Os outros finalistas do Prêmio Inovação – uma parceria do PN com o Skeelo – são o projeto Livro de Rua (Brasília / DF), do artista e escritor Hugo Barros, e o BibliON, da SP Leituras (Associação Paulista de Bibliotecas e Leitura). A votação é aberta ao público. Os leitores podem acessar todos os projetos e votar por meio deste formulário até o fim do dia 28 de março de 2023. O projeto mais votado será o vencedor e será anunciado na cerimônia do Prêmio PN, no dia 4 de abril de 2023, no Goethe-Institut São Paulo (Rua Lisboa, 974), a partir das 18h30. Para participar da cerimônia, que tem entrada gratuita, basta se inscrever aqui.
As Rodovias Literárias seriam então um modelo “transnacional” de publicação e distribuição. Por meio da nova plataforma clubedeautores.pt, o autor europeu pode publicar seu livro gratuitamente, nos mesmos moldes do site brasileiro. Quando alguém adquire a obra, via e-commerce, ele é impresso por gráficas locais (dentro da União Européia) e despachados com custos igualmente locais (custando, segundo a empresa, aproximadamente metade do preço médio de livro em Portugal).
O que muda – além disso – é o trânsito das obras entre os continentes. Livros publicados por brasileiros na plataforma brasileira passam a ser automaticamente disponibilizados na plataforma portuguesa – respeitando os direitos autorais e tendo os custos de produção refeitos, de maneira também automática, com base na infraestrutura local. E vice-versa.
Almeida viu uma oportunidade de negócio para sua empresa a partir de questões contemporâneas: as ondas migratórias e as facilidades tecnológicas. Ele se mudou para Portugal para abrir uma unidade do Clube de Autores em Portugal, e o Rodovias Literárias surgiu em seguida. “O que o projeto faz é permitir um salto para a publicação independente”, explica o empresário e editor ao PublishNews. “Permitir que todo mundo possa publicar onde que quer que esteja, e vender seu livro onde quer que o consumidor esteja”.
No primeiro momento, o projeto funciona entre Brasil e União Europeia (com a base em Portugal), mas a ideia é expandir também para outros países de língua portuguesa, como Angola e Moçambique, e em seguida para outros idiomas, a começar pelo espanhol. Almeida informa que até agora, ainda com divulgação em seu processo inicial, há cerca de 200 livros já publicados em Portugal.
O empresário explica que a tecnologia tem um papel central no projeto, porque o processo de viabilizar impressão sob demanda e distribuição internacional é complexo e sofisticado. “Temos que respeitar o direito autoral estabelecido pelo autor em uma moeda diferente, dividir custos gráficos e de papel, e os processos editoriais também mudam a partir dessas diferenças”, explica. Ele afirma que o Clube paga cerca de R$200 mil por mês para autores.
Para ele, a movimentação intercontinental da produção literária faz tudo valer a pena. “Uma história de uma cidade no interior de Minas Gerais, por exemplo, acaba sendo vendido na Alemanha. Há demandas e desejos peculiares em diferentes lugares, e nosso papel é servir a isso”, afirma.
Ele conta que a ideia inicial do Clube de Autores era trabalhar com autores independentes, mas que hoje diversas editoras pequenas se utilizam dos serviços da empresa. “O mercado editorial é um mercado muito arraigado em crenças antigas, muito resistente às mudanças. Todos os projetos finalistas do Prêmio Inovação jogam luz sobre isso, porque esse tipo de iniciativa muda e dinamiza o mercado, são iniciativas que vão no caminho de ajudar o mercado tradicional a se libertar de si mesmo”.
O Prêmio PublishNews 2023 é uma realização do PublishNews, com patrocínio de Amazon, Catavento, CBL, MVB e Skeelo e apoio do Goethe-Institut e NESPE.
