Um exemplar do livro do rapper Emicida, Amoras (Companhia das Letrinhas), foi vandalizado pela mãe de um aluno em Salvador, na Bahia. Em uma dinâmica de troca de títulos entre alunos da instituição de ensino, a obra do cantor retornou à escola com frases racistas e intolerantes às religiões de matriz africana escritas nas páginas do livro. O caso, divulgado pela Folha de São Paulo, foi definido como racismo religioso e publicado em diversos jornais, como g1, CNN, Correio Braziliense e Aventuras na História.

A obra conta a história de uma menina negra que inicia sua jornada pelo mundo, aprendendo sobre os mais diversos assuntos, como cultura, religiões, lutas de povos negros, entre outros. O autor se manifestou nas redes sociais com um vídeo e legendou o post “Viva as religiões de matrizes africanas e indígenas”.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Emicida (@emicida)

Com as repercussões do caso de alteração nas obras de Roald Dahl, o autor David Levithan, norte-americano dos sucessos de vendas Todo dia (Record) e Garoto encontra garoto (Galera Record), declarou que há censuras muito mais graves acontecendo no momento. Segundo o Estadão, ele afirmou, durante a Feira do Livro de Bolonha, que o burburinho com o caso de Dahl e suas obras não passa de uma tentativa de encobrir uma forma de censura que afeta todos os países. “A vida de nenhuma criança está em risco por causa de uma palavra. Essa é uma enorme distração no momento. Há censuras muito mais graves acontecendo e ataques maiores”, disse. “Livros estão sendo atacados por causa da identidade que eles representam. E isso manda a mensagem para a criança de que a identidade dela não importa a ninguém”, completou o autor.

A nova presidente da Câmara Brasileira do livro, Sevani de Matos Oliveira, defendeu a ampliação do acesso ao consumidor e a manutenção tributária do livro, apontado como seu principal desafio na gestão. “É preciso estabelecer diálogo e equalizar o preço para ampliarmos o acesso do consumidor final ao livro”, afirma em entrevista ao Valor.

A Folha publicou um artigo sobre o fotógrafo Bob Wolfenson, que lança um livro intitulado O livro falado, pelo Instituto Olga Kos, relembrando trabalhos icônicos e momentos da carreira. Outro artigo do jornal fala da segunda edição da Feira do Livro, na Praça Charles Miller, em São Paulo, que acontecerá no feriado de Corpus Christi, entre 7 e 11 de junho.

O Estadão deu destaque ao maior colecionador de manuscritos e cartas autografadas de Proust do mundo, o brasileiro Pedro Corrêa do Lago, ex-diretor da Biblioteca Nacional. “Vou completar 65 anos e desde os 12, 13 anos de idade, reuni a maior coleção de autógrafos do mundo”, diz.

Como notícia internacional, The Bookseller anunciou que a Libro.fm, plataforma de audiolivros independentes nos Estados Unidos e Canadá, agora também será lançada no Reino Unido, na Austrália e na Nova Zelândia ainda este ano, em junho de 2023.