Os textos foram traduzidos pela primeira vez no país, as capas são artesanais, coladas uma por uma com serigrafia inédita e confeccionadas por Gustavo Piqueira e Samia Jacintho, da Casa Rex.
A Coleção Bibliofilia, organizada pelos professores Marisa Midori Deaecto e Plinio Martins Filho, nasce em um momento de mudanças no mundo do livro e do impresso, as quais tocam tanto a produção editorial quanto as formas de transmissão da linguagem escrita e seus mecanismos de recepção. Porém, o amor ao livro permanece. Entre colecionadores experimentados e jovens amantes da leitura, esse amor tem se convertido em movimentos de valorização da bibliodiversidade. Conhecer para valorizar. Fazem parte também da coleção: Da Argila à Nuvem, de Yann Sordet; O que é um livro?, de João Adolfo Hansen, e A sabedoria do bibliotecário, de Michel Melot.
Conheça os novos volumes:
As paisagens da escrita e do livro
Em As paisagens da escrita e do livro, de Frédéric Barbier, o leitor é convidado a empreender uma longa viagem através da Europa. Se os livros são um produto da humanidade, nada mais natural do que perscrutar as rotas, os rios, os mares, as montanhas e as imbricações que possibilitaram séculos de comunicações e contatos entre os povos. Sem dúvida, uma narrativa que se apresenta como um modelo notável de geohistória do livro.
Bibliofilia e Exílio
Bibliofilia e Exílio reúne textos de Mikhail Ossorguin, os quais foram coligidos e traduzidos diretamente do russo por Bruno Barretto Gomide. Ao longo de oito capítulos, dispostos em ordem temática, o leitor tem a rara oportunidade de conhecer referências e fatos relativos à história do livro russo, ou mesmo de edições em língua eslava. Mas a leitura pode também ser feita em outra chave: a do autor exilado que encontra um nexo com seu passado e com sua cultura através dos livros. Talvez, o aspecto mais importante dessas experiências no campo da bibliofilia e da bibliomania tenha sido justamente o fato dos livros, aqui compreendidos como o continente e o conteúdo, serem os protagonistas das histórias.
A vida notável e instrutiva do Mestre Tinius
A vida notável e instrutiva do Mestre Tinius constitui um registro biográfico de um bibliófilo cujas práticas estabeleceram os parâmetros entre o amor e a loucura pelos livros, na Europa do século XVIII. Johann Georg Tinius (1764-1846) foi pastor em Poserna, na Saxônia, e notável bibliófilo. Logrou colecionar volumes tão preciosos e caros, valiosos demais para os limites de suas posses, que não demorou o tempo em que a loucura e a ganância o conduzissem por caminhos sombrios.
Os admiradores desconhecidos de “La Nouvelle Héloise”
Em Os admiradores desconhecidos de La Nouvelle Héloïse, Daniel Mornet quebra a distância fria que amiúde se instala entre o Autor e o Leitor. A matéria-prima para a escrita deste ensaio, publicado em 1909, foram as copiosas cartas que Jean-Jacques Rousseau recebeu dos leitores de seu romance epistolar, objeto de notável sucesso e que despertou a sensibilidade romântica do público no último quartel do século XVIII.
As bibliotecas particulares do Imperador Napoleão
Em As bibliotecas particulares do Imperador Napoleão, Antoine Guillois compõe um retrato bastante original e pouco conhecido de uma figura épica. E que jamais descuidou das leituras e dos livros, mesmo (ou, talvez, sobretudo) nos momentos mais inglórios de uma jornada intensa. Ao ler este relato do processo de constituição das bibliotecas e de seleção das leituras de Napoleão, não raro de livros que eram encomendados durante as batalhas, mal se advinham as imagens e interpretações complexas e por vezes contraditórias que a história lhe reservou. Antoine Guillois compõe um retrato à prova de polêmicas. O que prevalece nesse belo ensaio destinado aos amantes dos livros é o leitor e bibliófilo dedicado e cioso de suas coleções.