
O evento é organizado pelo Conselho Municipal de Maputo, capital do país africano, em colaboração com outras instituições.
Este ano, o evento escolheu como patrono o poeta e nacionalista Rui de Noronha (1909-1943), que também "se plasmou em formas mais libertas de constrangimentos e versou temas relacionados com tradições nativas de Moçambique", segundo a produção.
A organização anuncia ainda que na edição de 2023, além do homenageado, estarão presentes em Maputo escritores e embaixadores de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Para Cristina Manguele, coordenadora da Feira do Livro de Maputo, “a escolha tanto do patrono como do homenageado deve-se ao fato de estes terem escrito os livros mais celebrados da literatura moçambicana, espelhando de forma muito peculiar a situação da segregação racial, negritude, moçambicanidade, guerra civil e o renascimento que se operou depois do fim dos conflitos”.
Mia Couto é considerado hoje um dos principais nomes da literatura em língua portuguesa. Com premiações nacionais e internacionais, publicações em diversos gêneros e países, sua obra é lida e estudada ao redor do mundo.
“A homenagem prende-se pela observação quase imediata dos temas que apoquentam a sociedade moçambicana, a problematização de algumas questões pertinentes a historia de Moçambique e estimular o conhecimento do presente para a legitimação das narrativas sobre o desenvolvimento sociocultural, e com isso, ampliar o nosso olhar sobre a produção literária de Mia Couto, tentando compreendê-la no âmbito do processo de formação e internacionalização da literatura moçambicana”, avaliou a diretora dos serviços municipais de Arquivos e Bibliotecas.
Além das conferências e debates, a serem realizadas no Paços do Município e em escolas secundárias, a Feira proporciona aos munícipes e visitantes de Maputo a possibilidade de conhecer a vida e obra do escritor por meio de material visível nas ruas, em outdoors e redes sociais, incluindo frases e a biografia do autor.