de cadastrados, com 1,3 milhão de usuários únicos por mês e cerca de 2 milhões de livros registrados. “Não sabemos qual é a sobreposição entre as duas bases, mas acreditamos que o usuário do Skoob venha mais do mundo do livro físico”, diz. Uma das ideias é informar ao usuário do Skoob que ele possivelmente já tem acesso ao Skeelo e talvez não saiba.
“A nossa rede social de livros continua sendo o Skoob”, garante Rafael Lunes, sócio-fundador e VP de Produto e Engenharia do Skeelo. “Temos um cronograma de melhorias do Skoob e, num momento seguinte, partimos para a integração. Existe uma complementaridade entre a rede social e a nossa plataforma digital”, explica.
“No cenário de tecnologia as coisas mudam muito rápido”, reconhece. “Já estamos fazendo trabalho de análise de tecnologia. Existe uma necessidade prioritária de modernizar a base de dados deles para se equilibrar com a nossa. Estamos colocando à disposição 50 pessoas de tecnologia do Skeelo para trabalhar em conjunto com as oito pessoas que vieram do Skoob”.
De acordo com os executivos, o estado atual do Skoob é bom, com uma imensa base de dados, mas há necessidade de adequar a plataforma às melhores práticas do ambiente tecnológico.
Fundada em 2009 por Lindenberg Moreira e Viviane Lordello, o Skoob se transformou rapidamente na maior rede social de livros do Brasil. Atualmente, na plataforma é possível realizar uma série de atividades, como compartilhar o status de leitura, estabelecer metas, escrever resenhas e avaliar os livros, participar de desafios e sorteios, além de interagir com outros leitores. Em 2021, a plataforma foi comprada pela Americanas S.A. – o processo atual está inserido no contexto da recuperação judicial da Americanas. Em fóruns na web, alguns usuários recentemente registraram sentir falta de desenvolvimentos tecnológicos no site da plataforma.
“Hoje, uma nova fase se inicia na minha vida profissional e na do Skoob”, escreveu Viviane Lordello no Linkedin nesta segunda (19). “Desde o início, nosso propósito sempre foi transformar o país por meio da leitura, e agora estamos dando um passo significativo em direção a esse objetivo. A partir de hoje, o Skoob se une ao Skeelo, formando o maior ecossistema de leitura digital do Brasil. (...) Para nossos queridos skeelovers e skoobers, fiquem tranquilos: nada muda na forma como vocês utilizam os aplicativos. Continuem a desfrutar das experiências que sempre ofereceremos, mas agora, juntos, iremos trabalhar para que sua vivência nas plataformas seja ainda melhor”.
“A história do Lindberg e da Vivi, o que eles fizeram foi um milagre”, comenta Rodrigo Meinberg, CEO do Skeelo. “Sempre com números muito relevantes, eles tiraram leite de pedra. A Americanas ainda fez algum investimento, com contratação de equipe, mas não conseguiram implementar melhorias como gostariam. Por exemplo, o site do Skoob ainda não é responsivo. Existe uma complexidade para a transformação por conta da quantidade de páginas e da especificidade do conteúdo, mas a gente entende que investir nisso agora é a prioridade, ou seja, melhorar o ambiente web. Mesmo sem as melhores práticas do mercado hoje em dia, ainda assim o Skoob tem números superlativos, especialmente quando estamos falando de mercado editorial. É impressionante”, avalia.
Ele explica que o Skoob também não tem, ainda, um modelo de monetização consistente. “O modelo de publicidade do mercado editorial não sustenta a estrutura tecnológica necessária para a operação”, diz Rodrigo.
Investimentos do Skeelo
Para o Skeelo, a aquisição é um investimento – no sentido de não trazer um retorno financeiro imediato. “A gente não vai repassar o custo da aquisição ou manutenção para os clientes. O que queremos é investir em um ambiente digital para consumo de livros porque acreditamos nesse mercado. Costumo dizer que o mercado editorial não aproveitou muito a digitalização (para além de entregar o livro na casa do cliente). Mas entendo que podemos entregar outras evoluções”, assevera Rodrigo.
Em 2024, a startup informa que continua investindo no desenvolvimento do seu portfólio, no aumento do engajamento de usuários, em estratégias para os canais digitais e ações com criadores de conteúdo e apoio a eventos e feiras do mercado.
Números
Skeelo
- 105 clientes (entre empresas)
- 154 milhões de potenciais consumidores
- 17 milhões de usuários cadastrados
- 250 mil títulos de 840 editoras
- 114 milhões de minutos consumidos com ebooks, audiobooks e minibooks em 2024
- Pesquisa de satisfação feita com mais de 95 mil usuários apresentou uma média de 98% de satisfação com o app
- 798 mil novos cadastros únicos em 2024
Skoob
- 10 milhões de usuários cadastrados
- 1,3 milhão de usuários únicos por mês
- 2 milhões de livros cadastrados
