Até porque o salto – vertiginoso – se inicia com os números já de 2019, que apontavam um crescimento de 300% neste canal de vendas. Ou seja, em 2018, as livrarias exclusivamente virtuais representavam 3,4% do faturamento das editoras segundo a PeV. Em 2019, esse número era de 12,7%, e em 2020, 24,8%.
Segundo a análise, mesmo com o recuo de 2,6% em termos reais no faturamento do setor no ano, é preciso levar em conta o contexto. “À primeira vista o resultado pode parecer mais negativo do que efetivamente é, não só pelo comportamento distinto de cada um dos subsetores, mas também pelo alto grau de incerteza do período, além da crise econômica enfrentada pelo país desde meados da última década”, diz o texto.
A crise econômica é apontada pelos indicadores no relatório: “Apesar de apresentar alta, a variação do PIB permaneceu tímida, ficando em 2,9% em 2022. O índice de desemprego no país seguiu num patamar elevado, mesmo com a redução na taxa média de desemprego, que passou de 13,2%, registrado em 2021, para 9,3%. O endividamento das famílias apresentou alta de 7% em relação ao período anterior, fechando o ano com o número de recorde de 77,9% das famílias brasileiras endividadas”.
“Todos esses fatores geram impacto negativo no poder de compra e consequentemente na capacidade de consumo das famílias”, afirma o texto.
Subsetores
O relatório também analisa a novidade em relação a cada subsetor – o impacto das vendas virtuais varia entre eles.
Entre os livros didáticos, o canal de vendas que apresentou maior variação positiva foi Escolas e Colégios, “a principal alternativa encontrada por esse subsetor para driblar a crise das grandes redes de livrarias e a pandemia”.
As livrarias exclusivamente virtuais já correspondem a 50% do faturamento de editoras de obras gerais, o maior índice entre os subsetores. “De 2019 a 2022 Livrarias Exclusivamente Virtuais apresentam crescimento de 37 pontos percentuais na participação do faturamento das editoras de Obras Gerais”, aponta o relatório.
“É no subsetor de Religiosos que o canal Livrarias apresenta recuperação e alcança patamares ainda mais elevados que no período anterior à pandemia”, diz a Nielsen. “Livrarias Exclusivamente Virtuais apresenta crescimento significativo neste período e, ao que tudo indica, passa ocupar o espaço de porta-a-porta e catálogo, que apresenta queda substantiva desde 2020 e, segundo o mercado, sem expectativas de que volte ter no faturamento das editoras o grau de importância pré-pandemia”
Para o subsetor de CTP (Científicos, técnicos e profissionais), com números não muito animadores no cenário geral, a Nielsen aponta o crescimento dos canais on-line – livrarias exclusivamente virtuais e também sites próprios e marketplaces –, que já representam 53,5% do faturamento das editoras.
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