A Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura fez história desde que foi instalada em um cemitério de Parelheiros, região periférica rural a 50 km do centro do município de São Paulo. Com pouco mais de uma década de existência, vem deixando suas marcas não só na comunidade local como também em toda a cidade. As mais imediatas estão relacionadas ao acesso à leitura daqueles que passaram a frequentá-la, mas outras marcas também são identificadas a partir do interesse que o trabalho ali realizado despertou para além da comunidade, ganhando protagonismo mundo afora e com ele visitantes de toda parte. Essas questões foram objeto de estudo de Bel Santos Mayer na obra.
O livro é a adaptação da pesquisa de mestrado da autora sobre as manifestações de mobilidades turísticas relacionadas à Biblioteca Comunitária, também conhecida pela sigla BCCL, um dos projetos criados pelo Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (IBEAC) e um grupo de jovens desde 2008. "Os sujeitos da pesquisa – além de mim, como pesquisadora – foram principalmente jovens vinculados à BCCL, mas também aqueles e aquelas que vencem muitos quilômetros para entrar em contato com esse mundo literário no extremo sul de São Paulo”, destaca a autora na introdução do livro.
A biblioteca é, portanto, o ponto de partida para a compreensão de uma realidade complexa. Como esse equipamento cultural comunitário desencadeou uma série de transformações, desde sua criação com presença ativa dos jovens, passando pelas formas de atuação e as práticas coletivas que têm o direito humano à literatura para todos como princípio norteador.
Parelheiros, Idas e Vi(n)das - Ler, viajar e mover-se com uma biblioteca comunitária integra a coleção dedicada ao debate sobre formação de leitores, acesso ao livro e à literatura organizada pela parceria entre o Selo Emília e Solisluna Editora, que tem outros cinco títulos já publicados.