
O romance do filósofo francês Han Ryner, pseudônimo de Henri Ner (1861-1938), ganha tradução inédita para o português, com prefácio de Trevisan. Em A menina que não fui acompanhamos a ascensão e declínio de François de Taulane, atormentado por seus desejos e desconforto em seu gênero e também pelos colegas que por ele sentiam tanto desprezo quanto atração. Enquanto a França vive um conflito entre a imposição de uma sociedade laica e o enfraquecimento do catolicismo, o protagonista decide contar sua luta interior e todas as dificuldades que enfrenta por causa de seus amores e delírios. Desde a sua primeira publicação, permanece a questão: seria François uma personagem potencialmente trans antes de seu tempo, num século em que a homossexualidade era considerada crime e patologia, e a transexualidade não era sequer contemplada?
A menina que não fui é uma publicação da Ercolano e já está disponível nas principais livrarias.
Participantes:
Amara Moira é travesti, feminista, escritora e doutora em Teoria e Crítica Literária pela Unicamp. É autora de E se eu fosse puta (2016) e Neca + 20 Poemetos Travessos (2021).
João Silvério Trevisan é escritor, roteirista, diretor de cinema e dramaturgo, tem vários livros publicados entre ensaios, romances e coletâneas de contos, como Devassos no Paraíso (2018), A idade de ouro do Brasil (2019) e Meu irmão, eu mesmo (2023).
Régis Mikail é escritor, pesquisador, tradutor e fundador da editora Ercolano. Participou de coletâneas de contos como Corpo desvelado (2023), organizado por Eliane Robert de Moraes, e é autor de Onofre (2021).
Roberto Borges é artista, produtor e comunicador. Estudou canto, dança e interpretação na Académie Internationale de Comédie Musicale e na Sorbonne Nouvelle (Paris III). Atua em produções de ópera e teatro musical dentro e fora de cena.