Livro discute obras de Gilberto Freyre e tem lançamento no Recife
PublishNews, Redação, 16/12/2022
‘O enigma Gilberto Freyre: Ensaios de imersão’ trata de assuntos e aspectos da trajetória do sociólogo; o livro será lançado no sábado (17) às 16h no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE)

A editora Cepe lança um livro com nove ensaios de diferentes autores sobre Gilberto Freyre neste sábado (17) às 16h no Museu do Estado de Pernambuco (Avenida Rui Barbosa, 960 – Graças – Recife / PE). A obra, intitulada O enigma Gilberto Freyre: Ensaios de imersão, é uma forma de mergulhar um pouco mais na complexidade da obra de Freyre. Entre os assuntos e aspectos abordados, os textos enveredam pelos caminhos do sociólogo na política, na gestão cultural, na relação com editores. O lançamento tem entrada franca.

A historiadora Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke é enfática quanto a Gilberto Freyre. Para ela, o sociólogo pernambucano (1900-1987) continua vivo. E justifica: muitas de suas ideias, ligadas a questões como ecologia, racismo, multiculturalismo, patrimônio cultural e homossexualidade, não perderam relevência com o tempo e seguem “provocando controvérsias apaixonadas, admiração e até fúria”.

De acordo com os organizadores da obra, Josias de Paula Jr. e Roberto Azoubel, os ensaios “tratam de assuntos e aspectos vários do pensamento freyreano, com graduações também distintas de concordância ou discordância em relação ao autor de Casa-grande & senzala”.

Os ensaios mostram que as contribuições de Freyre ocorreram em várias áreas. Além do campo das ideias, por exemplo, apoiou a política de preservação da herança cultural do país e de forma indireta, articulou durante a Era Vargas um novo sentido de luso-brasilidade, que veio a ser chamado de luso-tropicalismo e permitiu ao governo de Getúlio Vargas “encontrar valor na herança cultural lusa”.

Das contribuições freyreanas, a teoria sobre a miscigenação de raças e culturas como definidora da identidade brasileira aparece em mais de um dos nove ensaios do livro. Alfredo Cesar Melo, professor de teoria literária na Unicamp (SP), afirma que, ao descrever “a antiga civilização do açúcar”, o sociólogo fala na existência de problemas sociais, políticos e ecológicos, mas ressalta que é da contradição do senhorio e da escravidão, que nasce “uma cultura vibrante e exemplar”.

[16/12/2022 11:00:00]